Menu
Brasília

Muita expectativa na reabertura do comércio no DF

A volta do comércio de roupas, calçados, serviços de corte e costura, e extintores pode representar o início do reaquecimento da economia do setor varejista

Vítor Mendonça

18/05/2020 19h52

A reabertura do comércio de roupas, calçados, serviços de corte e costura, e extintores pode representar o início do reaquecimento da economia do setor varejista. É o que acredita Sebastião Abritta, vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista). De acordo com ele, a expectativa é que as clientela volte, ainda que em baixa. “Acreditamos que vá ter um certo movimento por conta de uma demanda reprimida, mas não temos como avaliar que esse movimento vai permanecer, justamente pela paralisação de mais de 60 dias”, afirmou.

O dia 12 de junho, por exemplo, Dia dos Namorados, pode ser um desses pontos fortes nas vendas durante a pandemia. Segundo Abritta, a perspectiva de venda é favorável uma vez que, nesse período, “roupas e calçados são presentes comuns”. O vice-presidente do Sindivarejista destaca, porém que o comércio ganhará força expressiva “quando toda a cadeia produtiva estiver aberta, como lojas de shoppings, etc”, o que atrairia mais clientes para os estabelecimentos.

Na Galeria dos Estados, Luiz Gonzaga de Freitas, 69 anos, é um dos comerciantes que abriu as portas ontem para comercializar sapatos. Com a loja Francalçados há 20 anos no local, ele conta que nunca presenciou movimentação tão baixa. “Normalmente são 80 mil pessoas diariamente circulando por aqui, mas agora se chegar a 10 mil é muito”, diz o empresário.

Foto: Vitor Mendonça

Para ele, a reabertura significa a chance para começar a reaquecer o negócio, mas também de grande desafio. Apesar da esperança levantada por Abritta, Luiz não prevê um bom cenário para os próximos dias. “Vamos ter que encarar e ver o que acontece, a expectativa não é boa. Com esse problema da doença, o povo sumiu e o cliente não está saindo. Poucas pessoas passaram aqui no primeiro dia, mas a esperança é que todo mundo volte a trabalhar”, afirmou o comerciante.

“É um sofrimento. As contas estão atrasadas e as reservas são poucas, porque dependem das vendas. E como elas pararam por dois meses, acontece isso. […] A recuperação vai vir depois de anos, nisso pode ter certeza”, acredita o comerciante. Embora a expectativa esteja baixa, Luiz se prepara para receber a clientela e passou o dia limpando a loja e os calçados que vende. Por conta da poeira levantada pelas obras na Galeria dos Estados, que não foram interrompidas, ainda há “muita para se limpar”.

A vizinha de loja, Vilany Landim, 48, ressalta que as vendas no local dependem do funcionalismo público existente nas redondezas da Passagem Subterrânea para Pedestres, no centro de Brasília. “Os únicos que continuaram a funcionar por aqui foram as agências bancárias e alguns outros comércios, mas a maioria que passa aqui é o pessoal dos órgãos públicos”, afirmou.

Vendedora da Alvorada Cearense, loja de roupas e acessórios que está há mais de 40 anos no local, ela acredita que a melhor solução seria o fim das recomendações de isolamento social. “Espero que os salões sejam reabertos e os outros setores daqui também. Um comércio ajuda o outro e o comércio ajuda a economia local”, disse.

No último sábado (16), o governador do DF, Ibaneis Rocha, por meio de novo decreto em edição extra do Diário Oficial, determinou que os setores do comércio se mantenham abertos entre 11h e 19h. Entre as exigências determinadas, os estabelecimentos deverão garantir a distância mínima de dois metros entre as pessoas; fornecer equipamentos de proteção individuais aos empregados e álcool em gel 70% para clientes, além de priorizar o atendimento a quem fizer agendamento prévio. A temperatura corporal dos frequentadores também será aferida.

O mesmo decreto também reforça a obrigatoriedade do uso das máscaras pela população do Distrito Federal. Agora, quem infringir a determinação poderá ter “penalidade de multa de R$ 2 mil, se pessoa física, e R$ 4 mil, se pessoa jurídica”, além de “acarretar a incidência do crime de infração de medida sanitária preventiva de que trata o art. 268 do Código Penal”, conforme consta o documento.

As multas serão aplicadas pela Secretaria de Estado de Proteção da Ordem Urbanística do Distrito Federal (DF Legal), Diretoria de Vigilância Sanitária (DIVISA) e Secretaria de Transporte e Mobilidade (SEMOB). A fiscalização também será feita pelos agentes de Segurança Pública da Polícia Militar, Detran e Corpo de Bombeiros, além do Procon, Ibram, e as Secretarias de Estado da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (SEAGRI) e de Estado de Governo do DF (SEGOV).

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado