Por Gabriel Romeiro e Maria Eduarda Everton
Agência de Notícias Ceub
O Distrito Federal já superou 150 dias de estiagem e a falta de umidade no ar faz com que os dias sejam mais quentes e as queimadas se tornem mais frequentes. Os brasilienses testemunharam dias quentes fora do comum. A situação traz danos à saúde, incluindo problemas respiratórios.
Anualmente, o período de seca de Brasília inicia em maio e se estende até setembro. Porém, em 2024 a seca na cidade aumentou a intensidade não só para as pessoas que sentem a diferença no calor, mas também para florestas e vegetações que estão sofrem com fortes queimadas.
Segundo o pneumologista Ygor Alexandre Lins Mourão, 33 anos, a fumaça pode, portanto, ser muito prejudicial à saúde das pessoas. Entre os que podem sofrer estão, em especial, as pessoas que não possuem doenças, pois podem desenvolver problemas em caso de inalação em excesso de poluentes.
“A fumaça sem dúvidas além de causar agravos em pacientes que já possuem doenças pulmonares, pode também desencadear doenças pulmonares em uma pessoa sadia”, explica Ygor Alexandre.
Dessa forma, doenças pulmonares podem surgir e causar problemas ao sistema respiratório como tosse, falta de ar, chiado no peito (que pode significar obstrução da via aérea) e isso pode levar o paciente ao pronto atendimento ou até mesmo ocasionar em uma internação hospitalar.
Atividades Físicas
As atividades físicas pela parte da manhã são muito comuns para aqueles que gostam de aproveitar a manhã ensolarada para se exercitarem. Porém, o pneumologista alerta para os horários a serem evitados pelas pessoas.
“As pessoas devem, portanto, fugir de quando a insolação, calor e secura estiver no seu limite, entre as 10h-16h estamos mais expostos a esses problemas. Dessa forma, o certo seria evitar esse horário e se exercitar antes das 10h ou após as 16h”, afirmou o pneumologista”.
Diante desses fatores, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) divulgou sobre ações e cuidados que as pessoas devem se atentar para se protegerem dos efeitos da seca e da emissão de poluentes no ar.
Como manter a saúde e evitar os efeitos da seca?
Segundo a SBPT, para grupos de risco com pessoas portadoras de doenças crônicas metabólicas, cardiovasculares, respiratórias, crianças de 2 anos e adultos com 65 anos ou mais, as recomendações são as seguintes:
- Manter a hidratação a fim de evitar a sobrecarga hídrica em pacientes com insuficiência cardíaca;
- Quando estiver em casa, o paciente deve manter as janelas fechadas, mas não imobilizadas, evitando eventos tromboembólicos;
- Neste período a prática de exercícios físicos deve ser regulada evitando a inalação de poluentes no ar;
- É recomendado o uso de máscaras tipo N95 ou PFF 1,2 ou 3;
- No caso de doenças manter o tratamento habitual;
E para as pessoas com boa saúde?
Mesmo não portando nenhum tipo de doença, esse grupo precisa estar atento da mesma forma a fim de evitar qualquer complicação causada pelos efeitos da seca. Portando, a Sociedade Brasileira de Pneumologia reforça que esse grupo deve:
- Evitar fazer exercícios físicos ao ar livre e o tempo da atividade não deve passar dos 30 minutos/dia;
- Manterem-se hidratadas;
- Usar Máscaras em ambientes externos;
Além disso, as pessoas também devem estar atentas quanto ao interior das casas para privar o ambiente dos efeitos climáticos, por isso, aparelhos umidificadores precisam estar ligados com frequência, utilizar purificadores de ar (sem produtos químicos) quando possível, entre outras recomendações.
Aumento de poluentes no ar
Nos últimos meses, Brasília e outras cidades do Brasil vêm sofrendo com o aumento da emissão de poluentes, o que tem interferido gradativamente nas condições climáticas e quanto a sensação térmica. Resultantes das inúmeras queimadas ocorridas nos últimos dias, os poluentes têm atingido as regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país.
Os níveis assustadores de poluentes fazem com que as condições climáticas sofram uma mudança radical afetando não só a sensação térmica, mas também a qualidade do ar que as pessoas respiram todos os dias.
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira
