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Brasília

Ex-deputado Laerte Bessa após socar porteiro: “você viu a lição que dei nele?”

Bessa se arrepende das agressões ao porteiro do prédio onde mora, mas minimiza o caso. “Claro, exagerei. Só isso”, diz.

Redação Jornal de Brasília

13/11/2019 19h15

Atualizada 14/11/2019 9h55

Pedro Marra
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No fim da noite desta terça-feira (12), após 23h43, o ex-deputado federal Laerte Bessa (PL-DF) agrediu o porteiro do prédio onde mora, no condomínio Wave, na Rua 18, da Avenida das Castanheiras, em Águas Claras. O próprio funcionário gravou o vídeo em que recebe soco, chute e xingamentos porque não deixou um motoboy subir com uma entrega delivery para o policial civil aposentado, que disse ao Jornal de Brasília que se arrepende do que fez, mas logo em seguida, ironiza a situação. “Você viu a lição que eu dei nele?”, diz.

Bessa confessa o arrependimento, mas minimiza o caso. “Claro, exagerei. Só isso. Estou arrependido. Achei que a minha reação foi além do que poderia ser. Toda ação tem uma reação. A minha foi além do que poderia ser”, afirmou.

O ex-deputado, então, desceu até a portaria e iniciou as agressões contra a vítima. No vídeo, o delegado aposentado chega ao local xingando o funcionário. O porteiro registrou ocorrência na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul), que deve investigar o caso.

Laerte disse que não cozinha em casa, e por isso, costuma pedir comida. Segundo ele, a entrega foi solicitada por volta de 22h40, quando o ex-deputado chegou de viagem. O morador do condomínio confirma que não sabia da proibição de entregas delivery após 23h nos apartamentos. “Até xinguei o síndico na hora, porque achei que era alguma coisa direcionada para mim”, relata.

O porteiro seguiu ordens e não permitiu que o entregador subisse ao apartamento do ex-deputado. Após as agressões, o porteiro recebeu folga de 15 dias para “esfriar a cabeça”.

É o que informou à reportagem, Paulino Barros Caixeta, supervisor geral da Sollo, empresa responsável pelos funcionários do condomínio. Ele adianta que não informa o nome do rapaz agredido para preservar a identidade dele.

“Dei uns dias para ele descansar. Tanto que, além de registrar ocorrência na 21ª DP, ele fez exame de corpo de delito do Instituto Médico Legal (IML). É muito complicada a situação porque, no final do vídeo, ele [Laerte Bessa] também agride o síndico do prédio”, conta.

Por outro lado, a assessoria da Polícia Civil disse à reportagem que nenhuma ocorrência relacionada ao caso foi encontrada no sistema.

Temperamento difícil

Laerte Bessa é conhecido nos bastidores por ser exaltado e ter temperamento difícil. Há exatamente um ano, Bessa e Alberto Fraga (DEM-DF) trocaram empurrões na Câmara dos Deputados após Fraga tecer críticas ao hoje governador Ibaneis Rocha (MDB). “Estou indignado por um cidadão, com essa qualificação, vir aqui falar de uma pessoa digna como o governador Ibaneis”, disse Bessa à época.

Mais cedo, em maio de 2018, Bessa foi acusado de dar um soco no subsecretário de Articulação Federal da Casa Civil do Distrito Federal, Edvaldo Dias da Silva.

Em 2016, Bessa xingou o então governador Rodrigo Rollemberg (PSB) de “mentiroso”, “frouxo”, “vagabundo”, “maconheiro”, “preguiçoso”, “incompetente”, “filho da puta”, “pilantra”, “safado”, “bandido”, “cagão” e “sem vergonha”. Ele foi condenado pela Justiça a pagar R$ 30 mil de indenização a Rollemberg.

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