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Brasília

Brasiliense, Gama e torcedores seguem ‘ilesos’ após confusão

Arquivo Geral

14/03/2017 7h00

O estádio ficará fechado para jogos de futebol até receber os devidos reparos. Foto: Myke Sena

Rosana Jesus
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Após a confusão no clássico entre Brasiliense e Gama, no Bezerrão, no último domingo, o Tribunal de Justiça Desportiva do Distrito Federal (TJD-DF) decidiu interditar o estádio. A medida, que prevê multa estipulada em R$ 50 mil caso a ordem não seja cumprida, é provisória e cabe recurso. A decisão foi deferida pelo presidente do TJD-DF, Henrique Celso.

“O parecer foi baseado na falta de segurança adequada para o jogo e nas condições insatisfatórias do estádio. O responsável por isso é o time mandante (o Gama)”, argumenta Henrique. “O alambrado baixo e a quantidade mínima de policiais facilitaram o ocorrido e isso não pode acontecer. O time da casa tinha de contratar 152 seguranças, mas não havia nem 50”, afirma. Os clubes envolvidos, no entanto, não sofreram sanções até o fechamento desta edição.

Para voltar a usar o Estádio Bezerrão, o Gama terá que apresentar um projeto de segurança e comprovar que o mesmo será cumprido para que a arena seja liberada. O Tribunal também deixou claro que os danos causados ao Bezerrão serão de responsabilidade do clube mandante.

Na contramão do que determinou o TJD-DF, o administrador do Bezerrão, Alexandre Santos, garante que o estádio segue livre para receber os jogos. “O estádio não vai parar de funcionar, uma vez que ainda não fomos notificados, mesmo assim, a Federação tomaria as providências necessárias”, assegura.

Saiba mais

  • Segundo a Polícia Militar do DF, a Federação já havia sido informada sobre possíveis problemas e riscos relacionados aos jogos realizados no Bezerrão, devido a rivalidade entre as torcidas. A corporação afirma ainda que a segurança na parte interna do estádio é de responsabilidade da segurança privada, que escalou apenas 80 agentes e não 150 como previsto no planejamento para o jogo.
  • Sobre a briga, a polícia acrescenta que, antes dos jogos, se reúne com as torcidas organizadas e faz uma série de exigências. Mas diferente do que acontece em outros Estados, as torcidas no DF não se dão como instituição jurídica com registro de seus membros. Ainda assim, a PM afirma não ter a prerrogativa de cancelar um jogo devido a estas irregularidade e ou qualquer desrespeito as normas e acordos firmados anteriormente, como o não cumprimento do acordo pela empresa contratada, que não disponibilizou.
  • A PM afirmou ainda que não efetuou prisões durante a pancadaria para não aumentar o tumulto. Já a Polícia Civil informou que não abriu investigação porque nenhum boletim de ocorrência foi aberto.

O presidente do Gama, Weber Magalhães, afirma que o time só vai se manifestar sobre o assunto quando for comunicado da decisão oficialmente. “Por enquanto estamos apenas aguardando a liminar. A Federação ainda não entrou em contato com o clube, mas deverá falar em breve”, afirmou o dirigente, que iria se reunir na noite de ontem com diretores do Alviverde para estabelecer uma estratégia de defesa.

Por meio da assessoria, a Federação de Futebol do DF informou que não vai entrar com recurso contra a liminar. De acordo com a entidade, o Gama é quem deve responder pela decisão jurídica.

A Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer esclarece que também não recebeu, oficialmente, a decisão do TJD. Quanto à organização da partida, a secretaria ressalta que foram obedecidos todos os procedimentos para o jogo. A emissão de laudos técnicos para o funcionamento do estádio e disponibilização de equipes técnicas para providências administrativas, foram seguidas normalmente.

Súmula complica o Gama

A pancadaria entre jogadores e torcedores das equipes do Gama e do Brasiliense foi detalhada pelo árbitro da partida, Almir da Silva Camargo, na súmula do jogo – o documento foi entregue à federação no início da noite de ontem. Além de registrar a confusão citando nomes e atitudes de jogadores e comissões técnicas, ele explicou que as 10 expulsões (6 do Gama e 4 do Brasiliense) não foram aplicadas com cartão devido à insegurança no campo, que contava com apenas “13 policiais e três seguranças”.

A situação do Gama ficou ainda pior devido a outros episódios narrados por Almir. Segundo consta no documento, aos 4 minutos do segundo tempo, a torcida da casa jogou quatro garrafas de água mineral dentro do campo, sem que ninguém fosse atingido.

Outro fato citado por Almir ocorreu após a confusão generalizada no gramado do Bezerrão. “Em nossa saída e ainda nas dependências do estádio, escoltados pelos policiais, foi arremessada uma lata cheia de cerveja por um torcedor do Gama, que não chegou a atingir ninguém”, relata o árbitro. “Esperamos que esse fato não manche o futebol de Brasília e muito menos a arbitragem, que tinha o controle do jogo e por uma briga entre atletas desencadeou uma confusão grande”, finaliza.

 

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