“O evento tem como objetivo interagir mais com a sociedade, demonstrando as diversas formas de praticar a inclusão social e como ações efetivas podem mudar o dia a dia da pessoa com deficiência”, comenta a presidente da Federação Nacional das Associações Pestalozzi (Fenapestalozzi), Ester Alves Pacheco. Começou, na manhã desta segunda-feira (22), a primeira edição do Encontro Nacional das Famílias do Movimento Pestalozziano, promovido pela entidade, que é o primeiro movimento no Brasil na área da pessoa com deficiência intelectual e múltipla. “Através de eventos desse tipo, convidamos todos a se conscientizarem e irem em busca de um país mais igualitário”, continuou a representante.
Na avaliação de Ester, apesar dos avanços nas Leis e políticas públicas, ainda há muito que avançar em questões de direitos, deveres e inclusão social. Desta forma, o encontro, que vai até o dia 26, na sede da Associação Pestalozzi de Brasília, no Setor de Clubes Sul, acontece na Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, promovida todos os anos pela Fenapestalozzi, em conjunto com a APAE. A data foi instituída pela Lei nº 13.585/2.017, com o objetivo de conscientizar a sociedade acerca da luta pelos direitos das pessoas com deficiência, além de divulgar conhecimento sobre as condições sociais dessa população.
O objetivo, como avalia Ester Alves, é fortalecer ainda mais o Movimento Pestalozziano e impactar as pessoas e sensibilizar a sociedade para esta temática tão relevante. “Precisamos reconhecer as demandas do público PCD, por meio da identificação de suas necessidades, além de elaborar soluções que melhorem a qualidade de vida das pessoas com deficiência no Brasil”, avalia a presidente. “Por isso, o evento é uma ótima oportunidade para discutirmos ideias acerca do assunto e dar voz a todas essas pessoas”, pontuou.
Com o tema “Superar barreiras para garantir a inclusão”, o Encontro Nacional das Famílias do Movimento Pestalozziano é o primeiro evento brasileiro voltado para pessoas com deficiência. “Neste ano conseguimos reunir assessorados e seus familiares de Pestalozzis de diversas cidades do Brasil, pretendemos continuar com o Encontro Nacional das Famílias do Movimento Pestalozziano nos próximos anos”, revela Ester.
Fundada em 28 de agosto 1970, a Federação Nacional das Associações Pestalozzi (Fenapestalozzi) é uma associação civil de direito privado, sem fins econômicos, que visa a defesa e garantia de direitos das pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades assim como suas famílias, atuando nas áreas de assistência social, educação, saúde, trabalho, cultura, esporte, lazer, entre outras.
A Federação Nacional representa o Movimento Pestalozziano e tem por finalidade integrar as 235 afiliadas que estão presentes nas 5 regiões do país distribuídas em 20 estados e no Distrito Federal. “Juntando esforços, por meio das Associações Pestalozzi, é possível implementar medidas técnicas, científicas e administrativas em todo território nacional, com o objetivo de proporcionar às pessoas com deficiência condições para o exercício pleno de seus direitos como cidadãos comuns”, defende a presidente da entidade. “A instituição visa garantir os direitos das pessoas com deficiência e luta diariamente por ações sociais e políticas públicas que interajam e desenvolvam a autonomia e independência dessas pessoas, capacitando-os para o futuro”, finalizou.
Na terça-feira (23), às 9h, a Câmara dos Deputados realizou uma sessão solene em homenagem à Fenapestalozzi e também em comemoração à Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla. A programação contou com homenagens a personalidades que se destacaram nos trabalhos sociais, na defesa e garantia de direitos das pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades. A sessão solene, de autoria da deputada federal Tereza Nelma (PSD-AL), contou com a presença da presidente da Federação, Ester Alves Pacheco.
Para o secretário da Secretaria da Pessoa com Deficiência, Flávio Pereira dos Santos, como toda data comemorativa do segmento das pessoas com deficiência, o intuito desta semana é sempre fazer refletir a sociedade sobre as condições existentes para atendimento de pessoas com deficiência, seu desenvolvimento, a sua inclusão social. “É uma forma de enfatizar necessidades e demandas e avaliar, dentro de um contexto social, aquilo que é feito e aquilo que precisa ser feito. Não é apenas um evento comemorativo, mas é um evento, principalmente, reflexivo, para que tenhamos uma sociedade mais justa e igualitária para esse grupo”, expõe o titular.
Para ele, a sociedade precisa, constantemente, avaliar a sua condição de formador de inclusão, de transformador de vidas e, principalmente, a visão de agregar as pessoas com deficiência dentro de um contexto de igualdade e justiça. “Então, a importância de se fomentar eventos como este é de trazer à sociedade a ênfase do tema e, especialmente, resgatar perspectivas e expectativas para o crescimento da pessoa com deficiência dentro da visão temática do que é abordado na data”, defende Flávio.
Ainda segundo o secretário, Brasília é, por característica política, uma cidade muito politizada com relação às questões das pessoas com deficiência. “Então, eventos desse tipo são muito bem acolhidos, tanto de ações internas da cidade, quanto atividades externas que vêm de fora, como congressos, seminários e eventos alusivos ao segmento”, pondera. “Brasília é, sempre, uma cidade muito receptiva, acolhedora para que temas como esse sejam vistos com muita seriedade e carinho, para que haja realmente transformações e mudanças no modelo existente para um modelo melhor, o que favorece muito o desenvolvimento desse grupo, tanto em nível local, como até em nível nacional, visto que, Brasília também é um celeiro de leis e normas que estabelecem melhor qualidade às pessoas com deficiência”, finaliza Flávio.
Inclusão nas escolas
Nesta semana, também, o deputado distrital e candidato à reeleição Robério Negreiros (PSD) protocolou um projeto de lei (PL 2962/22) na Câmara Legislativa do Distrito Federal com o intuito de integrar os alunos com deficiência nas aulas de Educação Física. O texto, lido em plenário nesta terça-feira (23), visa superar barreiras e garantir inclusão nas escolas das redes pública e privada.
Caso o projeto seja aprovado, as unidades educacionais do DF ficam obrigadas a desenvolver e executar planejamento de conteúdo e atividades para a prática da Educação Física adaptada. A proposição estabelece uma série de diretrizes a serem respeitadas pelas escolas a fim de garantir o cumprimento da lei. As atividades, por exemplo, deverão ser desenvolvidas conforme as necessidades individuais de cada aluno, bem como a adequação dos espaços físicos para viabilizar a acessibilidade. Além disso, os professores de Educação Física também deverão ser capacitados para promoverem a integração dos alunos com deficiência nas aulas. “Precisamos proporcionar um ambiente escolar mais inclusivo e acolhedor para todos. Superar as barreiras é o primeiro passo, mas, para isso, é importante que todos estejam envolvidos nessa luta”, afirma o parlamentar.
A ideia, desta forma, é que o aluno participe das atividades junto com outros colegas e desempenhe tarefas ou papéis de acordo com suas possibilidades. A participação, defende, proporciona um sentimento de pertencimento ao grupo e garante uma melhor interação social.
Para o parlamentar, é muito importante fomentar leis que englobam as pessoas com deficiência, pois isso é o primeiro passo para uma sociedade mais inclusiva. “Desde o meu primeiro mandato, tenho dado total atenção a essa causa. Elaborei dezenas de projetos, muitos dos quais já se tornaram leis, com o objetivo de diminuir essas barreiras para que essas pessoas sejam vistas como cidadãs plenas, com direitos e deveres como todos os outros. Só assim teremos uma sociedade mais justa e igualitária”, argumenta.
Na avaliação de Robério, apesar de reconhecermos a importância da inclusão nas escolas, infelizmente, ainda existem poucas políticas públicas nesse sentido. “Muitas vezes, os alunos com deficiência são deixados de fora de algumas atividades escolares e não participam em conjunto com os colegas”, pontua. “Isso acontece porque os professores não estão preparados para lidar com esse aluno e, consequentemente, não sabem como ensiná-lo. Investir na inclusão beneficia não apenas as crianças com deficiência, mas toda a comunidade escolar. Basta um pouco de empenho de todos para que isso se torne realidade”, finaliza o distrital.