Menu
Brasília

Campeonato Gay de Futebol: aberto o placar da diversidade

Arquivo Geral

24/11/2017 7h00

Os jogadores do Bravus FC se preparam para o torneio no Rio. Foto: João Stangherlin

Pedro Marra
[email protected]

São “8 times do Brasil mostrando que futebol é pra mano, mana e mona”. Esse é o lema do 1º Campeonato de Futebol Gay do país – disputado em campo society –, marcado para amanhã, de 12h às 19h, no Rio de Janeiro. A LiGay Nacional de Futebol (LGNF) separou os participantes em dois grupos – maravylhosas e lyndas –, com quatro times cada.

Os 120 jogadores inscritos irão se enfrentar em confronto direto. Os dois melhores de cada chave se classificam para a semifinal, com a disputa de terceiro lugar, além da grande final. As regras são as mesmas do fut7, modalidade praticada por sete pessoas.

As equipes BeesCats e Alligaytors, do Rio de Janeiro, Futeboys e Unicorns, de São Paulo, Bharbixas, de Belo Horizonte, Bravus, de Brasília, Magia, de Porto Alegre, e Sereyos, de Florianópolis, estão na disputa pelo título inédito. A criação do torneio surgiu após alguns times disputarem a Taça Hornet de Futebol da Diversidade, realizada em julho deste ano, em São Paulo.

“A partir desse torneio, decidimos fomentar a criação de outros times pelo país. Devido ao bullying sofrido na juventude, muitos gays deixaram de praticar futebol e agora estão tendo a chance de voltar a jogar em um ambiente saudável”, conta o carioca André Machado, líder dos Beescats e da LiGay.

“Como representante da LiGay, vou lutar para que os nossos times disputem, em agosto, o World Gay Games (Jogos Mundiais de Gays), que vai acontecer em Paris”, adianta.

Brasília será representada no campeonato pelo Bravus FC. No escudo do time, criado em agosto deste ano por um grupo de amigos, uma homenagem ao lobo Guará, animal típico da cidade. Todas as terças e quintas-feiras, eles se reúnem, às 21h30, em um centro de futebol society da Asa Sul.

O Bravus FC tem hoje 32 jogadores, mas apenas 13 viajarão para o Rio de Janeiro. “Jogamos três vezes contra equipes amadoras de héteros e ganhamos todas as partidas”, conta o servidor público Rodrigo Antonello, de 36 anos e líder do Bravus FC. “O time tem atletas de todas as classes sociais. Nunca fui de jogar futebol pelo medo de sofrer preconceito”, completa.

Divulgação

O publicitário Leonardo Machado, de 27 anos, é atleta do Bharbixas (MG), mas não estará em campo, pois será responsável pela cobertura do torneio nas redes sociais dos mineiros e da LiGay. “Percebemos que até mesmo a minoria LGBT (Lésbicos, Gays, bissexuais e transexuais), em Belo Horizonte, pensam que futebol não foi feito para gay”, analisa.

Saiba mais

  • O ator carioca Wesley Barvara animará o público vestido como a drag queen ‘Bárvarah Pah’ e dará pitacos durante a narração das partidas. “Quero trazer descontração, sem falar sobre jogadas firmes e brigas. Antes de me reconhecer como drag, fugia do ambiente heteronormativo. Tomara que um dia a gente não tenha essa separação”, almeja ela, que fará dupla com a também dragqueen, Suzy Brasil.
  • Após a realização do campeonato nacional no Rio de Janeiro, times de Sergipe, Porto Alegre, Curitiba e outros quatro de São Paulo já pediram filiação à Li Gay.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado