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Brasília

Anac reforça medidas de segurança; passageiros aprovam

Arquivo Geral

19/07/2016 6h52

Hugo Barreto

João Paulo Mariano
Especial para o Jornal de Brasília
Novas regras da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a respeito da segurança nos aeroportos brasileiros modificaram a forma da inspeção de malas e a revista a passageiros em voos domésticos. Em tempos de Olimpíada, o receio da população era de que as filas ficassem gigantes. Mas, ontem, enquanto a reportagem do JBr. esteve no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, não houve tantos transtornos como em outros terminais do País.

A partir de agora, adultos – com ou sem deficiência – e até mesmo crianças poderão passar por uma revista pessoal, mesmo que tenham sido submetidos ao detector de metais. A intenção é trazer ainda mais segurança ao processo, e não há previsão para o fim das ações. Por motivos de segurança, a Anac não divulga nem a idade mínima para as revistas físicas nem os critérios utilizados para as pessoas serem escolhidas.

Quem se negar a fazê-lo não terá acesso à área de embarque. Os procedimentos devem ser executados por agente do mesmo sexo da pessoa averiguada e podem ocorrer em público, ou, caso o passageiro peça, em local privado.

Para as malas, a principal novidade é que os passageiros precisarão retirar notebooks, que, por ventura, estejam em meio aos seus pertences. Segundo a Anac, a presença do aparelho eletrônico dificulta a fiscalização de outros objetos na mala. Da mesma forma que pode ocorrer com a revista pessoal, quem se recusar a abrir a mala pode ser proibido de acessar a área de embarque.

Moradores de Belém (PA), o supervisor Fabrício Bastos e a estudante de Medicina Lívia Aguiar estavam em Brasília com o pequeno Francisco Miguel, de sete meses, para visitar familiares brasilienses. Para Bastos, segurança nunca é demais, em especial neste tempo de Olimpíada. Ele avalia que o Brasil não tem a capacidade de garantir toda a segurança neste momento. A mulher dele aprova o rigor. “Prefiro que seja assim do que o meu marido e meu filho passem por alguma situação de perigo”, admite.

A autônoma Marlene Oliveira veio a Brasília visitar a filha. Ela mora em São Paulo e aprovou a novidade. “Já pensou se algum desses terroristas entra no Brasil? O País é muito visado”, observa a passageira, ao lembrar do ditado que diz que “o seguro morreu de velho”.
Para a paulistana, até as filas não devem ser um problema, pois ela achou que aqui em Brasília foi bem tranquilo. Marlene se preocupa mais com o Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

Novidades surpreendem usuários

As amigas Maria de Bethânia Machado e Ana Elizabete Prado, ambas terapeutas, passaram um período de férias perto da capital. Uma estava em São Jorge, e a outra em Alto Paraíso, municípios goianos próximos à Chapada dos Veadeiros. Mas elas só conseguiram matar a saudade no aeroporto, antes de embarcar, e se sentiram surpresas ao ouvir falar da modificação das normas.

“Eu acho que tem que ter (as normas). Não há nada demais nisso”, afirma Elizabete Prado. Para Maria Betânia, quanto mais segurança, melhor, até mesmo porque isso já se faz em voos internacionais.
A autônoma Ludmila Campos é brasiliense e vai passar férias em Recife por alguns dias para “fugir da Olimpíada”. Ela também nem ficou sabendo da modificação da lei, mas não deixa de entender que é muito importante.

A Anac garante que a mudança na legislação não tem ligação com os Jogos Olímpicos Rio 2016 ou qualquer outro tipo de fator externo. É apenas para manter uma melhor segurança. A agência ainda informa que os profissionais foram treinados para as vistorias e inspeções e busca maneiras de evitar filas.
A Anac também recomenda que os passageiros cheguem ao embarque com duas horas de antecedências para voos nacionais e três horas para domésticos. Quem portar notebooks deve retirá-lo da bagagem antes mesmo de chegar à área de vistorias, para agilizar o processo.

Saiba mais

O aeroporto mais afetado ontem foi o de Congonhas, na zona sul de São Paulo. A fila para entrar na área do raio X chegou até o saguão do terminal, no andar de baixo. Internautas em uma rede social afirmaram que a demora durou até duas horas. A região do check-in também ficou lotada de passageiros.
Ao todo, cinco voos atrasaram e um foi cancelado. O fluxo de pessoas foi mais intenso das 6h até as 9h. No período, a previsão era de 63 decolagens no terminal da capital paulista.

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