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Brasília

Coronavírus: GDF contesta Ministério da Saúde

Ibaneis discorda da avaliação do ministério da Saúde de que o DF será uma das cinco unidades da federação onde haverá maior número de casos de coronavírus

Catarina Lima

06/04/2020 17h51

Foto: Paulo Henrique Carvalho/Agência Brasília

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, discorda da avaliação do ministério da Saúde de que o DF será uma das cinco unidades da federação onde haverá maior número de casos de coronavírus. De acordo com dados da Saúde, existem na capital 15,5 casos para cada 100 mil habitantes, enquanto a média nacional é de 5,7 por 100 mil. Além do DF, o ministério da Saúde, apontou São Paulo, o Ceará, Amazonas e o Rio de Janeiro, como os casos mais graves de infecção por coronavírus, em que a curva do aumento pessoas contaminadas estaria crescendo. De acordo o último balanço do Ministério o Ceará deverá ser o primeiro estado a atingir o pico da doença.

“Estamos trabalhando para que o ministério da Saúde esteja errado. Não sei de onde o ministério tirou isso. Espero que eles correspondam financeiramente ao tamanho da declaração”, disse o governador ao Jornal de Brasília.

Quando fala em corresponder financeiramente o governador está referindo-se aos recursos destinados ao DF pelo governo Federal. Do total de R$ 1.024.154.700,00 repassados pelo governo brasileiros aos estados para o combate ao coronavírus, o DF recebeu R$ 15,4 milhões. Ibaneis já teria dito que o valor não é suficiente para as ações necessárias de combate ao coronavírus.

O secretário de Saúde, Francisco Araújo, busca aumentar a oferta de leitos de UTI no DF. No início da pandemia existiam 500 leitos, hoje a expectativa é de chegar a 900. O GDF chegou a solicitar 200 respiradores ao Ministério da Saúde. Também estão montando 200 leitos no Estádio Mané Garrincha, que funcionará com unidade de retaguarda. Ao preparar o DF para enfrentar o coronavírus, Araújo disse que está sendo criada uma estrutura paralela para dar conta de atender todos os casos de coronavírus que precisarem assistência hospitalar.

Um dos argumentos da equipe do governo do DF para contestar a projeção de casos feita para capital federal pelo ministério da Saúde é o fato de o Laboratório Central de Saúde Pública do DF (Lacen) estar com a fila de entrega de exames zerada, ou seja, não existe, segundo a assessoria da Secretaria de Saúde, atraso na entrega de resultados de exames. De acordo com a Secretaria, os resultados estão saindo em no máximo 48 horas.

Pela primeira vez, desde sua fundação, o Lacen está funcionando 24 horas por dia. “A gente só vê que está cansado, estressado, quando chega em casa, na hora em que para. Quando estamos aqui no laboratório, na adrenalina, parece que o cansaço não bate”, explicou o gerente de biologia quântica do Lacen, Fabiano Costa.

O Distrito Federal foi o primeiro ente da federação a adotar as medidas de isolamento social. Os comércios, shopping, academias, salões de beleza foram obrigados a fechar às portas desde o dia 18 de março. Até o final do dia de ontem Brasília tinha menos de 500 casos confirmados de covid-19, dos quais 14 são de pessoas que estão em estado grave, quarenta, moderado e 338 apresentam sinais leves e 10 pessoas morreram. O Plano Piloto segue com o maior número de casos, 138, seguido do Lago Sul com 59 e Águas Claras, com 55.

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