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Brasília

Caso Louise Ribeiro: testemunhas são ouvidas

Arquivo Geral

22/06/2016 20h14

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) iniciou, por volta das 14h20, a audiência para colher os depoimentos em torno da morte da estudante de biologia da Universidade de Brasília (UnB) Louise Ribeiro, assassinada no dia 10 de março pelo colega de curso Vinícius Neres, de 20 anos.

Inicialmente, foi ouvido o policial responsável pelas investigações na noite do crime. De acordo com ele, o suspeito Vinicius Neres respondeu a todas as perguntas que lhe foram feitas e o levou ao local onde estava o corpo e onde tinha deixado os pertences da vítima.

“Vinícius não ofereceu resistência em nenhum momento e disse que pensou em se suicidar, mas não teve coragem”, afirmou o depoente. Ainda segundo o policial, a vítima foi encontrada amarrada, com um arame nas pernas e uma algema de plástico nas mãos.

“Vinícius insistiu para ninguém usar a sala”

Em seguida, a professora de Ciências Biológicas da UnB e orientadora de Vinícius foi ouvida. De acordo com ela, Louise costumava ir às aulas com Vinícius, quando os dois demonstravam comportamento de um casal apaixonado. “A jovem frequentou as aulas de agosto a dezembro. Depois das férias, em fevereiro, notei a falta dela e perguntei por onde ela andava, Vinicius me respondeu que ela estava de férias, no Rio de Janeiro”, detalhou.

Ainda de acordo com a orientadora, a sala onde Louise foi assassinada possuía muito material de pesquisa e trabalho, inclusive o lacre usado para algemar a vítima. “Dias antes do crime, Vinícius pediu autorização para usar a sala para um novo experimento. Na ocasião, ele afirmou que as janelas precisariam estar tampadas”, relatou a professora.

A terceira testemunha foi um estudante da UnB, que confirmou a versão contada pela orientadora. “Uma semana antes do crime, Vinícius avisou que iria usar a sala para um experimento fotográfico. Ele insistiu em alertar que ninguém deveria entrar lá, pois o experimento era fotossensível”, relembrou a aluna.

Família desconfiou de mensagens

O pai da vítima informou que não sabia do relacionamento entre os jovens e que só havia encontrado o suspeito em uma única ocasião. “Eram 23h e a Louise não tinha retornado. Começamos a receber mensagens no celular como se fossem dela, mas percebemos que havia algo errado e procuramos a delegacia”, afirmou. Ainda segundo ele, Vinícius chegou a procurá-lo em seguida e disse não ter se encontrado com Louise.

O depoente disse que a mãe da vítima não compareceu à audiência porque não conseguiu dormir e pela manhã teve uma crise de choro. De acordo com o TJDFT, todos os depoimentos destacaram que o suspeito era um ótimo aluno e que não apresentava problemas, sendo apenas um pouco reservado.

Depoimento de Vinícius Neres

Em depoimento, Vinícius disse que namorou a vítima de 10 de abril de 2015 a 14 de janeiro de 2016. “Louise viajou com a família de férias em dezembro de 2015 e nos falamos pouco, por falta de internet. Voltamos a nos encontrar no dia 6 ou 7 de janeiro, mas ela já estava bastante diferente e distante”, desabafou. Ainda segundo ele, Louise terminou o relacionamento no dia 14 de janeiro, o que o deixou muito triste e baqueado. “Eu pedi várias vezes para voltarmos, mas ela não quis. Ela foi a namorada que eu mais gostei, fazíamos planos juntos”, pontuou.

De acordo com Vinícius, antes de namorar com a vítima, ele chegou a ter alguns pensamentos suicidas e comentou com a jovem, que relatou o fato para algumas colegas. No entanto, ainda segundo ele, na época do namoro não teve mais esses pensamentos. Com o término, ele decidiu se matar com clorofórmio, pois já havia estudado o efeito da droga no organismo.

Vinícius relatou ainda que, no dia do encontro, não pretendia tirar a vida Louise, mas sim dizer à jovem que iria se matar. No entanto, de acordo com ele, após a notícia a estudante o abraçou e disse que sentiria sua falta, o que o deixou com raiva, pois sabia que era mentira.

Nesse momento, ele a atacou com clorofórmio, que já estava aberto. “Ao ser atacada, Louise ficou tonta. Sentei ela em uma cadeira e a fiz cheirar mais clorofórmio”, relatou. “Quando ela desfaleceu e não apresentava mais sinais vitais, derramei o produto em sua garganta para certificar a morte”, continuou.

Vinícius Neres negou que tenha premeditado a morte da jovem. Perguntado sobre o hematoma na cabeça da vítima, o réu disse que aconteceu no momento em que ela caiu da cadeira. Em seguida, disse ao promotor que houve luta corporal, no momento em que ele deu uma gravata nela. “Ah, então houve luta corporal”, perguntou o promotor. Ele confirmou. “No momento da gravata, quando ela tentou se defender”, concluiu.

À advogada de defesa, Vinícius disse que, na época dos fatos, estava sofrendo muita cobrança por parte do pai para prestar concurso público e que dava aulas particulares, além de estar em uma fase ‘bem puxada’ na UnB. Ao ser perguntado sobre ter confessado o crime tão rápido, o réu disse alegou estar muito arrependido.

Relembre o caso

De acordo com a Polícia Militar, Louise Ribeiro foi morta pelo colega de curso Vinicius Neres após ser forçada a ingerir clorofórmio dentro de um laboratório do curso de biologia da Universidade de Brasília (UnB), no dia 10 de março.

No dia seguinte, o estudante foi preso e confessou ter matado a jovem. Segundo ele, o motivo seria porque ela não queria namorar com ele.

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