O terceiro trimestre de 2020 foi positivo para o mercado imobiliário do Distrito Federal. O setor passa por recuperação e tem boas expectativas para 2021, mesmo com a pandemia da covid-19 ainda em curso.
Empreendedores do setor apostam que o mercado registrará crescimento ainda em 2020. O grupo aposta ainda que 2021 será um ano de números ainda mais animadores.
“O mercado imobiliário do Distrito Federal finalmente retornou a um ciclo virtuoso. Aproveitando o crescimento da demanda, novos empreendimentos são ofertados, gerando um incremento das vendas e abrindo espaço para mais lançamentos”, afirma o vice-presidente do Sinduscon-DF, Adalberto Valadão Júnior. “As expectativas para 2021 são de continuidade desse cenário positivo” acrescenta.
Em 2020, a velocidade de vendas registrada em setembro é cerca de 30% maior que a do mesmo período em em 2019. No mesmo mês, foi registrado Índice de Velocidade de Vendas (IVV) de 10% no segmento residencial. Foram lançados cinco novos empreendimentos e vendidas de 351 unidades.
Considerando os números desde o início do ano, de janeiro a setembro, o mercado imobiliário do DF acumulou Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 1,5 bilhão. O valor é o mesmo registrado nos 12 meses de 2019.
Os números animam representes do setor imobiliário. Mesmo com a pandemia, o mercado conseguiu se recuperar de crise vinda desde 2014. “Em 2020, num primeiro momento, a pandemia trouxe muita incerteza e desafios que conseguimos atravessar”, avalia Eduardo Aroeira Almeida, presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF).
“O VGV acumulado até o terceiro trimestre, segundo a pesquisa, já supera o valor do ano inteiro de 2019 e nossa expectativa é que até o final de 2020, também superemos o Valor Geral Lançado e a quantidade de empreendimentos lançados”, acrescenta.
IVV
O IVV acompanha o desempenho do mercado imobiliário do Distrito Federal. Iniciativa conjunta da Ademi-DF com o Sinduscon-DF, a pesquisa é realizada pela Opinião Informação Estratégica. A coleta de dados é mensal, junto às construtoras e incorporadoras mais representativas do mercado. Quanto mais alto o índice, menor o tempo necessário para vender as unidades dos empreendimentos.
No terceiro trimestre, o IVV manteve média de 9,5%, quase o dobro do índice de velocidade de vendas de 5% apontado como satisfatório pelo empresário. Em setembro, foram colocadas no mercado 444 novas unidades residenciais. Foram lançados novos empreendimentos em Samambaia, Park Sul e no Noroeste. No DF, as regiões que registraram maior volume de vendas foram o Noroeste (74 unidades), Santa Maria (65 unidades) e Park Sul (61 unidades).
A pesquisa do IVV também demonstra o aumento da procura por imóveis maiores: em setembro, imóveis de médio e alto padrões (com valor acima de R$ 250 mil) tiveram desempenho significativo: apartamentos de 04 quartos registraram IVV de 11,3%.
“Esse é um dos efeitos da pandemia, sobre o comportamento do cidadão. A necessidade de distanciamento social e o trabalho à distância criaram um novo significado para a moradia. As pessoas passam mais tempo em suas casas, vivem a quarentena juntas, e acabam buscando mais espaço”, explica o presidente da Ademi-DF.
“A venda de apartamentos de alto padrão tem crescido de forma expressiva. Não só a pandemia fez esse tipo de imóvel se destacar pela qualidade e tamanho diferenciados, como a baixa taxa de juros tem impulsionado a compra”, acrescenta o vice-presidente do Sinduscon-DF.
Os dirigentes destacam a importância do desempenho do mercado imobiliário para a economia do Distrito Federal. Ao manter as empresas funcionando e a programação de lançamentos, o setor deu contribuição decisiva para a preservação dos empregos e criação de novas vagas em 2020. “Nosso setor é um grande empregador e tem capacidade para criar novas vagas com rapidez. Manter a atividade foi muito importante nesse ano e o ritmo de lançamentos indica que vamos continuar gerando empregos em 2021”, diz Aroeira.