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Brasília

Codeplan prevê 56 mil casos de covid-19 no DF até 14 de julho

Mesmo com a projeção alta, a boa notícia, segundo o documento é a queda da taxa de crescimento dos casos de Covid-19 no Distrito Federal

Catarina Lima

16/06/2020 18h27

O Distrito Federal deverá ter o dia 30 de junho 39.067 pessoas contaminadas pelo novo coronavírus e 570 mortes, de acordo com projeção de boletim elaborado pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), que usou como referência os casos confirmados até o dia 14 de junho. Para daqui a 28 dias (14/07) são projetados para o DF 56.662 casos e 879 óbitos.

A boa notícia, segundo o documento, é a queda da taxa de crescimento dos casos de Covid 19 no Distrito Federal. O estudo da Codeplan constatou que a expansão da pandemia na capital do País caiu 3% entre os dias 24 de maio e 13 de junho. No período entre 7 e 13 de junho a taxa de crescimento do número de pessoas com confirmação da doença foi de 4,1%, enquanto na semana de 24 a 30 de maio, o índice era de 7,1%. Segundo projeções da Codeplan, se o fenômeno atual (4,1%) se mantiver constante, o Distrito Federal levaria entre 17 e 18 dias para dobrar os casos. Antes esse prazo seria de dez a 11 dias.

Estes números, no entanto, não afastam a preocupação da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) com a expansão do coronavírus no Distrito Federal. O médico José David Urbaéz, membro da entidade, disse que os testes rápidos, um dos indicadores para a tomada de decisões no DF, apresentam uma grande margem de erro e, por isso, não deveriam ser usados com parâmetro.

“Nunca o DF teve uma queda de casos. O teste rápido não mostra a verdade, ele serve para medir a prevalência da doença – quantas pessoas tiveram o coronavírus – e não quantas se contaminaram, devido a margem de erro. Para saber quantas se contaminaram o que deve ser usado é o teste PCR. O teste rápido deve ser feito apenas para fechar diagnóstico, após a realização do PCR”, explicou o médico. José David criticou a necessidade de abrir shoppings, por exemplo. “Não há necessidade de consumir neste momento. Está ficando desnudada a alucinação em que vivemos”.

Gutemberg Fialho, presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico), disse que a grande preocupação no momento no DF é com o aumento da contaminação. “O relaxamento do isolamento sem os cuidados também é preocupante”, avaliou. De acordo com a Codeplan o número de reprodução, ou seja, intensidade em que está ocorrendo a transmissão da covid-19 na cidade, é de 1,3.
Segundo Fialho, a margem de erro dos testes rápidos é de cerca de 40%. A Codeplan diz em seu estudo que já foram realizados no DF desde o dia 21 de abril 219.423 testes rápidos. Se a incidência de erro for realmente de 40%, como disse o presidente do SindMédicos, 87.762 dos exames feitos podem ter tido resultado errado.

O SindMédico fez uma pesquisa entre os dias os 3 e 12 de junho com 4.041 pessoas em todas as regiões administrativas do Distrito Federal. 56% dos entrevistados disseram considerar importante a adoção de medidas severas de isolamento social. Entre os pesquisados, 77% consideram importante a oferta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 79% acham que é indispensável que o governo ofereça testagem. E embora 80% julgue ter muita informação sobre a doença, 68% querem mais informações. “A população se queixa da falta de informação. Um exemplo disso é não ter sido informado a população de Ceilândia que o hospital da cidade, o HRC passaria a atender apenas casos de covid-19”, explicou Gutemberg.

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