Menu
Brasília

“Vamos reabrir o comércio, com responsabilidade”

Em entrevista, feita de forma remota, o presidente licenciado do Avante também falou sobre as parcerias com hotéis para ajudar idosos e profissionais de saúde

Lucas Valença

23/04/2020 5h46

Para que o comércio possa reabrir — e Brasília aos poucos voltar à normalidade — é fundamental a ajuda e a compreensão do empresariado. Donos de lojas e prestadores de serviços precisam dotar seus estabelecimentos de material de assepsia, como álcool em gel, e evitar aglomerações. Foi o que explicou, em entrevista exclusiva ao Jornal de Brasília, o vice-governador Paco Britto.

Na entrevista, feita de forma remota, o presidente licenciado do Avante também falou sobre a possibilidade de o Buriti retomar as aulas das escolas militares e de gestão compartilhada. As parcerias com hotéis para ajudar idosos e profissionais de saúde também foi uma das medidas defendidas pelo número dois do Buriti. A entrevista completa está na versão on-line do JBr.

O Governo do Distrito Federal já anunciou que no dia 3 de maio deve editar um novo decreto abrandando o isolamento social implantado pelo governo. Como vai funcionar a abertura do comércio na cidade?

No Brasil, se não me engano, são 48 mil infectados com o novo coronavírus e quase 3 mil mortes. No Distrito Federal, temos essa nova testagem rápida que o governador Ibaneis [Rocha] determinou que fosse feita, com oito pontos na cidade, onde tivemos 46 testes positivos dos quase 3700 feitos, mas infelizmente já temos 24 óbitos (após a entrevista o número de mortes foi atualizado para 25). Nós também estamos acompanhando a curva de Singapura, e já estamos abaixo e percebemos que realmente conseguimos achatar essa pandemia no Distrito Federal.

Mas o DF foi o primeiro ou um dos primeiros estados a adotar as medidas mais duras de isolamento social…

Pois é, mas nós fizemos uma restrição que deixou abertos alguns setores econômicos, que foi repetida por outros estados depois. Foi com isso que conseguimos achatar a curva de crescimento da doença. Agora, o governador está vendo que pode ser também um dos primeiros a afrouxar. Mas com responsabilidade. Ele está escutando todos os setores da sociedade como Fibra, Fecomércio, Senai, entre outros.

O governador está vendo a possibilidade de abrir, mas também está se preocupando com o impacto que vai resultar das medidas. Ele está vendo os setores necessários, só que nós teremos de ter a ajuda do empresariado local. Não adianta querer abrir tudo se nós não tivermos o afastamento e as proteções necessárias — álcool em gel, máscaras etc.

Além disso, os testes em massa vão dar um norte ao governo para saber se pode ou não abrir, como vai abrir, etc.

Então, ainda não há certeza de que haverá reabertura do comércio no dia 2 de maio. Esse decreto, então, não está 100% confirmado?

Estamos estudando como vamos flexibilizar, mas volto a afirmar: vamos flexibilizar com responsabilidade. É preciso entender que vidas não se recuperam.

O Sebrae nacional divulgou alguns números com dados locais preocupantes. No DF, 36,1% das empresas só conseguem aguentar até um mês de isolamento social. Esse decreto deve aliviar a situação de alguns desses negócios, mas o senhor lembrou que as empresas terão o papel de fornecer os utensílios básicos aos funcionários. Como funcionará a disponibilidade dos equipamentos de proteção?

O governador Ibaneis, junto com o presidente da Fibra [Jamal Bittar], fechou a produção de um milhão de máscaras para disponibilizar à população. Fora isso, o governador lançou um edital para a compra de mais máscaras também. Só que nós precisamos da colaboração do setor produtivo, porque o dono de uma loja, para abrir o estabelecimento, precisará dar todos os equipamentos necessários aos seus funcionários.

O decreto também tratará das escolas? O governador conversou esta semana com o presidente Jair Bolsonaro nesse sentido.

O governador Ibaneis aceitou essa “sugestão” do presidente, mas vai estudar com os técnicos da educação e da saúde, não só com os militares. No caso das escolas militares e de gestão compartilhada, o governador está avaliando o modelo para depois levar a toda à rede pública de ensino. É preciso fazer devagar. Ele deve começar por essas escolas que reúnem de 15 a 20 mil alunos, para depois avaliar a possibilidade de expansão para o cenário de aproximadamente 500 mil alunos.

Dentre as medidas estudadas pelo governo, o Buriti já chegou a cogitar a adaptação de alguns hotéis para o isolamento de idosos. Esse sistema já está funcionando?

Hoje já começaram a entrar alguns idosos no Brasília Palace Hotel. Deve sair até segunda-feira [27] um edital de chamamento pelo menor preço de hoteis que atendam os requisitos para colocarmos os médicos e profissionais da saúde durante a pandemia. Essas pessoas estão na linha de frente do atendimento e podem acabar sendo contaminadas também. Então, além dos idosos também estamos fazendo essa outra parte. E na Secretaria de Desenvolvimento Social, comandada pela primeira-dama e secretária Mayara Noronha, também inaugurou no autódromo um albergue para a população de rua.

O GDF chegou a anunciar a instalação de um hospital de apoio no Estádio Nacional com 200 leitos. Qual a previsão de funcionamento?

No local, se trabalha 24 horas para a reforma. Acredito que nos próximos 14 dias a construtora entregue pronta a estrutura para equiparmos. Mas será um hospital de apoio. Hoje, nós temos cerca de 300 leitos de UTI e, com mais esses leitos, pulamos para cerca de 500.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado