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Brasília

Festas de fim de ano: fogos de artifício e som alto são inimigo da audição

Prática comum durante no período, a queima de artefatos explosivos pede medidas para evitar acidentes. A dica é se manter afastado do barulho para evitar danos à audição

Redação Jornal de Brasília

24/12/2019 23h00

Cerca de dois milhões de pessoas fazem do Réveillon de Copacabana o maior do mundo

O momento é de contagem regressiva para as festas de fim de ano, principalmente o Réveillon. Em meio a alegria e comemoração, a tendência é se jogar nas festividades sem pensar em problemas. Porém, para evitar dores de cabeça futuras, é fundamental ter cuidado com a audição devido ao intenso volume das músicas e dos fogos de artifício.

Estudiosos apontam que poluição sonora excessiva pode lesar o ouvido de qualquer pessoa. Dependendo da exposição ao som alto, o indivíduo pode ter sua saúde gravemente afetada. “O barulho excessivo prejudica a audição e essas queimas de fogos de final de ano são um perigo, especialmente aquelas feitas por ‘amadores’ – a pessoa que sai na rua e fica estourando rojão”, explica a fonoaudióloga Érica Bacchetti, especialista em audiologia da clínica Para Ouvir.

Empresários que comercializam fogos de artifício destacam que as festas deste período elevam em 80% a demanda por equipamentos pirotécnicos. Esses produtos fazem parte dos itens controlados e regulamentados pelo Exército Brasileiro. Já para a fiscalização, o órgão conta com a parceria do Corpo de Bombeiros e das administrações regionais. No Distrito Federal, a Divisão de Controle de Armas, Munições e Explosivos da Polícia Civil também ajuda na fiscalização do tema.

Bacchetti destaca que a dica para evitar problemas auditivos é manter distância do barulho dos artefatos explosivos e do som alto das festas. “É importante ficar afastado das fontes de muitos barulho. Em lugares com música ao vivo, ficar longe da caixa de som, do local onde o ruído se projeta”. A especialista completa que, se for manusear algum fogo de artifício em casa, é interessante procurar os produtos que não são muito barulhentos. “Toda atenção é necessária, porque uma vez que a audição é prejudicada, não tem como recuperar. Ou seja, se o indivíduo sofre um trauma acústico, como chamamos, ele não se recupera mais”.

Sintomas

Em caso de muita exposição, a fonoaudióloga orienta um repouso auditivo, após a saída do ambiente fechado da festa barulhenta. “Caso haja algum dano à audição, os sintomas podem ser zumbido, dificuldade para ouvir, como se o ouvido estivesse tampado. É sinal de uma hipoacusia”, afirma Érica. Segundo ela, se for uma alteração temporária, a audição da pessoa voltará ao normal após o descanso. Mas, em casos dos sintomas persistirem, é preciso procurar um médico otorrinolaringologista para fazer um diagnóstico.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que atualmente cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo já têm algum tipo de deficiência auditiva. No Brasil, há 10,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva, segundo um estudo feito em conjunto pelo Instituto Locomotiva e a Semana da Acessibilidade Surda. Desse total, 2,3 milhões têm deficiência severa. A surdez atinge 54% de homens e 46% de mulheres.

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