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Brasília

MPDFT pede a prisão imediata de Adriana Villela

Defesa da condenada questiona o que classifica como “sanha acusatória”

Olavo David Neto

20/12/2019 6h00

Adriana Villela em Júri Popular. Foto: Vítor Mendonça

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deu entrada numa alegação em que pede a ampliação da pena de 67 anos e meio de prisão e detenção imediata de Adriana Villela pelo assassinato dos pais – José Guilherme e Maria Villela – e da funcionária do casal, Francisca, no caso conhecido como “Crime da 113 Sul”. A arquiteta foi condenada em 2 de outubro depois do maior julgamento da história do Tribunal do Júri de Brasília, que durou 10 dias e cerca de cem horas.

Segunda a peça, obtida pelo Jornal de Brasília, o MPDFT considera fator agravante que Adriana Villela dispunha de poderio econômico e se utilizou de tal posição para, além de buscar a concretização do crime, tentar a impunidade com a postergação dos julgamentos. o assassinato de Francisca é citado, pois, segundo os acusadores, o terceiro assassinato imputado à condenada “visava a garantir a impunidade dos outros crimes, já que a vítima poderia identificar os autores.”

O Ministério Público alega ainda que Adriana apresenta também perícia de especialistas que a tomaram por “fria e manipuladora”. “Tais características, por sinal, estão detalhadamente descritas [em] exame psicológico realizado por peritas da PCDF”, afirma o órgão no documento. Como consequência, pede que sejam consideradas as ponderações na ampliação da pena, já que “as características negativas de personalidade da recorrida foram essenciais para o delito.”

Possibilidade de fuga

Além do aumento na condenação, que inclui pagamento de 20 dias-multa no valor de um salário mínimo, o MPDFT questiona a prisão preventiva e a possibilidade de Adriana recorrer à sentença em liberdade. O órgão afirmou, no documento assinado pela promotora Janaína Cristina Queiroz de Almeida, que Adriana acompanhou ao processo “na medida de sua conveniência.” Os recursos financeiros da arquiteta, “muito em virtude da prática criminosa julgada nesses autos”, segundo o MPDFT, “possibilitam o empreendimento de fuga a qualquer momento.”

Contactada, a defesa de Adriana Villela questionou o que classificou como “sanha acusatória” por parte do órgão judiciário. “Quanto ao pedido de prisão, a esta altura, não soa apenas de mau gosto; soa ridículo”, rebateu Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, criminalista que encabeça os advogados da filha do casal Villela. “Não há um único indício, vestígio ou fiapo de qualquer situação que sustente uma tese de probabilidade de fuga”, continua Kakay, afirmando que o resultado da condenação será revertido. “Não é uma postura técnica, é uma postura de espetacularização. A condenação da Adriana é um escândalo, é contra as provas dos autos. A defesa conseguirá provar isso”, finalizou.

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