A sede da Associação Brasileira de Produtores de Soja (Aprosoja), localizada na QL 10 do Lago Sul, foi invadida na manhã desta quinta-feira (14).
Os responsáveis pela invasão são membros da Via Campesina Brasil. O grupo protesta contra o crescimento da fome e da miséria no país, bem como o aumento dos preços de alimentos básicos. Segundo eles, as manifestações ocorrem nas cinco regiões do país.
Por volta de 7h, cerca de 60 pessoas chegaram de ônibus, invadiram o local e picharam paredes com frases como: “Soja não enche prato. Bolsoagro financia a fome!”, “Bolsoagro é fome, Agrosoja é fome”, “Fora, Bolsonaro, genocida”, entre outras.
O vídeo abaixo mostra o grupo já dentro da casa gritando palavras de ordem e arremessando bombas de tinta nos vidros da sede:
Este outro vídeo foi gravado após a invasão. Os manifestantes já haviam deixado o local, mas ficaram as faixas com as frases de protesto:
Quando a Polícia Militar (PMDF) chegou ao local, os manifestantes já haviam saído. A Polícia Civil (PCDF) investigará o caso.
A casa abriga as sedes da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja do Brasil), a Abramilho (Associação Brasileira dos Produtores de Milho) e Abrass (Associação Brasileira dos Podutores de Sementes de Soja), além da filial do canal rural.
Ainda sobre o ato, o Via Campesina Brasil afirma que a ocupação faz parte da “Jornada Nacional da Soberania Alimentar: Contra o Agronegócio para o Brasil não passar fome”.”A ação, que contou com a participação de cerca de 200 camponeses e camponesas, denunciou o protagonismo que o agronegócio cumpre no crescimento da fome, da miséria e no aumento do preço dos alimentos no Brasil. Neste ano, o Agronegócio, com a produção de soja, milho e cana-de-açúcar, principalmente, está batendo recordes de exportações e lucro”, diz documento divulgado pela organização.
O Via Campesina Brasil é um movimento que coordena organizações camponesas de pequenos e médios agricultores, trabalhadores agrícolas, mulheres rurais e comunidades indígenas. No âmbito nacional, é ligado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
“Vandalismo”
Presidente da Aprosoja Brasil, o produtor Antônio Galvan chamou o protesto de vandalismo e informou que a polícia já esteve no esritório para identificar os responsáveis. Em setembro o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou o bloqueio de contas da entidade, sob suspeita de financiamento de atos antidemocráticos. Galvan nega que a associação tenha financiado manifestações contra o Supremo. “Os produtores rurais têm apoiado atos pró-Brasil. Quem é contra o Brasil faz esse serviço, que é essa ato”.
O presidente da Aprosoja de Minas, Fábio Salles Meirelles Filho, registrou imagens da sede da associação. No vídeo, o produtor rural diz que a indignação é grande e lamenta não poder estar armado. Assista: