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Brasília

Selvageria acaba em morte no Gama

Hugo Cruz Araújo, 36 anos, passou mal após ser amarrado com uma corda por amigos e morreu durante festa de confraternização

Ary Filgueira

04/01/2022 10h30

Uma brincadeira entre amigos pode ter resultado numa tragédia durante a festa de confraternização tradicional que ocorria sempre nesse período do ano. Hugo Cruz Araújo, 36 anos, que era integrante do grupo, passou mal após ser amarrado com uma corda e morreu na madrugada do último dia 27, uma segunda-feira.

O motivo de um ato tão medieval para não defini-lo como bárbaro, segundo o depoimento de pessoas que estavam no churrasco, foi que Hugo tinha bebido além da conta e começado a dar trabalho para os convivas de uma chácara na Ponte Alta do Gama, onde ele e os outros se confraternizavam.

A “brincadeira” de amarrá-lo foi a única forma pensada pelos colegas para segurar o amigo embriagado. Num primeiro momento, pareceu ter dado certo. De braços atados, Hugo ficou quieto de repente.

Então, os “amigos” continuaram a fazer o que se propuseram: beber, conversar e se divertir. O que eles não notaram é que o homem amarrado e imóvel estava prestes a morrer ou já tinha falecido devido a uma parada cardiorespiratória, informação que deve constar no laudo do Instituto de Medicina Legal (IML).

O dado será fundamental para a 20º Delegacia do Gama, que conduz a investigação, decidir se responsabiliza os amigos pela morte de Hugo. Se houver a implicação deles por parte da polícia, eles podem responder por homicídio culposo – quando não há a intenção de matar.

Eles demonstraram isso quando notaram desesperados que Hugo não estava respondendo às suas provocações porque alguma coisa de estranha havia acontecido com ele. Então, decidiram leva-lo para o Hospital Regional do Gama (HRG). Lá, receberam a notícia de que o amigo de tantos anos que eles transportaram até ali já era, na verdade, um cadáver.

Parentes e amigos de Hugo, que não participaram da festa, ficaram indignados. A imagem dele amarrado com uma corda circulava livremente em grupos de WhatSapp horas após a morte da vítima, o que indignou ainda mais os familiares.

Por telefone, o irmão mais velho de Hugo, Orley, confirmou as informações obtidas pelo Jornal de Brasília. Segundo ele, a polícia está investigando o caso e já está de posse dessas imagens.

O velório de Hugo ocorreu no dia 30 no Cemitério do Gama. No dia, apenas uma das pessoas que estavam na chácara da Ponte Alta no fatídico dia compareceram à despedida do amigo.

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