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Brasília

Coronavírus: o tempo passa e a Fecomércio-DF patina no hospital de campanha

A construção do hospital, com recursos da Confederação Nacional do Comércio (CNC) havia sido acordada com a juíza titular da 3ª Vara Federal, Kátia Balbino de Carvalho Ferreira

Lucas Valença

20/05/2020 14h21

Foto: Fecomérdio-DF

Ainda sem cronograma elaborado, o hospital de campanha com 400 leitos, prometido pela Federação do Comércio (Fecomércio-DF) e pelo Serviço Social do Comércio (Sesc-DF), já começa a gerar desconfiança de integrantes do setor empresarial e do governo de que a entidade representativa estaria atuando com “corpo mole” na construção da nova unidade de saúde. O presidente da Fecomércio-DF, Francisco Maia, criticou as acusações.

A construção do hospital, com recursos da Confederação Nacional do Comércio (CNC) havia sido acordada com a juíza titular da 3ª Vara Federal, Kátia Balbino de Carvalho Ferreira, que chegou a estabelecer uma abertura gradual e controlada do comércio na cidade. Assim, além da importância social, a entrega dos novos leitos tinha a intenção de facilitar a retomada do comércio no DF.

Nesta terça-feira (19), no entanto, uma liminar da justiça devolveu a atribuição de decidir sobre o isolamento social ao governador Ibaneis Rocha (MDB), mas o acordo firmado na última sexta-feira (15), entre a Fecomércio e o GDF, continua vigente.

O problema é que há um constrangimento por parte de alguns integrantes do Buriti que avaliam que a Fecomércio-DF, depois de assinar o termo no salão nobre do palácio, passou a fazer um certo “corpo mole” mesmo sabendo que o prazo anunciado à imprensa de 30 dias começou a contar.

A previsão inicial é de que o local esteja em funcionamento no dia 15 de junho, só que informações recebidas pela reportagem mostram que o início da construção já começou “atrasada”, como enfatizou uma fonte palaciana.

O Jornal de Brasília também conversou com alguns membros da Fecomércio do DF que lembraram que a medida de entrega dos leitos acontece de forma “extraordinária”, mas “necessária em um momento de pandemia”. Só que os associados ressaltaram que a implementação dos equipamentos precisará da “boa vontade” e do “empenho” da atual gestão da entidade.

Há a crença, no entanto, de que os esforços do governo em tentar reabrir parte da economia da capital pode acabar sendo afetado caso o hospital de campanha não inicie as obras como previsto inicialmente. Neste caso, a confiança na associação que representa os comerciantes do Distrito Federal também poderia ser afetada. “Estão querendo jogar a responsabilidade em cima do governador Ibaneis, mas a entrega dos leitos deveria ser um ato de solidariedade”, lamentou um secretário palaciano.

Lembra a reportagem que, antes de ser apresentada ao público, a unidade de saúde chegou a ser prometida ao GDF ainda no dia 7 de maio, o que fez com que alguns integrantes do alto escalão do governo acreditassem que um modelo ou projeto já estivesse adiantado.

Segundo o presidente da Fecomércio-DF, Francisco Maia, as acusações de que a entidade estaria fazendo “corpo mole” é “injusto” e que todo o processo de construção do hospital de campanha cumprirá as normas legais e seguirá as regras de licitação do Sesc. “Foi dito ao governador (Ibaneis) que iremos fazer tudo dentro das regras de licitação do Sesc.

Ele ressaltou também que a entidade presta contas ao Tribunal de Contas da União e às autoridades locais e federais. Assim, deve ser aberto um edital publico e a empresa que optar por atuar na construção, participará dentro das regras do Sesc.

Segundo sua assessoria da Fecomércio-DF, a entidade aguarda a licitação do terreno onde deverá ser construído o novo hospital de campanha. “Tem de acabar todo esse processo (licitatório), saber se o local já possui alguma estrutura ou não, para assim iniciar (a construção)”, declararam.

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