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Brasília

CRM considera arriscado retorno do futebol

Normas de funcionamento para o esporte na pandemia foram divulgadas no Diário Oficial

Lucas Neiva

05/08/2020 19h56

Foto: Gabriel L. Mesquita/SE Gama

O retorno do futebol profissional no Distrito Federal ainda é uma decisão arriscada no ponto de vista do presidente do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF), Farid Burtago. As normas de segurança para a realização do esporte foram divulgadas no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), em um decreto que também autoriza o retorno dos jogos.

No entendimento do presidente do CRM-DF Farid Burtago, não há dúvidas de que as normas de segurança cumpram o papel de evitar aglomerações. Porém, a própria natureza do futebol bota em risco a segurança dos jogadores. “O futebol é um esporte de contato. Os jogadores liberam gotículas de saliva durante as atividades, e pode haver contaminação enquanto brigam pela bola”, explica.

Farid também questiona a eficácia da norma que determina a realização de testagens antes do jogo. “O decreto não diz que tipo de teste será feito, e muito provavelmente será o teste rápido. Acontece que esse teste só avalia positivo depois que a pessoa já começou a desenvolver sintomas. Então mesmo com o teste avaliando negativo, ainda há um risco de contaminação”.

No ponto de vista de Farid, o ideal seria que se adotasse no DF a forma de reabertura que ocorreu nos países europeus. “A Europa retomou recentemente as atividades esportivas após constatar uma redução nos casos de contaminação, quando a curva de contágios se tornou descendente. Aqui em Brasília, no momento a curva recém começou a estabilizar. Creio que seria mais prudente aguardar”, afirma.

Normas de funcionamento

As normas de segurança para o funcionamento das partidas de futebol incluem políticas voltadas à higienização do local e à prevenção contra aglomerações. Para os estádios, fica vedada a presença de público nos jogos, os estádios ficam obrigados a possuir cabines de desinfecção. Para os jogadores, o uso de máscaras só não é obrigatório para jogadores em campo, e não deve haver contato além do necessário para a realização do esporte. A testagem dos jogadores é obrigatória, e o clube é responsável por oferecer álcool em gel. Jornalistas ficam proibidos de ter contato com atletas, comissão técnica ou qualquer membro da delegação das equipes, bem como da equipe de arbitragem.

A fiscalização dos jogos fica à cargo da Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal) e da Secretaria de Esporte e Lazer (SEL), em conjunto com as “fiscalizações tributária, de defesa do consumidor, da vigilância sanitária e das forças policiais do Distrito Federal”. A SEL ainda recebe a autoridade para alterar partes do decreto por meio de portarias. O descumprimento do protocolo estabelecido no decreto, além de resultar em crime de infração sanitária.

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