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Brasília

Seleção brasileira de futsal critica quadra e lamenta subvalorização

Arquivo Geral

23/07/2007 0h00

Levantamento feito pela Fifa em 2000 indicou que somente no Brasil, o futsal tem cerca de 12 milhões de praticantes. Em expansão contínua no mundo e esperança de medalha de ouro para o país nos Jogos Pan-americanos do Rio, contudo, o futsal encara no evento carioca realidade de segunda linha.

“Como dizem que não somos modalidade mas subesporte, nos foi dado um piso muito prejudicial”, desabafou o técnico Paulo César Oliveira, o PC, após a modesta vitória por 4 x 1 sobre a Guatemala nesta segunda-feira. No Rio, o futsal está sendo disputado na mesma arena do Riocentro que abrigou o torneio de handebol. Ao invés do tradicional piso de madeira, característico do esporte, os jogos são realizados em superfície sintética.

O revestimento não favorece e até oferece riscos aos atletas, que poucas vezes têm de atuar nestas condições, garante o treinador. “A freqüência de atuações neste piso é nenhuma. Piso para futsal é madeira, temos histórico de lesões (no sintético)”.

Os jogadores também estranharam a novidade. Para o ala Falcão, o sintético compromete a dinâmica do jogo. “Prende muito a bola e algumas jogadas acabam não saindo como deveriam”. Opinião reforçada pelo treinador. “Tira a velocidade e beleza. O jogo fica mais burocrático”, explica.

O único que viu alguma vantagem foi o goleiro Rogério. “Para os jogadores, a bola sai um pouco lançada, mas para o goleiro fica mais fácil. Ela vem mais devagar para a gente. Tomara que continue assim”.

A capacidade tímida da instalação, 2.745 pessoas, também deixou a desejar. “Na nossa opinião, o futsal comporta arena maior e piso de madeira”, resume o treinador.

Se não começou bem sua história no programa pan-americano, o futsal também já sabe que terá vida curta no evento. Antes mesmo de os Jogos do Rio terem começado a Organização Desportiva Pan-americana (Odepa), já havia anunciado sua retirada da programação a partir da próxima edição, em Guadalajara, no México.

“O fato de o futsal estar saindo do programa dos Jogos já nos dá a real noção do esforço que o Nuzman (Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro) fez para que o futsal estivesse aqui”, destaca PC.

A resposta para os indícios de desvalorização da modalidade, o Brasil promete dar na quadra. “Estamos aqui para mostrar a importância do futsal. Sabemos que há pessoas certas lidando com isso, mas é importante ter conhecimento da importância e nível de investimentos no futsal hoje. Os salários na Europa são superiores aos do vôlei”, argumenta o treinador. “A gente espera lotar isto aqui todos os dias. Esta é nossa melhor resposta. Quem sabe não conseguimos sensibilizá-los”.




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