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Brasília

Jorge Vianna: oportunismo em tempo de coronavírus

O deputado invadiu as instalações da Secretaria de Saúde e deu uma aula do que não deve ser feito

Redação Jornal de Brasília

22/03/2020 21h22

Atualizada 23/03/2020 11h14

Foto: Wilter Moreira Deputado Jorge Vianna

Em uma live nas redes sociais, o deputado distrital Jorge Vianna, após invadir as instalações da Secretaria de Saúde, dá uma aula do que não deve ser feito. Em contato com a Secretaria, o Jornal de Brasília apurou que o estoque está sendo distribuído mediante solicitação e necessidade de cada unidade, para que não haja desvios de material e nem má utilização nesse momento de crise.

Há quem diga que toda  essa revolta tem a ver com cargos e apadrinhados não nomeados na secretaria. Fontes palacianas afirmam, até mesmo, que durante o encontro, o parlamentar pediu a dispensa do ponto de servidores da saúde neste momento, em que é preciso que todos compareçam e trabalhem. 

Para se ter uma ideia, na região leste, 69% dos servidores da saúde já pediram atestado médico. A Polícia Civil está investigando todos os atestados e, aqueles que utilizarem de fraude, responderão e serão afastados por justa causa. 

Em conversas de grupo privado do WhatsApp entre o alto escalão do Governo do Distrito Federal (GDF), há quem diga que o parlamentar deu um tiro no próprio pé. 

Em contato com a reportagem o parlamentar se posicionou da seguinte forma:

Direito de Resposta Jornal de Brasília


Prezados Lindauro Gomes, Editor-Chefe da versão digital do Jornal de Brasília


Dado a matéria publicada por esse Jornal de Brasília, sobre fiscalização realizada pelo deputado distrital, Jorge Vianna (Podemos), na área de armazenamento de materiais do Parque de Apoio da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), intitulada Jorge Vianna: oportunismo em tempo de coronavírus’.

Dado o teor a matéria, ao sugerir que Vianna “invadiu as instalações” da SES-DF, e se utiliza de oportunismo para realizar ações, supostamente soba mobilização da contenção do Coronavírus (Covid-19), a exemplo da dispensa de servidores baterem ponto eletrônico ou ainda de eventual tentativa de alocar ‘apadrinhados’ políticos em cargos do GDF.

O deputado Jorge Vianna, recebeu com estranheza tal matéria e refuta, veementemente, tais ilações, o que torna necessário a realização de esclarecimentos, abaixo encaminhados pelo deputado. Sobretudo porque o veículo não abriu espaço ao deputado, como é esperado na boa prática jornalista, para ouvir o parlamentar sobre os temas abordados na referida matéria.

“Tenho um profundo respeito pelos veículos de imprensa, mas acredito que a matéria faz ilações inexistentes, que não refletem a realidade dos fatos. Na condição de deputado distrital e de presidente da Comissão de Educação, Saúde e cultura (CESC), da Câmara Legislativa do DF (CLDF), diante de questionamentos sérios dos servidores, sobre a falta de EPIs, e da retirada, em caminhões, desses materiais de hospitais do DF, o mínimo que o parlamentar deveria fazer é, fiscalizar. Fiscalização essa realizada onde constatei, por exemplo, haver estoque de dezenas de pacotes de máscaras, em falta nas unidades de saúde, e de outros produtos, como colchões, seringas de insulina e fraldas geriátricas, conforme pode ser visto no vídeo, que infelizmente, o Jornal não publicou na referida matéria.”.

Ainda segundo o deputado, em relação ao “cargos e apadrinhados (Sic)”, Vianna esclareceu que não mantém ou tem interesse em nomeações junto ao governo. “Não tenho indicações e tampouco interesse em manter cargos no GDF. Pois como tenho dito, exatamente essa condição, me permite ajudar sim o governo, como o tenho feito, mas também, fiscalizar, criticar e questionar, as ações por parte do Executivo, sempre que se fizer necessário”.

Em relação ao pedido de dispensa dos servidores de baterem o ponto eletrônico, Vianna reiterou: “Acredito que temos um cenário, em que muitas pessoas não se deram conta do perigo, sobretudo de contaminação dos servidores. Nós já temos servidores da Saúde, com teste positivo para o coronavírus aqui no DF. E, repito, todos os meios que pudermos evitar de contágio direto e indireto, são encaminhamentos que devem sim ser considerados e se possível implementado pelo governador Ibaneis Rocha. Tanto que após eu sugerir no Plenário da CLDF, a Secretaria de Saúde baixou portaria que dispensou, parcialmente, o uso do ponto eletrônico, durante o intervalo do almoço. Mas, em nenhum momento sugeri que os servidores deixem de ter o controle de presença nos ambientes de trabalho. Pelo contrário, fui categórico, na Câmara Legislativa, em afirmar que, em havendo a dispensa do uso de ponto eletrônico, nesse momento excepcional, que deve haver um controle rigoroso por parte das chefias. Manifestação essa que está devidamente registrada pela Casa. Posição essa que mantenho como sugestão, pois estive, por exemplo no Hospital Regional de Taguatinga, semana passada e vi, com meus próprios olhos, o risco de exposição de servidores ao bater o ponto-eletrônico, por falta de álcool gel próximo ao local onde registram as entradas e saídas do HRT.”, disse.

O deputado também faz questão de reiterar sobre o risco de contaminação de servidores com o coronavírus, que pode ser minimizado com ações preventivas e, com o uso adequado de EPIs. A exemplo de outra ação do deputado, na quinta-feira (19), em que Vianna foi o responsável ainda por fazer chegar aos servidores do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), 100 macacões impermeáveis, após intermediar, juntamente com a direção do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do DF (Sindate-DF), e a a Diretoria de Vigilância Ambiental do Distrito Federal (DIVAL), ligada a Subsecretaria de Vigilância Sanitária (SVS) da SES-DF. Iniciativa essa realizada, mesmo após o deputado ter direcionado emendas para compra de EPIs para a saúde.

“Os servidores da enfermagem estavam dando banho em paciente internada na UTI do HRAN, com coronavírus, sem vestimenta adequada, e eu, fui até a DIVAL e intermediei junto a Secretaria de Saúde a transferência de 100 macacões impermeáveis para o hospital.”, afirmou Vianna.

Ainda segundo o deputado, “ao que tudo indica, as projeções apontam que no Brasil, o impacto do coronavírus, deve ser pior que na Itália, onde hoje, 10,76% dos casos confirmados resultaram em óbito. E o mais grave, 20% dessas pessoas que vieram a óbito eram profissionais de saúde. Não podemos ser sensacionalistas, politizar ou ignorar tais dados, então reafirmo, temos que levar a sério e minimizar as possibilidades de contato, com a distribuição de EPIs e evitando ao máximo o contato dos servidores com locais que possam servir de foco de contaminação pelo coronavírus.”, ratificou.

Nesse contexto, o deputado reitera seu total “compromisso com a população do DF, com a devesa do Sistema Único de Saúde, em especial, com os servidores da Secretaria de Saúde do DF, que nesse momento sensível, precisa ser munido de EPIs, para minimizar a possibilidade de contaminação, pois um profissional de saúde, contaminado, será uma força a menos para combater o coronavírus”.

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