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Brasília

Volta às aulas na rede pública: SEEDF se prepara para receber os alunos

Ao Jornal de Brasília, a secretária de educação revelou que 2024 contará com novos projetos e investimentos

Mayra Dias

15/02/2024 18h23

FOTO: LUCIO BERNARDO AG. BRASÍLIA

O ano letivo na rede pública de ensino do Distrito Federal começa na próxima segunda-feira (19), e a Secretaria de Educação vem trabalhando arduamente para garantir a melhor recepção aos estudantes. A secretária Hélvia Paranaguá, contou ao Jornal de Brasília que, durante o período de férias, a preparação, tanto pedagógica quanto estrutural foi intensa, e os alunos podem esperar os melhores resultados desses esforços esse ano. “Estamos nos preparando para o início do ano letivo com várias ações. Além da limpeza das escolas, preparamos lançamentos voltados à alfabetização”, conta a titular.

Como explica Hélvia, o calendário inclui 200 dias letivos obrigatórios, divididos entre o primeiro e segundo semestres, oferecendo uma estrutura sólida para o aprendizado ao longo do ano. Além das férias que começarão no dia 19 de dezembro, os alunos também terão o recesso do mês de julho. Vale destacar que as Instituições Educacionais Parceiras (IEP), que incluem creches conveniadas, também seguirão o mesmo cronograma, começando suas atividades em 19 de fevereiro.

Para os estudantes dos Centros Interescolares de Línguas (CIL), as aulas do primeiro semestre iniciarão em 26 de fevereiro e se estenderão até 10 de julho. Já o segundo semestre está programado para o período de 5 de agosto até 20 de dezembro. Este calendário semestral também é aplicável aos estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e da Educação Profissional e Tecnológica.

Projetos e investimentos

A secretária compartilhou que, para o ano de 2024, está previsto o lançamento de um novo projeto que promete contribuir na alfabetização das crianças da rede pública. “Em março lançaremos o programa principal da secretaria de educação, que faz parte do pacto que firmamos com o MEC, chamado ‘criança alfabetizada'”, compartilha. Segundo Hélvia, cada estado construiu seu próprio programa de alfabetização, incluindo o Distrito Federal. “Teremos o ‘alfaletrando’, que é um programa de alfabetização na idade certa. Queremos, com isso, fazer com que a criança chegue no segundo ano com seu ciclo de alfabetização completo”, comenta a secretária.

Além disso, a questão estrutural também será prioridade no trabalho da pasta. “Podemos esperar várias obras esse ano. Estamos com 46 obras e a grande maioria delas são escolas novas. Só de creches são 18, e ainda iremos licitar mais”, afirmou Hélvia Paranaguá. Todas essas 18, como garante a gestora, serão entregues em 2024, e algumas, inclusive, já neste início de ano. “Esses espaços são fundamentais no processo de criação das crianças, lá elas têm o primeiro contato com muitas coisas”, acrescentou. Ainda sobre o tema, ela salientou sua vontade em avançar nas creches e também reduzir, ao máximo, a lista de espera.

Apesar de ainda não haver um número exato de quantos alunos estão matriculados na comunidade esse ano, a secretária salienta que, muito certamente, será algo em torno de 465 mil estudantes. “A procura foi feita através do 156, desde outubro do ano anterior, onde os pais já podiam se informar e ir atrás das vagas e transferências”, explicou.

Outro destaque do calendário escolar são os dias letivos móveis, que dão às escolas a flexibilidade para definir como serão utilizados. Estes dias estão marcados para 28 de março, 31 de maio e de 8 a 10 de julho. No entanto, é importante observar que as Instituições Parceiras e Centros de Educação da Primeira Infância (CEPIs) não têm a opção de utilizar esses dias.

A elaboração do cronograma escolar na rede pública do DF conta com a colaboração dos mais diferentes atores da comunidade educacional. Todo o processo é coordenado pela Secretaria de Educação, que define as diretrizes gerais, datas de início e término do ano letivo, férias, recessos e outros aspectos importantes que precisam estar pontuados na agenda dos estudantes.

“Ter um único calendário torna nosso planejamento mais eficiente e facilita o monitoramento e avaliação das políticas públicas educacionais, garantindo uma implementação mais consistente dessas iniciativas. Além disso, ajuda a criar um ambiente mais previsível para toda a comunidade escolar”, detalha a subsecretária de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação da SEEDF, Francis Ferreira.

Dengue

Apesar das expectativas e ansiedade com o retorno das aulas, o recente surto de dengue preocupa a comunidade, principalmente os pais. Desde janeiro, a quantidade de registros referentes a pessoas possivelmente contaminadas, na capital federal, é de 46,2 mil, conforme o último boletim da Secretaria de Saúde (SES-DF), divulgado em 5 de fevereiro.

Ao JBr, a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, afirmou que “o planejamento vai desde ações mais práticas, como a limpeza das escolas, das caixas d’água e de calhas — que estão contempladas na preparação para o início do ano letivo — até a realização de ações educativas”. Conforme detalha a gestora, não há como combater a dengue sem trabalhar com as crianças. “Muitas vezes já está sedimentado no adulto o fato de não perceber certas coisas no próprio quintal. A criança, quando aprende, ela cobra dos pais. É nas escolas que isso deve ser disseminado através de campanhas”, argumenta a titular da pasta.

HÉLVIA PARANAGUÁ. Foto: MAYRA CHRISTIE

Na avaliação da secretária, a partir do momento que a criança aprende sobre a prevenção no colégio, ela dissemina os cuidados dentro de casa. “A criança tem que participar, é dela que vem a cobrança em casa. Esse é um dos envolvimentos que iremos fazer. A vacinação da dengue também já está sendo discutida e em breve teremos algo concreto com relação a isso”, revelou.

Hélvia acrescentou que, em 2023, diferentes centros de ensino receberam orientações, em forma de teatro e musicais, apresentações que serviram para ensinar e sensibilizar a comunidade escolar sobre a doença. Ela acrescentou ainda que a limpeza, dedetização e desinfecção das escolas da rede pública de ensino são realizadas por serviços terceirizados de limpeza e conservação. O órgão também realizou, no início deste ano, a limpeza das caixas d’água e de gordura e calhas, descarte de lixo e roçagem de escolas.

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) informou, por nota, que o trabalho de inspeção nas escolas foi iniciado pela Vigilância Ambiental. Segundo o último boletim divulgado pela pasta, de 31 de dezembro de 2023 a 3 de fevereiro de 2024, dos 46.298 casos prováveis de dengue na capital, 2.625 são de crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos de idade. Tal grupo, de acordo com o Ministério da Saúde, será público-alvo da vacinação.

Sobre a possível vacinação dos alunos, a Secretaria de Saúde informou que aguarda o alinhamento do Ministério da Saúde para definir as ações com relação à vacinação contra a dengue e o número de doses a serem distribuídas.

Semana pedagógica

Uma etapa fundamental para os educadores é a semana pedagógica, que ocorre de 7 a 9 e 15 a 16 de fevereiro. Durante esse período, os profissionais da educação se reuniram para planejar as estratégias pedagógicas e metas para o ano letivo que se inicia. “Nesta semana, muitas coisas foram trabalhadas. Abordamos muito a questão dos traumas trazidos pela pandemia e tivemos muitas palestras, pois muitos de nossos educadores passaram por perdas. Queríamos trazer essas palavras de conforto, além de alguns cursos com excelente repercussão”, pontua Hélvia. “Montamos um cardápio com vários minicursos e eles escolhiam quais queriam fazer. Esse sistema, com orientação específica por área, será de muita valia e nossa rede estará bem antenada com a atualidade. Temos uma rede enorme e muito bem formada de educadores. Tivemos essa parceria com a UnB e com o SEBRAE e sou muito grata a eles”, acrescentou a secretária.

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