Menu
Brasília

Com vacinação em vista, população deve tomar cuidado com segunda onda de covid-19

No DF o primeiro caso foi confirmado em 7 de março. A paciente era uma mulher que apresentou sintomas da doença após viagem à Europa

Aline Rocha

31/12/2020 11h12

26 de fevereiro de 2020, quarta-feira, data da confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil. Desde então, o vírus se espalhou pelo país e, dia a dia, pessoas foram se contaminando em todos os estados. No Distrito Federal o primeiro caso confirmado foi na noite do dia 7 de março. A paciente era uma mulher que, aos 52 anos, apresentou sintomas da doença após viagem à Europa. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde na noite dessa quarta-feira (30), o Brasil já tem 7.619.200 casos confirmados e 55.649 óbitos e o DF conta com 251.135 diagnósticos e 4.248 vítimas fatais.

Nove meses após a primeira confirmação, o país permanece em estado de alerta pela pandemia. A infectologista do Hospital de Águas Claras, Ana Helena Germoglio, explica que desde de novembro do ano passado o sistema de saúde já estava esperando a chegada do vírus, mas não da forma que aconteceu. “A gente não imaginava que ele chegaria com tanta propriedade, com tanta intensidade”, explica.

“O conhecimento era bem pequeno pelo modo de transmissão e pelo modo de evitar o contágio principalmente entre nós, funcionários da Saúde, mas acho que na verdade o grande problema era por se tratar de uma doença nova, que tem uma letalidade relativamente alta”, relembra a infectologista. Segundo a médica, um dos maiores desafios enfrentados neste período foi “mobilizar a equipe praticamente toda do hospital para uma única doença”

Ela conta que, mesmo com todos os cuidados necessários para evitar o vírus, acabou se contaminando em agosto deste ano. “Não posso dizer que foi uma experiência boa, nem uma experiência leve, mas em comparação aos nossos pacientes que ficam internados foi bem menos intenso”, relata. Segundo a infectologista, um dos pontos de destaque foi a nova relação estabelecida entre médico e paciente. “O grande problema enquanto paciente mesmo é em relação ao que vai acontecer, a gente não sabe, e trabalha muito, mas tem que trabalhar muito mais como psicólogo dos pacientes daqui como médico”, explica.

Em dezembro deste ano o Ministério da Saúde anunciou uma prévia de como ocorrerá a vacinação no Brasil. Em quatro fases prioritárias a organização se daria da seguinte forma.

  • Na fase 1, profissionais da saúde, idosos a partir de 75 anos, população indígena e quem tem mais de 60 anos e vive em asilos ou instituições psiquiátricas.
  • Na fase 2, pessoas de 60 a 74 anos.
  • Na fase 3, pessoas com doenças que elevam o risco de agravamento da Covid-19, como as doenças cardiovasculares.
  • Na fase 4, professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e a população privada de liberdade.

A ideia do Brasil é iniciar o programa de vacinação em março de 2021. Programa que deve se prolongar por todo o ano que vem.

Segunda onda

A infectologista explica que ainda não é possível definir que o país esteja passando por uma segunda onda de casos ou apenas uma reincidência. “O que a gente tem em Brasília é um aumento do número de casos, um aumento da demanda do serviço hospitalar, seja privado ou público. Vários hospitais já estão aumentando bastante a sua demanda, aumentando a quantidade de pacientes internados”, afirma.

“A gente vê com bons olhos essas vacinas que estão chegando, seja da Pfizer, seja coronavac, qualquer uma delas na verdade. Quanto mais vacina a gente tiver e quanto mais essas vacinas tiverem uma eficácia boa, mais a gente pode levar para a população”, afirma a especialista.

Para o próximo ano, mesmo diante das expectativas para a vacinação, ela alerta para uma possível alta de casos em decorrência das festas de fim de ano. “É preciso que a população entenda que a pandemia não acabou”, explica, e continua: “mesmo com a chegada da vacina, a gente ainda vai precisar tomar as precauções que a gente vem orientando desde março, até a gente ter uma redução importante na quantidade de casos. Fora isso, a gente ainda vai ter que lidar com a pandemia pelo ano que vem. A gente espera que a população se comporte nas festas de fim de ano”, finaliza.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado