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Brasília

Janeiro Branco: alerta ligado para saúde mental

O efeito da pandemia e outros problemas psíquicos que afetam o brasiliense estará em estudo, houve aumento no consumo de cigarros e álcool

Catarina Lima

11/01/2021 5h54

Foto: Divulgação

Depois de 11 meses da chegada ao Brasil da pandemia de coronavírus, a saúde mental do brasileiro também sofreu abalos. O estudo “CoVid Comportamentos” da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), concluiu que problemas como tabagismo, tristeza, depressão, nervosismo e ansiedade aumentaram consideravelmente. No Distrito Federal a situação não é diferente. Portanto, para discutir a saúde mental e buscar alternativas, a secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES), instituiu o “Janeiro Branco”. A data foi idealizada pelo psicólogo mineiro Leonardo Abrahão, na cidade de Uberlândia Minas Gerais (MG).

Segundo o estudo da Fiocruz em parceria com a Unicamp, 34% dos fumantes aumentaram o número de cigarros consumidos por dia e 17% das pessoas intensificaram o consumo de álcool. Por outro lado, o percentual dos que praticavam atividades físicas semanais caiu de 30,4% para 12,6% e houve aumento médio diário de 1h45 de consumo de TV e 1h30 do consumo de computador e tablete. Das pessoas entrevistadas na pesquisa 40,4% disseram sofrer tristeza ou depressão e 52,6% afirmaram ter experimentado sentimentos de nervosismo ou ansiedade.

De acordo com Priscila Estrela, diretora de Serviços de Saúde Mental substituta da secretaria de Saúde do DF, o “Janeiro Branco” é uma ação importante para sensibilizar a população quanto à necessidade do cuidado e atenção para a saúde mental. Porém, ela destaca que essa atenção deve ser uma campanha contínua e não somente em janeiro.

“Um fator agravante em 2020 e 2021 é que nesse período de pandemia o isolamento social e o aumento da desigualdade são alguns dos fatores que facilitam o sofrimento psíquico”, explicou. Priscila informou que caso uma pessoa apresente sofrimento psíquico, como depressão, ansiedade, pânico, delírios, faça uso de drogas ou tenha pensamentos de suicídio, ela pode procurar um dos 18 Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), distribuídos pelas regiões de saúde da cidade.

Especialidades do Caps

Entre as especialidades dos CAPS existem os Centros Psicossociais Infanto-Juvenis (Capsi), que são destinados a crianças e adolescentes de 17 anos, que apresentem intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes. As unidades também atendem menores de até 15 anos que sofrem em decorrência do uso de substâncias psicoativas. O atendimento é de segunda a sexta-feira, no horário comercial. Já o CAPs I, realiza o mesmo atendimento que o Capsi, só que é destinado a todas as idades. O funcionamento também é no horário comercial.

Já o Caps II, atende a pessoas a partir de 18 anos que apresentam intenso sofrimento psíquico; o mesmo acontece com o Caps III, só que ao contrário do anterior, funciona 24 horas, incluindo os fins de semana. Existem também os Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas, que são o CAPs ADII, que atendem pessoas a partir dos 16 anos que apresentem sofrimento psíquico intenso decorrente do uso de álcool e outras drogas – o atendimento é no horário comercial – e o CAPS ADIII, que presta o mesmo serviço, só que funciona 24 horas, inclusive nos finais de semana.

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