O Inventário de Emissões Antrópicas por Fontes e Remoções por Sumidouros do Distrito Federal, lançado pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema) no dia 28 de janeiro, aponta que no DF os principais responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa são o setor de transportes rodoviários, a indústria do cimento, o tratamento de resíduos e as alteração do uso do solo.
De acordo com o inventário, retirando-se a volatilidade do setor de florestas, o ramo da energia representou mais de 59% das emissões totais da cidade ao longo do período do inventário, de 2005 a 2018.
O secretário de Meio Ambiente do DF, Sarney Filho, ressaltou que “ o trabalho de atualização dos dados do documento representa um importante instrumento para orientar as políticas públicas e define o tratamento mais eficiente das causas da mudança do clima”. A última atualização do inventário foi em 2016.
Foto: Renato Alves/ Agência Brasília
Sarney Filho anunciou os dados durante o lançamento do Movimento Ação Climática Brasil, que reúne governos estaduais e municipais, empresas investidores e diversos grupos da sociedade civil em torno de ações pelo clima. O secretário representou o DF na reunião.
O trabalho apontou que de 2005 a 2018 as categorias detransportes aéreo e rodoviário aumentaram as emissões em79,92% e 16,14%, respectivamente. Na produção de cimento, o crescimento foi de 8,86%; nas emissões diretas de solos manejados (agricultura e pecuária), o crescimento foi de 21,02% e no tratamento de efluentes domésticos (esgotos), de 32,92%.
O documento destaca como positivo o crescimento de 27,16% de remoções de CO2 do setor de florestas, o que serviu para compensar em parte o crescimento das emissões de gases dos outros setores. “Realizar esta tarefa foi um passo importante para honrar o compromisso do governo do Distrito Federal com o objetivo de elaborar e aplicar ações que irão subsidiar a elaboração da estratégia de Enfrentamento às Mudanças do Clima no DF, inserida nos planos de Adaptação e de Mitigação em desenvolvimento pela Secretaria de Meio Ambiente e que serão fruto de consulta pública em breve,” anunciou o secretário.
O titular da Sema defendeu, ainda, a necessidade de transparência sobre quais são as atividades econômicas mais significativas envolvendo o padrão de emissões em um dado período para um território específico. “Da mesma forma, o inventário deve ser utilizado como base da Gestão das Políticas sobre Mudança do Clima sobre a qual se apoiarão as ações relacionadas às oportunidades de redução e a melhoria nos processos”, disse.
A Lei 4.797/2012 estabeleceu a Política de Mudança Clima do DF, que tem como objetivo assegurar que a cidade contribua no cumprimento dos propósitos da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e na formulação de políticas públicas. Em 2016 o governo do DF publicou o primeiro inventário de emissões e remoções de gases de efeito estufa, contendo dados doperíodo de 2005 a 2012. O novo inventário de emissões de gases de efeito estufa (2005 a 2018) é decorrente do processo de revisão, ajuste e atualização do documento anterior.
