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Brasília

Ano Novo não muito feliz para o comércio

Expectativa dos lojistas é baixa quanto a uma melhora das vendas nesta semana de réveillon. Esperança está nas liquidações

Vítor Mendonça

29/12/2020 6h57

Foto: Vitor Mendonça: Jornal de Brasília

Nem reveillon anima lojistas

Comércio tem expectativa de baixas vendas para o Ano Novo. Esperança está nas liquidações.

Ao que tudo indica, as roupas do réveillon de 2019 serão reaproveitadas para a virada deste ano. As vendas de roupas para a última noite de 2020 no Distrito Federal devem cair em pelo menos 20% em comparação ao resultado obtido na mesma época do ano passado, quando houve crescimento de 65% na comercialização, principalmente das vestimentas de cores temáticas. Ainda, o fluxo de pessoas deve girar em torno de 50% do registrado em outros anos.

De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista do DF, Edson de Castro, as festas temáticas de virada de ano costumam motivar os clientes a irem às lojas e shoppings para comprar novas roupas. Este ano, porém, pela proibição da realização de bailes, shows, festas e outros eventos que tenham aglomerações, o estímulo para sair de casa é menor, e as comemorações deverão ser mais intimistas.

No dia 18 de novembro, foi publicado no Diário Oficial do DF novo decreto do governador Ibaneis Rocha (MDB), que cancela todas as comemorações públicas voltadas às festas de fim de ano, além do carnaval. A permissão concedida, entretanto, se dá apenas para realização de atividades coletivas culturais em estacionamentos “desde que as pessoas permaneçam dentro de seus veículos, devendo ser observada a distância mínima de dois metros entre cada veículo estacionado”.

“Agora a virada do ano será comemorada, na maioria dos casos, em casa, reunindo familiares em número menor que em outros anos. Todo cuidado é pouco”, comentou Edson. Ainda segundo ele, por mais que haja movimentação menor que a usual, a esperança é que a cor branca e outras tradicionais predominem nos trajes para a passagem de 2020 para 2021.

50 mil pessoas

“Estamos esperando cerca de 50 mil pessoas no comércio este ano, mas, nos anos anteriores, esse número era de 100 mil, aproximadamente”, afirmou o presidente do Sindivarejista. “O que deve atrair as pessoas para as lojas são as trocas dos presentes de Natal, quando normalmente os clientes acabam levando outra peça. E as liquidações também podem ajudar”, continuou.

Gerente da loja de moda feminina 2 Tempos da 305 Sul, Su Menezes, afirma que, de fato, as vendas estão inferiores às do ano passado na unidade que administra. Em relação a 2019, as saídas de peças foram entre 10% a 15% mais baixas, mas a aposta permanece nas tradicionais cores. Apesar da retração, a fidelidade da clientela do negócio anima a vendedora para que o fluxo de compras seja satisfatório. “Não foi fácil, mas tivemos um bom movimento no Natal e temos uma expectativa grande para o Réveillon”, disse.

Busca pelo verde

“Com relação às cores, tivemos muito a busca do estampado, do amarelo e do rosa pink, que vieram com muita força neste ano. Mas os destaques têm sido mesmo para o vermelho e, principalmente, para o verde – a procura está grande”, comentou a gerente. Na tradição supersticiosa, a cor primária significa esperança e saúde – duas qualidades necessárias diante da pandemia do novo coronavírus. A busca da tradicional cor branca também permanece no gosto da clientela, segundo Su.

Pijamas no lugar dos vestidos

De acordo com a gerente, muitas clientes afirmam que a virada vai ser dentro de casa, de pijama. “Aí tentamos conversar falando para que haja pelo menos uma roupa nova, com uma blusa mais arrumada nem que seja para vestir, tirar fotos e colocar o pijama novamente”, brincou. “Damos essa sugestão para dar uma animada. Esperamos que o ano que vem seja diferente, com uma vacina o quanto antes e a saúde garantida. […] Desejamos saúde, prosperidade e um ano brilhante para todos nós”, finalizou.

Foi justamente com pijamas que a loja Lilu Malhas conseguiu aumentar as vendas da loja em cerca de 50% durante o ano marcado pela pandemia da covid-19, uma vez que muitos procuravam roupas mais confortáveis para ficar em casa. Nas comemorações de ano novo, a gerente Lauana Ribeiro conta que os itens mais procurados são as lingeries amarelas e brancas.

“Em comparação ao ano passado, as vendas se mantiveram as mesmas nesta época do ano”, destacou a gerente. Para os bons resultados, ela dá crédito, além das comemorações de fim de ano, ao valor cotidiano das peças íntimas femininas. “São artigos tradicionais. O segmento das íntimas se preparou para isso: foram feitas camisolas com as palavras serenidade, saúde e amor, justamente para as pessoas ficarem em casa.”

Saiba Mais

Uma das esperanças para o presidente do Sindivarejista é que as liquidações pós Natal, que se estendem até o fim de fevereiro, ajudem a alavancar o comércio local.

“As promoções começam agora nesta semana nas lojas do DF, mas neste período ainda é fraco porque muita gente costuma viajar. Mas no fim das contas, não sabemos o que vai acontecer – é uma incerteza o que estamos vivendo”, disse. “As vendas ainda não estão acontecendo bem.”

“Mas liquidação é liquidação. As pessoas que não compraram algum produto por achá-lo caro, costumam aproveitar os preços baixos”, colocou.

Mas o que pode atrapalhar – e já teve impacto nas vendas de Natal – são as vendas pela internet, cujo maior lucro obtido nas lojas on-line não ficam nas cidades locais dos consumidores.

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