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Brasília

“Greve do Metrô não tem prazo para acabar”, afirma Sindicato

Colaborador JBr

18/07/2016 22h18

Renato Oliveira/CEDOC

Ana Ferreira
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A população que utiliza o transporte oferecido pela Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) precisará ter muita paciência. A greve dos metroviários, com início em 14 de junho, anda longe de acabar. Sem acordo entre Governo e empregados há um mês e quatro dias, os usuários estão à mercê do transporte coletivo convencional, ou, os que possuem carro, precisam retirar o automóvel da garagem para se deslocar no DF.

Na tarde desta segunda-feira (18), o Sindicato dos Trabalhadores em Empresa de Transportes Metroviários dos Distrito Federal (SindMetro-DF) compareceu na sede da Companhia, em Águas Claras, devido a manifestação realizada pelos empregados no período da manhã. De acordo com o diretor do sindicato, Ronaldo Amorim, uma reunião entre o Metrô, o Sindicato, e representantes do Governo ocorrerá na tarde desta terça-feira (19).

“Esperamos que seja para apresentar alguma proposta viável para a categoria. A greve não é satisfatória para nós. Desde janeiro tentamos a negociação, mas sem acordo fomos empurrados para o movimento. Esperamos resolver o impasse da melhor forma possível, caso contrário a paralisação continuará”, ressaltou.

Reivindicações

O Sindicato da categoria emitiu uma nota, no último dia 8, em que esclarecia a principal queixa dos empregados do Metrô-DF. De acordo com o documento o movimento “não é por aumento de salário e sim por melhores condições de trabalho para manter a segurança do quadro funcional e da população”. Segundo os trabalhadores, a manutenção nos trens é ausente ou não ocorre da forma correta, o que pode gerar riscos aos usuários.

Também em carta aberta a população, os empregados afirmam que “as condições de trabalho dos metroviários são precárias, tendo como principal motivo o quadro de trabalhadores bastante defasado”. Ainda segundo o documento “a convocação dos aprovados no último concurso é urgente e, enquanto esta não ocorre, a empresa deve tomar medidas para garantir a segurança de trabalhadores e, principalmente, dos usuários.”

Os funcionários afirmam que o Metrô-DF não informa aos usuários sobre a atual situação em que se encontram os carros. “Os trens estão sucateados, rádios, catracas e até os computadores das estações não funcionam corretamente”, diz a carta.

De acordo com o Sindicato, a própria Companhia reconheceu que há uma falta grande de funcionários para que o transporte seja feito de maneira eficiente.

“Muitas estações eram abertas com apenas um empregado para atender toda a demanda, fosse em horário de pico ou de vale. Isso sempre foi tema de discussão pelo sindicato dos metroviários”, disse Ronaldo Amorim.

Funcionamento em horário reduzido

Enquanto não ocorre o fim do movimento, a Justiça determinou que o serviço de transporte seja prestado em esquema de horário especial. A determinação partiu do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) no dia 14 de julho. A orientação é que o sistema metroviário permaneça em funcionamento nos horários de pico (6 às 9h e 17 às 20h30),com empregados suficientes para operar 24 trens, em 24 estações, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.

Outros movimentos

Os rodoviários das empresas privadas também realizaram paralisações durante duas semanas, mas desistiram da greve. A categoria aceitou o reajuste salarial oferecido pelos patrões, de 9,86%.

No dia 4 de julho, os rodoviários da Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília Ltda. (TCB) paralisaram integralmente as atividades. A justiça chegou a determinar o funcionamento dos carros nos horários de pico enquanto ocorresse o movimento. A greve teve fim no dia 8, após audiência de conciliação entre a empresa e o sindicato da categoria, realizada pelo TRT. Na ocasião, as partes concordaram com o ajuizamento do dissídio coletivo de natureza econômica.

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