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Brasília

“Tive receio dos preconceitos, mas hoje sou muito feliz”, diz jovem adotado aos 13 anos

Neste sábado, dia 25 de maio, é celebrado nacionalmente o Dia da Adoção. A data é utilizada como forma de conscientização e estudo sobre a importância e os estigmas do processo adotivo

Agência UniCeub

25/05/2024 16h32

Foto: Arquivo/Agência CEUB

Por Mateus Péres

Agência Ceub/Jornal de Brasilia

No Brasil, a menor parte das famílias adotantes escolhe uma criança com mais de 6 anos de idade. São cerca de 13%.

Um jovem que preferiu não identificar o nome lembra que, adotado aos 13 anos, chegou a ter receio dos preconceitos.

Ele é um dos casos raros de adoção de adolescentes no País.

“Quando eu fui escolhido, foi uma mistura de sensações. Não sabia explicar o que senti, além da felicidade de poder viver com uma nova família e uma nova casa”, disse, em entrevista à Agência Ceub.

Foram alguns dias de incerteza e medo. “Mas, depois de alguns dias de vivência no meu novo lar, esse sentimento sumiu, eu me senti em casa e em família, e atualmente eu não tenho ouvidos para o preconceito”, disse o estudante.

Conscientização

Neste sábado, dia 25 de maio, é celebrado nacionalmente o Dia da Adoção.

A data é utilizada como forma de conscientização e estudo sobre a importância e os estigmas do processo adotivo.

Uma característica no Brasil preocupante é que, no ano de 2023, segundo dados do SNA (Sistema Nacional de Adoção), de 4,9 mil crianças na fila, apenas 698 ganharam uma nova família.

Preferências

O SNA ressalta o impacto da idade dos jovens em adoção para a sua escolha.

Segundo pesquisas feitas pelo Sistema, 86,73% dos adotantes não querem crianças com mais de 6 anos de idade, enquanto mais de 90% das crianças disponíveis para adoção têm mais de 6 anos de vida.

Processo de adoção

Regulamentado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a adoção é um processo livre e gratuito.

Entretanto, quem deseja adotar uma criança, deverá passar por demorados processos regulamentados pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Requisitos

Inicialmente, a família adotante necessita possuir requisitos para que seja possível realizar o ato da adoção.

Entre eles, ter mais de 18 anos, ter estabilidade familiar e financeira, não ter antecedentes criminais e ser avaliado positivamente em um estudo social e psicológico.

Todas essas etapas, segundo o CNJ, são realizadas para prevenir que um jovem adotado tenha uma qualidade de vida abaixo do esperado.

Após passar pela primeira etapa, o processo adotivo se inicia em definitivo.

Nessa parte, o adotante irá realizar entrevistas para explicar o motivo pelo qual pretende adotar um jovem, participará de um programa de preparação para adoção e, após esses processos, o sistema judicial declarará a família apta ou não para realizar o ato adotivo.

Barreiras complexas

Além do processo burocrático e demorado processo para uma adoção ser efetivada, o amplo numero de desafios para o processo torna-o em um ato complexo.

Uma das barreiras mais comuns, além do processo administrativo, são as características que o jovem carrega.

Essas são levadas em consideração durante o processo, e englobam etnia, gênero, faixa etária, deficiências e doenças e a quantidade de irmãos que o jovem possui.

Gráfico com estados com mais crianças abrigadas no Brasil (Divulgação/SNA)

Segundo levantamentos feitos pelo Sistema nacional de adoção:

Etnia: 92% das famílias participantes do processo preferem crianças brancas.

Gênero: 51% preferem a adoção de meninos

Faixa etária: 86% desejam adotar crianças com menos de 6 anos de idade.

Deficiências e doenças: 35% aceitam filhos com doenças e deficiências em geral.

Quantidade de irmãos: 67% querem filhos sem irmãos.

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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