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Brasília

Vida Positiva: instituto cuida de crianças com HIV através de venda de farofas

Ainda que a vida da “vovó Vicky” seja repleta de muito amor, o começo da sua história com o HIV não foi fácil

Redação Jornal de Brasília

01/12/2022 15h54

Foto: Reprodução/Redes sociais

Gabriel Botelho e Maria Clara Lima
(Jornal de Brasília/Agência de Notícias CEUB)

“O preconceito é a falta de informação, amor, carinho e compaixão”, diz Vicky Tavares, de 72 anos, coordenadora do Instituto Vida Positiva, que apoia crianças e adolescentes com HIV. A organização não-governamental fica na Asa Sul e há 5 anos tem apoiado, alimentado e abrigado crianças, jovens e famílias que foram renegadas por conta do preconceito contra o vírus da Aids.

Embora a vida da “vovó Vicky” seja repleta de muito amor, o começo da sua história com o HIV não foi fácil. Nos anos 90, a coordenadora do Instituto Vida Positiva se deparou com uma dor muito grande: perder um amigo para a Aids. Desde então, Vicky tem se dedicado a apoiar a causa e desmistificar o tema para que o preconceito não seja mais danoso que a própria doença.

“Comecei trabalhando com uma ONG que funcionava em Taguatinga. Anos depois, o coordenador do projeto e a família dele se mudaram para outro estado e por isso, não iam conseguir continuar com o trabalho. Fiquei sem chão e perguntei ‘e as crianças, como ficam?’”, conta.

Vicky decidiu continuar o trabalho e levou consigo as 32 crianças e adolescentes que participavam do projeto e não tinham onde ficar e assim, nasceu o Vida Positiva. “Todos eles são como filhos pra mim”, diz com emoção.

Recursos

Para atender as crianças, a fundadora conta com doações e muito apoio de voluntários e funcionários. “Nós lidamos com remédios, temos funcionários com capacitação para estar lidando com crianças. Motorista, já que todas as crianças vão para escola de carro. A CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) nos deu, em forma de comodato, um carro utilitário, que hoje está salvando a gente”, diz a fundadora.

Mas, a ajuda de voluntários e funcionários nem sempre é suficiente para suprir as necessidades da Instituição, principalmente com alimentação para as crianças. Vicky conta que um restaurante tem ajudado. “O Davi e o Roberto, sócios do El Paso, nos dão um apoio muito bom. É com eles que contamos na maioria das vezes. Eles nos dão caixas de carne e frango”.

Porém, mesmo com apoio dos voluntários, funcionários e alguns apoiadores, os recursos ainda não são o suficiente para suprir as necessidades da instituição, que fornece alimento e roupas para as crianças.

A vovó Vicky costuma convidar todos aqueles que desejam apoiar a organização a agendarem uma visita para conhecer o trabalho mais de perto. “Visitem, conheçam a seriedade do trabalho, como as crianças estão sendo tratadas, como os adolescentes estão recebendo tratamento, qual o foco da instituição”, convida.

Farofa

Além de realizar doações, é possível ajudar o Vida Positiva através da compra de um produto muito especial: uma farofa produzida pela Vicky e as crianças que participam.

A farofa é um sucesso e fez com que a coordenadora da instituição fosse convidada para o Encontro, com Fátima Bernardes e para uma um vídeo especial a pedido do apresentador Luciano Huck.

“Quem faz a farofa sou eu, dou o ponto, embalo eu mesma, é uma coisa minha. E a produção ajuda com o restante, como a separação da farinha e a mistura”, detalha. São mais de 20 sabores diferentes disponíveis, entre eles a tradicional, de chocolate, de castanha-do-pará, de damasco e até mesmo de Doritos, e muitos outros.

Vicky Tavares explica que parte do lucro da farofa vai para a Instituição, e que, o restante, é de grande ajuda para que os insumos e os empregados sejam pagos justamente. “É você fazer aquela entrega, porque aquela entrega vai significar muito para a pessoa que recebeu, quanto para quem está doando. É dar e receber”, afirma.

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