No espaço cultural de Taguatinga, o teatro da praça, que estampa a entrada do lugar, permanece fechado devido a uma chuva intensa ocorrida 5 anos atrás. O teto desabou, o banheiro foi interditado, e o palco e todo o espaço da plateia estão expostos a sol e chuva durante anos. A secretaria de governo afirmou que até o mês de maio, o projeto de reforma será decidido.
O primeiro golpe que o espaço sofreu foi em 2019, quando uma grande chuva acumulou água no forro e fez ceder o teto e as telhas sobre os assentos da plateia. Essa abertura permanece lá, dando passagem à ação do tempo. Nesse local peças eram encenadas e arte era transmitida a alunos que conseguiam usufruir de toda a estrutura para praticar dança, canto e encenação. Agora, em meio às cadeiras, onde deveriam haver pés dos espectadores, há entulho do teto nunca consertado, e sujeira acumulada. E em um canto, para ficarem protegidos da chuva, estão equipamentos eletrônicos, os quais não se sabe se funcionam mais.
Segundo explicou o parlamentar Gabriel Magno (PT), em uma audiência pública que debatia a revitalização do espaço em setembro de 2023, o local já contribuiu muito para o fomento cultural da região administrativa. “Inaugurado em 1966, o Teatro da Praça é fruto dos sonhos, inquietações e lutas de estudantes, artistas e pessoas da cidade de Taguatinga que queriam fazer e consumir arte com a cara de Taguatinga. Nos anos de 1980, o local promoveu Semanas de Arte e Cultura, com exibições de filmes, apresentações de dança, teatro, música e artes plásticas”, explicou o parlamentar. Segundo disse, ainda, o descaso com o bem público vem de longa data. “Desde 1990, o teatro está marcado pelo abandono”.
O terreno do teatro está sob a administração do Centro de Ensino Médio Escola Industrial de Taguatinga (Cemeit). De acordo com o professor de filosofia e diretor da escola, Gabriel Sousa Rodrigues, o lugar, quando estava em pleno funcionamento, era usado para instrução artística de alunos dali e de outras escolas. “Nós usávamos ele para as aulas, focado em artes música, dança e teatro. A gente basicamente compartilhava o espaço com outras escolas e também com outros eventos, em especial da secretaria de cultura”, disse.
Segundo contou Gabriel, o uso do teatro agora é impossível. Tudo que poderia ser feito ali foi encaixado em outros espaços “Está num estado terminal, num estado de UTI. Na verdade, acho que ele passou do estado de UTI, porque ele está totalmente deteriorado”, disse. “As nossas aulas de teatro, dança e música estão em puxadinhos. De música a gente está usando uma junção de duas salas, que a gente chama de mini auditório. De vez em quando eles usam a quadra, são os espaços que tem.”
Segundo a Secretaria do Governo do Distrito Federal, atualmente responsável pela administração do espaço, “medidas paliativas não podem mais resolver a situação do teatro porque o estado de degradação que se encontra é muito grande”. Dessa forma a pasta define a necessidade de uma reforma ampla e definitiva. A secretaria informou, ainda, que realizará um projeto até o mês de maio, para que em junho o orçamento seja fechado. Somente a partir desse mês seria liberado o edital para, enfim, ser possível realizar alguma obra.
