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Brasília

Testes de VLT que ligará Brasília a Valparaíso começam no fim deste mês

Arquivo Geral

10/01/2019 19h11

Foto: Raphael Ribeiro/Jornal de Brasília

Ana Karolline Rodrigues
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Os testes do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que ligará Brasília a Valparaíso (GO), terão início ainda este mês.  A linha deve ser iniciada na Rodoferroviária da capital, na Epia, e cruzará o município de Valparaíso até os limites com Luziânia. Disponibilizados pela  Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) de João Pessoa e Natal, os dois vagões farão o trajeto através da  Ferrovia Centro Atlântica, que atualmente já liga as cidades. A  data de inauguração, porém, ainda não foi definida.

De acordo com a Prefeitura Municipal de Valparaíso de Goiás, durante um período de 60 dias os transportes serão testados sem passageiros e avaliados quanto a  estabilidade, segurança e velocidade do meio de transporte. A linha férrea que conecta as cidades atualmente é utilizada apenas por trens de carga e  liga o Distrito Federal ao estado de São Paulo, passando pelos municípios do Entorno Sul. Agora, com o novo transporte que deve ser inaugurado, pela primeira vez ela será utilizada para deslocar pessoas.

Segundo o prefeito de Valparaíso, Pábio Mossoró, esta fase de testes ainda irá analisar se o projeto dever ser autorizado ou não. “Questões como o preço da passagem e quantidade de vezes que os vagões farão o trajeto devem ser definidas depois dessa fase. Caso seja aprovado, aí serão definidas essas coisas”, explicou.

De acordo com Mossoró, os dois vagões disponibilizados deverão transportar cerca de 390 passageiros por dia quando inaugurados. Além disso, o novo transporte também deve reduzir bastante o tempo do trajeto entre as duas cidades. “No horário de pico, geralmente os deslocamentos feitos com ônibus e outros veículos podem levar até duas horas, e a previsão para o VLT é que possa ser feito em 40 minutos”, contou.

Diariamente, vários passageiros se locomovem por meio de transporte público entre Brasília e Valparaíso. Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília.

Em relação ao metrô, o prefeito da cidade de Goiás explicou que o VLT acaba sendo inferior em termos de infraestrutura. Porém, pela urgência de construção de um novo transporte público que locomova a população local a Brasília, foi escolhido com prioridade. “Existe  uma demanda de urgência. É uma alternativa para desafogar o trânsito  para essa população que trabalha no DF. Esse projeto vai ajudar e muito esses passageiros”, afirmou.

Segundo Pábio Mossoró, a implementação do VLT neste trajeto já é uma tentativa iniciada anos atrás. O estudo teve início em 2011, mas, devido a dificuldades como a condução de dois veículos na mesma linha férrea, apenas no fim de 2018 os testes puderam ser oficializados.

Pábio Mossoró, prefeito de Valparaíso de Goiás. Foto: Divulgação.

Uma ajuda para quem pega ônibus

Para os passageiros de ônibus que transitam diariamente entre a capital federal e Valparaíso, o novo transporte pode ser uma grande ajuda no tempo de deslocamento. Segundo acredita o agente social  Francisco Uilton, 36 anos, o funcionamento do VLT pode ser uma mudança até mesmo na qualidade de vida. “Eu trabalho abordando pessoas de rua. Ajudamos, levamos para reabilitação. Como ando muito por aqui pego cinco a seis ônibus todo dia. [O VLT] ajudaria muito”, afirma. No trajeto que faz diariamente, Francisco gasta em média uma hora e 20 minutos entre Valparaíso e o Plano Piloto, e vice-versa.

Francisco Uilton afirma pegar entre cinco e seis ônibus por dia. Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília.

Francisco de Souza, 54 anos, mora em Valparaíso e trabalha com limpeza urbana na 205 Norte. Ele relata pegar quatro ônibus por dia para se deslocar entre casa e trabalho e concorda que o novo projeto pode ajudar trabalhadores como ele. “Trabalho quase todo dia, só tenho uma folga na semana. Saio às 5 horas de casa e chego quase 18 horas. Acho que isso vai ajudar, sim, porque o tempo que você fica numa parada esperando é horrível. Às vezes nem tem ônibus”, contou.

Francisco de Souza se diz revoltado com o tempo que que espera pelos ônibus. Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília.

Outra trabalhadora do Plano Piloto que depende de transporte público é  Edivânia Rodrigues, 46 anos. Ela, que trabalha como camareira no Setor Hoteleiro Sul, demora cerca de uma hora para sair da Cidade Jardins, saída de Valparaíso, e chegar à Rodoviária do Entorno. Para ela, que também sai às 5h e retorna apenas às 18h, o transporte ferroviário pode ser uma mudança positiva em seu dia a dia. “Vai ser muito melhor, porque a gente chega mais cedo, não perde esse tempo todo. Vai ajudar demais”, disse.

Edivânia Rodrigues pega ônibus todos os dias e acredita que o VLT pode lhe ajudar em sua rotina. Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília.

Diferentemente dos outros usuários de transporte público, Francisco Almeida, 25 anos, auxiliar de cozinha do antigo Ministério do Trabalho, acredita que o VLT não fará tanta diferença em sua rotina de locomoção. “Moro em Valparaíso II, então geralmente demoro uma hora no ônibus”, contou. “Acho que não deve ajudar muito, não. Ajuda em termos, porque de qualquer forma eu teria que me deslocar lá da Rodoferroviária para cá, então ainda demoraria”, refutou.

Francisco Almeida discorda de outros passageiros e acredita que o novo transporte não deve provocar muita diferença em seu dia a dia. Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília.

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