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Brasília

AO VIVO: Retomada da economia – Crédito para os pequenos empreendedores

Acompanhe em tempo real o bate papo com Valdir Oliveira, do Sebrae-DF e Afif Domingos, Assessor especial do Ministro da Economia

Redação Jornal de Brasília

14/07/2020 16h12

Atualizada 15/07/2020 8h15

Pequenas e microempresas precisam, no pós-pandemia, de medidas mais inteligentes e menos políticas, dizem especialistas

Secretário executivo do Ministério da Economia e superintendente do Sebrae no DF veem como alternativas ideais para ajudar o segmento, ambiente simplificado de negócios, menos burocracia e mais facilidade de crédito

Hylda Cavalcante

A economia das pequenas e microempresas no período pós-pandemia precisa de mais medidas inteligentes e menos politizadas, de um ambiente simplificado de negócios, de menos burocracia e mais facilidades de crédito. Este foi o resumo das necessidades deste setor apresentadas ontem (14), durante live promovida pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) com o assessor especial do Ministério da Economia, Guilherme Afif Domingos, e o superintendente do Sebrae no DF, Valdir Oliveira.

Os dois disseram que veem com boas expectativas a economia após esse período turbulento, pelo fato de o Brasil continuar exportando. E, sobretudo, por boa parte dos micro e pequenos empresários estarem se adaptando ao mundo digital para seguir atuando. Mas destacaram a importância de ser feita uma reforma tributária rapidamente no país. Primeiro, para reduzir a carga de impostos destes pequenos e médios empreendedores. Depois, para permitir um retorno da geração de emprego e renda.

A proposta de reforma tributária foi muito discutida no Congresso Nacional na última semana e há a expectativa de envio, nos próximos dias, de um texto do governo para o Legislativo, para que possa tramitar neste segundo semestre pela Câmara dos Deputados e Senado.

Valdir Oliveira lembrou situações difíceis que têm sido observadas em setores como restaurantes e bares, que passam por problemas. Tanto ele como Afif Domingos disseram achar que a solução para o aquecimento da economia como um todo passa pela liberação de mais crédito.

“Apesar da crise, estamos nos equilibrando e procurando nos ajustar dentro do novo normal, mas sabemos que é uma situação difícil e que não é observada só no Brasil, mas no mundo inteiro”, destacou.

Já Afif Domingos disse que em 40 anos de vida pública nunca viu algo parecido. “O comércio antes reclamava dos anos com muitos feriados, os empresários diziam que aquele não seria um ano bom para eles porque faturariam menos com o fechamento das lojas. Imagine agora, com tanta gente mantendo as portas fechadas há 120 dias”, comparou.

Reabertura

Domingos afirmou que grande parte dos comerciantes não aguenta ficar parado por tanto tempo, motivo pelo qual é preciso avaliar com muito cuidado a situação e formas de reabertura gradual do comércio. Mas ele não acha que a solução passe pela abertura de lojas em horários reduzidos.

“A solução não é abertura do comércio durante poucas horas, como muitos governos têm feito, porque isso só leva à concentração de pessoas. Precisamos de outras medidas”, argumentou. “A verdade é que ainda não há certeza sobre como vai acontecer da melhor forma essa reabertura em nenhuma parte do mundo”, disse.

O secretário do Ministério da Economia, que já presidiu o Sebrae Nacional, disse ainda que o que é preciso fazer é dar todas as orientações em termos de critérios sanitários e cuidados médicos para que os empresários promovam um correto funcionamento do comércio durante a retomada, acrescentou.

Valdir Oliveira, por sua vez, afirmou embora a economia esteja vivendo um ciclo de dificuldades, o empreendedor brasileiro é muito criativo e muito antes do que imaginamos se reinventará. “Principalmente nas pequenos empresas”, ressaltou. Ele deixou clara, no entanto, a importância de serem oferecidas oportunidades para estes pequeno empreendedores, como mais medidas de incentivo ao crédito, por exemplo.

“O ano de 2020 não é um ano perdido. Os sinais vitais da economia estão aí, no agronegócio, por exemplo, que mesmo com a pandemia bateu recorde de produção . O centro digital está sendo descoberto numa rapidez fantástica pelos empreendedores”, acrescentou.

Sobre a reforma tributária, Afif Domingos destacou que a alteração fará grande diferença na vida das pessoas e poderá levar a simplificações para as empresas, o que permitirá a geração de empregos.

No tocante ao crédito, os dois dirigentes enfatizaram que mesmo o acesso ao que foi oferecido não tendo chegado a todos, acham que haverá mais facilidades com o estímulo que tem sido dado à estrutura bancária do país para facilitar este crédito junto aos fornecedores. Avaliam que, com o andamento destas medidas, os fornecedores, por sua vez, tenderão a alimentar os pequenos e microempresários.

Ao comentarem pesquisa recente do Sebrae que constatou que 46% do total do segmento buscou crédito, mas somente 18% conseguiu, eles afirmaram que as dificuldades de crédito para o setor fazem parte de uma cultura antiga junto ao sistema financeiro, mas estão otimistas que dias melhores virão até o final do ano.

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