Willian Matos
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Ponto turístico do Distrito Federal, o Lago Paranoá é sempre visitado por moradores e turistas. No período de seca e temperaturas elevadas, então, o tráfego aumenta em 30%, segundo o Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur), da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Esse crescimento, no entanto, pode acarretar em uma ascensão negativa: a de acidentes.
De janeiro a julho desse ano, cinco mortes por afogamento foram registradas no Lago Paranoá — 14 em todo o DF, segundo a Secretaria de Segurança do Distrito Federal (SSP-DF). Na maioria dos salvamentos realizados pelo Corpo Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), as vítimas são homens, sendo eles jovens ou adultos. O consumo de bebida alcoólica também está presente na maioria.
O subcomandante do Grupamento de Busca e Salvamento, capitão Victor Mendonça, é quem afirma a respeito do perfil dos acidentados. Crianças, segundo ele, também merecem cuidado redobrado. “A distância de segurança é o braço do adulto. Jamais deve-se deixar crianças sozinhas, mesmo que em distâncias pequenas”, alerta o profissional.
Os banhistas (crianças e adultos) devem fazer uso de itens de segurança, como boias, coletes ou flutuadores. A corporação faz outras recomendações:
- – Evitar entrar na água após as refeições;
- – Nadar sempre acompanhado de uma embarcação, caso faça a travessia do lago;
- – Nadar na companhia de pelo menos uma pessoa e próximo à margem;
- – Evitar saltar de locais elevados para dentro da água (dar de ponta) e brincadeiras como “empurrões” e “caldos”;
- – Não utilize boias improvisadas. Usar colete é o mais indicado;
- – Não tentar fazer salvamentos, caso não seja devidamente treinado. Nesses casos jogue objetos flutuantes, como boias, bolas, pranchas ou cordas para resgatar vítimas e ligue imediatamente para o 193;
- – Crianças somente devem entrar na água acompanhadas dos pais ou responsáveis;
- – Observar e respeitar as placas proibitivas e evitar caminhar sobre pedras.
A corporação atua no Lago Paranoá em dois pontos específicos: Grupamento de Busca e Salvamento (GBS), próximo ao Palácio do Planalto, e Posto Avançado de Salvamento Aquático, próximo à Ponte JK. Os postos são equipados com duas lanchas, seis barcos (escaleres) e dois jet skis. Cerca de doze mergulhadores e guarda-vidas atuam nos locais, de segunda a domingo.
Aos finais de semana e feriados mais 15 bombeiros especialistas em salvamento e prevenção de afogamento reforçam o atendimento em outros cinco pontos.
“Os bombeiros ficam distribuídos por Prainha, Ponte JK, Ermida Dom Bosco, Ponte do Bragueto e ‘Piscinão do Lago Norte’ para que o atendimento seja mais ágil. Percebemos que o número de frequentadores do lago aumenta nos meses de férias, mas em agosto e setembro, que são meses de temperaturas altas e tempo seco, o número de banhistas cresce consideravelmente”, explicou Mendonça.
Segurança
Aos finais de semana o número de embarcações no Lago Paranoá pode chegar a cem. Para evitar acidentes e garantir a segurança dos banhistas, policiais do BPTur intensificam as rondas.
“O policiamento motorizado auxilia o lacustre, que consiste no policiamento feito dentro do lago, e é utilizado em pontos onde há maior concentração de pessoas e consumo de bebida alcoólica, uma das preocupações dos policias do batalhão”, explicou o comandante do BPTur, major André Caldas.
Os policiais do BPTur atuam de forma a evitar atropelamentos, uso indevido de bebida alcoólica por pilotos de embarcações e para coibir a pesca irregular. “Fazemos rondas também nas residências próximas ao lago, nas chamadas pontas de picolé, para coibir o crime nestes locais. Nos casos em que abordamos pilotos ingerindo bebida alcoólica, acionamos a Marinha, pois esta é uma infração prevista na lei de segurança do tráfego aquaviário. São eles os responsáveis pelas autuações e cobrança por documentos de embarcações e autorização para pilotar”, disse Caldas.
O policiamento é feito também em pontos como o Parque Asa Delta, Península dos Ministros, Pontão do Lago Sul, Prainha, Deck Sul e Norte e Ermida Dom Bosco.
Para frequentar o Lago em embarcações é necessário seguir algumas orientações preparadas pelo BPTur:
- – Não nadar de madrugada, muito cedo ou muito tarde. A iluminação solar é essencial para se ter mais noção de espaço no lago;
- – Não fazer manobras bruscas e arriscadas com embarcações e motos aquáticas;
- – Antes de navegar sempre se informe, antes do passeio, sobre o local para onde vai. Tire suas dúvidas com quem conhece o caminho e/ou a região;
- – Tenha certeza de que todos os passageiros estão sentados antes de acelerar. Do contrário corre-se o risco de machucá-los ou até de derrubá-los no lago;
- – Desvie dos barcos a remo e banhistas;
- – Diminua em 50% a velocidade habitual caso queira fazer o passeio durante a noite;
- – Navegue a mais de 200 metros de distância da praia;
- – Tenha em mãos habilitação e demais documentos obrigatórios;
- – Faça manutenção preventiva na sua embarcação;
- – Tenha coletes salva-vidas para todos a bordo.
Com informações da Agência Brasília