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Brasília

Vacinação contra a poliomielite começa no DF

A capital federal começou a vacinar ontem a população de 1 a 5 anos de idade contra a poliomielite. Expectativa é imunizar cerca de 200 mil crianças

Redação Jornal de Brasília

08/08/2022 18h25

Imagem: iStock

Por Gabriel de Sousa
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Atenção, papais e mamães! A população de 1 a 5 anos de idade começou ontem a ser vacinada contra a poliomielite em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) do DF. A expectativa do Governo do Distrito Federal (GDF) é imunizar 95% de toda a faixa etária contra a doença, também conhecida como paralisia infantil.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SEE/DF), a rede de frios recebeu cerca de 115 mil doses da vacina contra poliomielite por parte do Governo Federal, que começaram a ser aplicadas em pontos de vacinação espalhados pelo DF, na campanha, realizada em nível nacional, que irá acontecer até o dia 9 de setembro.

Por questão de armazenamento, não foi solicitado todo o quantitativo que representa os 95% do público elegível, que é estimado em 199,6 mil crianças. Porém, segundo o GDF, à medida que o insumo for sendo distribuído, será solicitado o reabastecimento para o Ministério da Saúde.

A poliomielite é uma doença infectocontagiosa aguda causada por vírus que pode provocar paralisias irreversíveis. De acordo com o relatório da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) feito neste ano, o Brasil é um dos países que apresenta maior risco de reintrodução da doença.

A vacina contra a paralisia infantil é administrada em dois formatos diferentes: injetável e em gotas, com ambas estando disponíveis para a população do DF. A vacina inativada poliomielite (VIP) é um imunizante trivalente injetável em três doses aplicadas em bebês de 2 meses (1ª dose), 4 meses (2ª dose) e 6 meses (3ª dose). Já a vacina oral poliomielite (VOP) é considerada um reforço do esquema primário em duas doses para crianças a partir de 15 meses (1ª dose) e a partir de 4 anos (2ª dose).

Todo o país poderá se proteger contra a doença

Até setembro, cerca de 40 mil postos de saúde aplicarão doses de 18 vacinas que compõem o calendário nacional de vacinação da criança e do adolescente. Dentre elas, está o imunizante contra a poliomielite, que apresenta novos casos em países que não registravam a enfermidade há anos. No Brasil, a cobertura vacinal contra a pólio teve queda nos últimos anos.

Segundo o Ministério da Saúde, além de vacinar no mínimo 95% das crianças de 1 a 5 anos contra a poliomielite em todo o país, a pasta também espera diminuir o número de crianças e adolescentes menores de 15 anos que não estão vacinados.

Com isso, a meta do Governo Federal se tornou a elevação do índice de vacinação que o Brasil registra contra a pólio, também conhecida como paralisia infantil. A fim de comparação, em 2021, a cobertura contra a doença foi de apenas 67%, 28 pontos percentuais a menos do que o desejado.

O Brasil não registra casos desde 1990. No entanto, a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) aponta o país como de alto risco para a volta da doença. Outros países que não tinham registro da doença há anos diagnosticaram novos casos recentemente. Um deles foi os Estados Unidos que, em 21 de julho, teve o primeiro caso da doença em pelo menos 30 anos.

Israel também teve novo diagnóstico da pólio. O caso foi de uma criança infectada pelo vírus vacinal, cepa que advém da vacina Sabin -a da “gotinha”- contra a poliomielite.

Casos da doença causados pelo vírus vacinal podem ocorrer porque ela é feita pelo patógeno atenuado, mas são muito raros. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), os casos de poliomielite associada à vacina são estimados em um diagnóstico para cada 3,2 milhões de doses aplicadas.

O Malawi, localizado no continente africano, é outro país que teve um novo caso da doença sendo contabilizado. O país registrou a infecção causada pelo vírus selvagem, aquele que circula na natureza. A poliomielite é considerada endêmica por esse tipo de patógeno em somente duas nações: Afeganistão e Paquistão.

Além da Sabin, existe a vacina Salk. Ela é injetável e não ocasiona casos da doença de vírus vacinal. Por isso, a OMS (Organização Mundial da Saúde), desde 2016, recomenda que pelo menos uma das doses do esquema vacinal seja com esse imunizante.

No Brasil, para as crianças de 1 a 5 anos ficarem protegidas ante à paralisia infantil, são recomendadas a aplicação de três doses do tipo Salk e as outras duas dosagens de reforço do imunizante da “gotinha”, a Sabin.

Outras vacinas estão sendo ofertadas na campanha

Na atual campanha de vacinação, inaugurada ontem, outros 17 imunizantes, além da poliomielite, estão sendo ofertados para as crianças e adolescentes do país, como as vacinas para a febre amarela, HPV e a tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba).

Além disso, a campanha nacional coincide com as aplicações de doses contra a Covid-19. Segundo o Ministério da Saúde, as vacinas contra o coronavírus podem ser aplicadas de forma simultânea ou com qualquer intervalo com os outros imunizantes.

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