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Brasília

Saúde: Plano Estratégico visa reduzir filas e distribuir melhor o atendimento

Disparidade nos centros de saúde do DF incomoda governo, que trabalha para atender melhor as regiões

Willian Matos

17/06/2019 12h15

Foto: Divulgação/Agência Brasília

Da redação
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O Plano Estratégico do DF é o conjunto de metas e ações a curto, médio e longo prazo apresentado recentemente pelo governo. Um dos pontos centrais do plano é a atenção à saúde. Medidas como ampliar a atenção primária e descentralizar os serviços para a população são previstas.

Segundo levantamento, há 390 estabelecimentos de saúde no DF, entre unidades básicas, hospitais, farmácias, hemocentro etc. 49 destas unidades estão localizadas no Plano Piloto. Ceilândia, região mais populosa do DF, tem 40. Vicente Pires tem duas unidades, e Varjão e Park Way têm apenas uma. A meta é descentralizar os serviços e integrar as regiões, corrigindo a desigualdade atual.

Foto: Divulgação/Agência Brasília

Essas situações, por sinal, se encaixam no caso das mães Leiliane Silva Barbosa, 31 anos, e Evellen Pires Barbosa, 25 anos. Ambas foram atendidas no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), na Asa Sul, distante das cidades onde residem.

Moradora de Ceilândia, Leiliane Barbosa aguarda a chegada de Isabella. Com oito meses de gestação, a técnica em radiologia foi ao Hmib se consultar. Ela aproveitou o fato de trabalhar na Asa Sul para receber atendimento. O pré-natal, no entanto, ela tem feito em Ceilândia e elogia o serviço. “A atenção básica está boa e vejo que o atendimento está melhorando. Na Unidade Básica de Saúde (UBS) lá em Ceilândia, a partir da reformulação, melhorou muito. Acho importante descentralizar: as pessoas serem socorridas mais perto de casa”, afirma Leiliane.

Em outra ala do Hmib, Evellen Pires Barbosa cuidava da pequena Helena, nascida na quinta-feira (13). O deslocamento de Luziânia para o Plano Piloto foi uma queixa da mãe, principalmente pela falta de amparo no Entorno. “Fiz o pré-natal na Cidade Ocidental porque em Luziânia não tive atendimento. Cheguei a ser socorrida no Gama, mas acabei vindo para cá [Hmib]. Fui recebida imediatamente, pois estava com dilatação e prestes a ganhar a neném”, conta Evellen.

A mãe nutre a expectativa que, a partir da experiência com Helena, os planos do GDF possam ajudar outras gestantes tanto no atendimento como nos deslocamentos. “No meu pré-natal senti falta de muita coisa, como alguns acompanhamentos e palestras. Gostaria que o governo pudesse investir em mais hospitais, no Entorno, ou se pudéssemos ser atendidas em casa. Mas, no HMIB, fui muito bem recebida, com carinho”.

O governo pretende, a partir dos dados levantados, entender os fatores que interferem na instalação dos equipamentos de saúde e como trabalhar para suprir as carências do sistema e dos moradores de todas as regiões administrativas.  

No Plano Estratégico, o governo observou avanços na atenção primária, mas aquém do desejado. Por isso, estabeleceu a meta de aumentá-la de 69% para 100%. Os esforços serão concentrados na universalização, bem como na redução de filas, investindo na infraestrutura. Dentro dos resultados-chave, o GDF também espera garantir 100% de filas administradas e reguladas para procedimentos de média e alta complexidade.

Necessidade de leitos

Os dados apontam ainda uma carência de leitos. Há 2.742 gerais e 392 de UTI/CTI sob gestão da Saúde. A população dependente do Sistema Único de Saúde (SUS) chegou a 70,68%, enquanto os conveniados atingem 29,32%. O crescimento populacional e a demanda pela saúde pública reforçam a necessidade da ampliação de vagas.

No DF, a causa de óbitos, segundo a Secretaria de Saúde, tem como principal causa doenças do aparelho circulatório. As internações, por sua vez, abarcam o maior número de casos com gravidez, parto e puerpério (pós-parto), com 507.167 ocorrências, seguido de lesões, envenenamento e outros, bem abaixo, com 172.383 casos. Doenças do ouvido ocupam o último posto da lista.

Central de laudos

Para garantir o acesso aos serviços de saúde pela população, o governo local pretende ampliar o número de agentes comunitários de saúde (ACS), implantar novos núcleos de apoio à Atenção Básica (Nasf). Também foi pensado uma central de laudos com ênfase em exames complementares básicos e essenciais para a Atenção Primária em Saúde (APS).

A cobertura da estratégia de saúde da família também será ampliada em alinhamento com a construção e consequente viabilização de novas unidades básicas de saúde e equipes. O GDF pretende implantar UBS em Planaltina, Recanto das Emas, na QR 381 em Samambaia, Vicente Pires, Águas Claras, Plano Piloto, Lagos, Fercal, Ceilândia, Paranoá, Jardim Botânico/Mangueiral, Sobradinho/Buritizinho, Vale do Amanhecer, Santa Maria e Estrutural.

Para resolver as filas em procedimentos de média e alta complexidade o Executivo decidiu, entre uma série de medidas, reestruturar a forma de aquisição de órteses, próteses e materiais especiais (OPME), por consignação; ampliar consultas ambulatoriais em todos os centros transplantadores do DF; e reorganizar a linha de cuidados de traumato-ortopedia, acelerando a realização de cirurgias.

Na questão de infraestrutura, a reforma de unidades como o Hospital Regional da Asa Norte (ambulatório – Fissurados) e do pronto socorro do Hospital Regional de Ceilândia são algumas das iniciativas.

Tempo de ação

Boa parte das medidas tomadas pelo GDF estão sob o guarda-chuva do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF). O instituto administra o Hospital de Base – que somente de janeiro a maio realizou 4.270 cirurgias –, o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e as seis Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do DF (Ceilândia, Núcleo Bandeirante, Recanto das Emas, Samambaia, São Sebastião e Sobradinho).

Ao todo, o Iges-DF anunciou a contratação de mais de 2,4 mil profissionais e a reforma de todas as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), onde foram investidas mais de R$ 496 mil, sendo a maior parte na unidade de Ceilândia.

Com informações da Agência Brasília

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