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Brasília

Brasileiros embarcam para última chance olímpica nos saltos ornamentais

Arquivo Geral

09/02/2008 0h00

Os próximos dias serão decisivos para quatro saltadores brasileiros. Com viagem à China programada para o próximo domingo, Cassius Duran, Hugo Parisi, Ubirajara Barbosa e Juliana Veloso visitam o país das Olimpíadas justamente para garantir um lugar na competição mais importante do esporte mundial. É a última chance de eles carimbarem o passaporte a Pequim.

Para continuar mantendo o sonho olímpico, eles terão que estar entre os 18 semifinalistas em suas respectivas provas da Copa do Mundo da modalidade, que será disputada entre 19 e 25 de fevereiro no Cubo D’Água, uma das sedes dos Jogos Olímpicos. “Todos têm chances de conquistar uma das vagas restantes em cada prova”, afirma Alice Kohler, supervisora de saltos ornamentais da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA).

Até o momento, o Brasil possui apenas uma vaga nas Olimpíadas, com César Castro no trampolim de 3m. Em Pequim, Ubirajara Barbosa tentará assegurar mais um lugar para o Brasil na prova, enquanto Hugo Parisi e Cassius Duran querem se classificar na plataforma masculina. Juliana Veloso, por sua vez, busca uma vaga na plataforma e no trampolim de 3m feminino.

Com duas Olimpíadas no currículo, Cassius Duran até mudou a forma de treinamento para fazer bonito na disputa. “Resolvi priorizar a parte física para poder prolongar também a vida de atleta”, comentou o atleta do Pinheiros que desde o final dos Jogos Pan-americanos fez uma média de seis horas diárias de treinos.

As últimas Olimpíadas não foram exatamente como Duran, de 28 anos, imaginava. O sonho de ficar entre os 12 melhores em Atenas na plataforma foi prejudicado por uma ruptura no abdômen cerca de um mês antes da disputa. “Por causa disso, eu tive que fazer repouso e passei a não treinar. Acabei até perdendo um pouco da forma física”, lembra. Cassius terminou a disputa apenas na 24ª colocação.

Quem também pretende substituir as lembranças de Atenas é Ubirajara Barbosa. Também atleta do Pinheiros, ele perdeu a vaga nas últimas Olimpíadas por conta de um desencontro com a CBDA, que lhe deu uma vaga no trampolim de 3m e depois a transferiu para o brasiliense Hugo Parisi por questões de pontuação.

“Depois disso, a vontade de participar das Olimpíadas ficou na garganta”, admite o atleta, que vai executar um salto novo na Copa do Mundo. “Ainda não está muito bem treinado, mas como na última competição que eu fiz, deu certo, eu resolvi tentar. Estou muito animado para estas Olimpíadas”, contou.

Ele, porém, sabe das dificuldades que terá na seletiva, uma vez que diversos atletas do mundo inteiro também querem voltar a Pequim em agosto. “Será uma competição muito forte. Dizem que até mais que as Olimpíadas, pois está todo mundo desesperado para garantir a vaga”, analisa.

Bira, como é conhecido, foi escalado pela comissão-técnica da CBDA para disputar o trampolim de 3m nos Jogos Pan-americanos, apesar de Castro ter melhor índice para a disputa. Os dirigentes justificaram a decisão dizendo que César se desgastaria demais disputando a prova, pois ainda participaria de outras três competições. Menos de três meses antes do Pan, porém, o brasiliense resolveu disputar o trampolim de 3m e a vaga foi devolvida a ele, deixando Barbosa de fora. Mais de seis meses depois, ele garante que já superou o “trauma”.

“Fiquei meio deprê porque não fui para o Pan, mas não se pode jogar fora todo o trabalho que eu fiz desde então. Não quero dar resposta nenhuma para a CBDA”, conta o saltador, que atualmente, ele sobrevive com o que ganha do clube paulistano e do Bolsa-Atleta. “O Pinheiros é como um pai para mim. Eu amo este clube”, garante.

A preocupação de Bira é diminuir ao máximo a influência do aspecto psicológico em seu desempenho na seletiva. “A gente treina, mas na hora do salto tem que ser o seu dia. Se não for, não rola uma boa apresentação. É igual prova de escola”, brinca. “Mas a gente conversa com psicólogas para fazer com que essa variação seja menor”, assegura.

Cassius também admite que está se sentindo pressionado pela conquista da vaga, mas é outro que minimiza o sentimento. “Isso é natural em ano olímpico, afinal é a nossa única chance depois de milhares de horas de treinamento e nós não podemos falhar. Entretanto, com o tempo vamos aprendendo a suportar e ver isso pelo lado positivo”, explica.

Antes de ir até Pequim, os saltadores brasileiros fazem uma parada em um centro de treinamento na cidade de Tianjing. Mesmo já classificado, César Castro também vai à China, onde pretende treinar e observar de perto os adversários que possivelmente encontrará nas Olimpíadas.

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