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Brasília

Paciente do Distrito Federal recebe novo coração

Na luta contra o tempo, o órgão veio da Bahia e foi transplantado nessa terça-feira (23). O transporte para o ICDF contou com o apoio da FAB e do CBMDF

Aline Rocha

24/07/2019 13h09

Foto: Mariana Raphael/SESDF

Da Redação
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Um dos órgãos com menor durabilidade fora do corpo, quatro horas é o tempo que o transporte de um coração pode ser feito do peito do doador para o peito do transplantado. Na corrida contra o tempo, a parceria entre os hospitais que realizarão o transplante é importante.

Uma paciente de 58 anos, internada no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF) recebeu, na tarde da última terça-feira (23), um coração doado em Vitória da Conquista, na Bahia. O transporte do órgão foi feito por meio de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e levado até o instituto pelo helicóptero do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF). O percurso completo levou cerca de 2h30 para ser concluído.

A vinda do órgão para o DF foi mediada pela Central Nacional de Transplantes. “Quando há doação e o estado não tem condições de fazer o transplante, seja porque não tem receptor, seja por não ter logística viável, a central faz um ranking para verificar qual localidade teria melhores condições de receber”, explica Joseane Gomes Fernandes Vasconcello, diretora substituta da Central Estadual de Transplantes.

O órgão veio parar no Distrito Federal por causa da classificação do caso da mulher, que estava em estado grave e urgente. Além disso, o DF foi o local com condições de fazer o transporte do órgão com mais agilidade.

Foto: Mariana Raphael/SESDF

Indicação

O transplante de coração é indicado quando as medidas clínicas e cirúrgicas para o tratamento de insuficiência cardíaca foram esgotadas e a expectativa de vida do paciente não ultrapassar dois anos.

Para receber um órgão, o potencial receptor deve estar inscrito em uma lista de espera, respeitando-se a ordem de inscrição, a compatibilidade e a gravidade de cada caso. A lista é única, organizada por estado ou região, e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e por órgãos de controle federais.

Se existe um doador elegível (com morte encefálica confirmada), após a autorização da família para que ocorra a retirada dos órgãos, a Central de Transplantes emite a lista dos potenciais receptores e informa às equipes de transplante que os atende.

Samu

No DF, são realizados transplantes de coração, fígado, rins e córneas de doadores falecidos. Aqui, também são feitos transplantes de medula óssea, que seguem outro protocolo para a doação: pode ser realizado com células do próprio paciente, de doador aparentado ou de doador anônimo, cadastrado no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

Além da parceria com a Força Aérea Brasileira (FAB) e o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), a Secretaria de Saúde conta com o apoio de um carro do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que agiliza os atendimentos relacionados a transplantes. Neste ano, já foram 340 ocorrências geradas para transporte terrestre.

“Esses transportes são para todo tipo de apoio logístico para a doação: avaliação do potencial doador pela equipe, levar ou buscar órgão no aeroporto ou em hospital, levar equipe para a retirada de órgãos ou para a retirada de globo ocular (córnea), transporte de material biológico necessário à triagem dos receptores ou para avaliação dos doadores”, elenca Joseane Gomes.

Doação

Desde 2001, a legislação brasileira determina que a doação de órgãos seja autorizada pela família do paciente. Então, é fundamental que a pessoa informe aos familiares sobre o seu interesse em ser um doador de órgãos.

“O familiar pode informar aos profissionais de saúde do local de internação do paciente sobre o interesse em doar os órgãos. A equipe da unidade aciona a Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante para entrevistar a família, orientar sobre todos os procedimentos e colher a assinatura de autorização”, explica.

Em 2018, foram registrados 53 doadores de órgãos e 251 apenas de córnea. Foram realizados 302 transplantes de córnea, 55 de rim de doador falecido, dez transplantes de rim de doador vivo, 86 de fígado e 34 transplantes de coração.

 

Com informações de Agência Brasília

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