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Brasília

Quatro médicos do IML testaram positivo para covid-19

O diretor da Associação Brasiliense de Medicina Legal falou sobre as medidas protetivas para conter o avanço da doença e como a pandemia afetou o dia a dia

Redação Jornal de Brasília

09/06/2020 15h58

Quatro médicos do Instituto de Medicina Legal (IML) testaram positivo para a Covid-19. Os legistas estão preocupados com a possibilidade de aumento do contágio especialmente pelo fato do Distrito Federal tem o maior número de presidiários com coronavírus do país. A Papuda já ultrapassou a marca de mil casos confirmados, número superior a muitas cidades brasileiras. Em entrevista, o diretor da Associação Brasiliense de Medicina Legal, Rafael Rodrigues de Sena Alvarez, falou sobre as medidas protetivas para conter o avanço da doença e como a pandemia afetou o dia a dia dos profissionais.

O que mudou na rotina do IML com a confirmação de médicos legistas contaminados?

A confirmação de casos entre os médicos legistas já era esperada. Naturalmente profissionais de saúde e de segurança pública são mais expostos à contaminação pelo vírus. Estamos mantendo o distanciamento entre os plantonistas e tomando todas as precauções de higiene, uso de máscaras, lavagem das mãos e limpeza das superfícies. O profissional infectado é afastado das atividades e seus pares testados conforme orientação da Policlínica da PCDF. O trabalho não para. Mesmo estando da linha de frente no combate à pandemia, os médicos legistas estão empenhados em manter a prestação desse serviço tão importante para a Justiça.

Quais medidas devem ser tomadas na prevenção do contágio do Covid-19 em relação aos médicos-legistas e demais servidores do IML?

O IML adotou medidas de distanciamento entre os plantonistas e os cidadãos atendidos. O uso de máscaras é obrigatório e os servidores do Instituto estão sendo testados. Cada medida adotada é importante para prevenir o contágio pela COVID-19 e devem ser cumpridas à risca.

O DF está em primeiro lugar no Brasil com o maior número de casos de presidiários infectados, qual a gravidade da situação?

Seguindo as orientações da OMS e Ministério da Saúde, é preciso realizar testes em massa nos detentos para identificar e isolar os positivos. Além disso, isolar os presos que fazem parte do grupo de risco. Os exames cautelares promovem o contato entre presos e outros profissionais da segurança pública, incluindo os médicos legistas. Essa interação é uma situação de risco de transmissão da doença, já que profissionais de saúde têm maior probabilidade de serem transmissores do vírus. Logo, os exames cautelares devem ser solicitados pela autoridade policial e judicial com parcimônia e sob real necessidade, a fim de evitar o transporte e aglomeração de presos no IML.

Qual é o papel dos médicos legistas na crise? De que maneira a Associação pode contribuir?

Os médicos legistas devem ser os protagonistas das ações de combate à pandemia no âmbito da segurança pública. A tomada de decisões deve ser compartilhada e embasada na consultoria dos médicos legistas. A ABrML é a instituição que pode e deve fazer o elo entre a capacidade técnica dos médicos legistas e os tomadores de decisão. Certamente a ABrML, por meio do seu corpo de associados, está à disposição para contribuir com o combate à pandemia.

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