A Secretaria da Mulher realiza na cidade de Samambaia a segunda edição da Jornada Zero Violência Contra Mulheres e Meninas. Iniciada nesta segunda (12) e programada para durar até sexta (16), as instituições participantes fornecerão atividades voltadas ao acesso das mulheres da região aos órgãos públicos tanto de segurança quanto de assistência social de apoio às vítimas de violência, bem como ao debate sobre o combate à violência de gênero.
O programa já foi experimentado antes, e foi criado em parceria com o Fundo de População das Nações Unidas para conter o avanço da violência de gênero na cidade do Paranoá. “O programa nasceu quando a gente viu o aumento dos casos de feminicídio no Paranoá em 2019. Decidimos então conversar com o administrador regional da cidade, para falar um pouco sobre a rede de atendimento local. Ali eu vi que tanto ele quanto grande parte da população não conheciam os programas que estavam implementados lá no Paranoá”, narra Ericka Filippelli, secretária da mulher do Distrito Federal.
De acordo com a secretária, a promoção dos programas de assistência às mulheres vítimas de violência é vital para combater a subnotificação desses casos. “Ano passado tivemos uma redução de mais de 46% dos índices de feminicídios. Mas mais de 90% dessas mulheres não chegaram até a delegacia para denunciar sua situação”, explica.
Erica Filippelli associa à primeira edição desse programa a marca de zero feminicídios no Paranoá, alcançada em 2020. Samambaia foi escolhida para ser a próxima cidade a sediar o programa no mesmo por também sofrer com alto índice de violência contra a mulher e por ser a segunda maior cidade do DF em população, mas a jornada precisou ser adiada para 2021 por conta da pandemia.
As ações incluem palestras e distribuição de material impresso sobre violência de gênero, capacitação de lideranças comunitárias e de instituições educacionais sobre o combate à violência contra a mulher e fornecimento de orientações para a população local sobre como denunciar práticas de violência. Também serão distribuídos mapas com a localização dos órgãos especializados em prestar atendimento à mulher.
A secretária destaca que a informação é uma das ferramentas de maior impacto no combate ao feminicídio. “Quanto mais pessoas souberem onde buscar ajuda, quanto mais pessoas acessarem informações sobre essa questão, e quanto mais a gente treinar o caminho dessas pessoas ao atendimento, com certeza teremos impacto. Porque mais pessoas estão engajadas nessa luta. E esse é o objetivo da jornada”, declara.
