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Brasília

Família acusa Polícia Militar de agredir jovem de 22 anos

Arquivo Geral

14/10/2016 11h33

Arquivo pessoal

Douver Barros
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O jovem Thiago Henrique Moura Soares, 22 anos, está internado em estado grave no Hospital de Base do Distrito Federal. A família acusa policiais militares de tê-lo agredido durante uma abordagem, na altura da 710 Sul, na noite de quarta-feira (12). Morador do Guará, Thiago seguia para uma parada de ônibus, na companhia de um amigo, quando a Polícia Militar teria se aproximado.

Thiago correu ao avistar a viatura, mas foi alcançado logo em seguida. O amigo permaneceu no local da abordagem, foi revistado e liberado. A mãe de Thiago Henrique, Elaine Carvalho, diz que o filho correu porque havia ingerido álcool. “Ele se assustou”, afirmou.

“Meu ex-marido chegou na delegacia e viu o Thiago no chão. Ele estava algemado, todo machucado e tendo convulsões havia mais de vinte minutos”, relatou Elaine. A família foi comunicada que o jovem estava na DP com sintomas de overdose de drogas e que teria se ferido durante a ocorrência. “Meu filho não é traficante, nem bandido. Mesmo que ele tivesse feito alguma coisa, ninguém tem o direito agredi-lo”, defende a mãe.

UTI

Arquivo pessoal

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Thiago ainda não pôde dar a sua versão dos fatos por permanecer desacordado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Elaine lamenta o estado de saúde do filho, que sofreu cortes na face e no joelho, além de lesões pelo corpo.  “Quero justiça em nome das mães que já passaram por isso e não tiveram uma família para apoiar, nem condições financeiras. Vamos fazer o que tiver que fazer. Quero que os envolvidos sejam punidos”, determinou Elaine.

Consumo de drogas

De acordo com a Polícia Militar, Thiago e o amigo foram abordados após denúncia que uma dupla havia retirado a tampa de um bueiro da Companhia Energética de Brasília (CEB), provavelmente para roubar fios de cobre. “Thiago tentou sacar a arma do policial. Diante da situação de risco, a equipe fez o uso progressivo da força com o uso de spray de gás lacrimogêneo e, mesmo assim, o abordado continuou a se debater tentando agredir os policiais”, afirmou a PM, em nota.

No texto, a corporação diz que, mesmo parcialmente imobilizado, Thiago lesionou a própria cabeça e joelhos batendo-os no chão. Um dos policiais teria sido mordido pelo jovem ao tentar conter a autolesão. “Foi necessário cinco policiais para que o indivíduo parasse de se lesionar e fosse totalmente imobilizado. Ao colocá-lo no cubículo da viatura, ele continuava a se debater violentamente usando as pernas e a cabeça tentando quebrar o interior do veículo, gerando novas lesões”, conclui a nota.

Elaine não acredita na versão da Polícia Militar e diz que esse não é o comportamento habitual do jovem. “Ele trabalha há três anos na Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário. Ele tem o próprio salário, não precisa roubar fios, como vêm falando. Também temos uma situação financeira confortável”, diz ela.

Segundo a Polícia Civil, Thiago chegou a informar ter consumido diversos tipos de drogas. Além disso, a equipe policial encontrou com ele uma substância desconhecida, que foi encaminhada ao Instituto de Criminalística (IC) para análise. O caso será investigado pela 1ª Delegacia de Polícia, na Asa Sul.

Leia na íntegra a nota da Polícia Militar

Após irradiado pelo CIADE uma ocorrência nas proximidades do colégio CASEB, os policiais do 1º BPM se deslocaram para atende-la. Ao chegar no local, os policiais foram avisados pelo segurança do colégio de que duas pessoas em atitude suspeita abriram a tampa do boeiro da CEB e se evadiram do local. A equipe começou a busca pelos indivíduos nas proximidades.

Na altura da 710 sul, os dois sujeitos foram encontrados. Ao proceder na abordagem, o primeiro a ser abordado se mostrou colaborativo e não portava nada que o comprometesse, mas o segundo abordado, Thiago Henrique Moura Soares, no momento da busca pessoal, fugiu do local correndo e mesmo após diversos avisos para parar ele não obedeceu a ordem.

Ao ser alcançado na altura da 712 sul, a equipe pediu que ele se deitasse no chão para evitar outra fuga. Em uma nova tentativa de busca pessoal, Thiago tentou sacar a arma do policial. Diante da situação de risco, a equipe fez o uso progressivo da força com o uso de spray de gás lacrimogêneo e mesmo assim o abordado continuou a se debater tentando agredir os policiais. Após parcialmente imobilizado por dois policiais, o abordado começou a lesionar a própria cabeça e joelhos batendo-os no chão.

Ao tentar impedir essa autolesão, um dos policiais foi mordido pelo abordado. Em seguida, uma outra equipe chegou em apoio e foi necessário cinco policiais para que o indivíduo parasse de se lesionar e fosse totalmente imobilizado.Ao colocá-lo no cubículo da viatura, ele continuava a se debater violentamente usando as pernas e a cabeça tentando quebrar o interior do veículo gerando novas lesões.

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