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Brasília

Falta até roupa de cama no Hospital Regional de Ceilândia

Arquivo Geral

21/07/2016 7h08

Mateus Alencar

Manuela Rolim
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A falta de roupas de cama no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) teria sido a responsável pela suspensão de cirurgias. Enquanto isso, resta aos pacientes e acompanhantes levar lençóis e cobertores de casa.

Nessa situação está a dona de casa Letícia Cândido da Silva, 21 anos. Grávida de cinco meses e com o marido internado há 17 dias, ela é obrigada a buscar roupa de cama limpa a cada dois dias.

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“Fomos informados de que todas as operações foram canceladas porque não tem forro de cama e kits cirúrgicos. Não sei mais o que fazer. Meu esposo precisa fazer duas cirurgias o mais rápido possível”, desabafa.

Ele foi atropelado e está com o punho e o joelho quebrados. Letícia acrescenta que somente os casos mais graves estão sendo atendidos. “Os médicos disseram que vão dar prioridade para as fraturas expostas. Isso é uma vergonha. Não temos nenhuma previsão de quando o nosso procedimento será feito”, completa.

Cancelamento depois de horas em jejum

Na última segunda-feira, a cirurgia do marido da dona de casa Letícia da Silva chegou a ser marcada. “Ele passou o dia inteiro em jejum, na esperança de ser operado. No fim do dia, nos informaram que não ia acontecer. Ele está pálido, jogado em uma cama, que só está forrada porque eu trouxe de casa. Estamos revoltados e nos sentindo muito humilhados”, afirma.

Com o filho de 23 anos internado, a balconista Eliane Peixoto, 44, também está indignada. Segundo ela, além dos kits, não tem luz nem água nos banheiros. “Ele (filho) quebrou a clavícula, está com dor e eu não sei quando vai sair dessa situação. Pago todos os impostos, só queria ter uma saúde digna. Como pode não ter material para fazer cirurgia em um hospital?”, conclui.

Versão oficial

Procurada pelo Jornal de Brasília, a Secretaria de Saúde argumentou que não  faltam kits cirúrgicos no HRC. Porém, alegou que há um estoque baixo, cujas providências foram tomadas para restabelecê-lo.

“De forma prudencial, o hospital está realizando apenas cirurgias de emergência, e as eletivas, em que o paciente não corre risco de agravamento do quadro clínico, serão reagendadas”, completou a pasta, via assessoria.

O órgão acrescentou que a previsão é de que, até o início da próxima semana, o estoque de kits cirúrgicos seja regularizado.

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