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Brasília

Retorno ao ano letivo e as ações de combate à dengue na rede de ensino

Este ano foram 37.510 novos pedidos de inscrição para uma vaga na rede pública. Esse ano, uma das grandes preocupações é a epidemia de dengue

Amanda Karolyne

19/02/2024 19h30

Crédito: Amanda Karolyne

O ano letivo de 2024 começou nesta segunda-feira (19) na rede pública de ensino do Distrito Federal. Segundo a Secretaria de Educação do DF (SEEDF), a previsão é receber cerca de 470 mil estudantes nas mais diversas etapas de ensino, nesse retorno às aulas. Este ano foram 37.510 novos pedidos de inscrição para uma vaga na rede pública de ensino. Esse ano, uma das grandes preocupações é a epidemia de dengue e outras arboviroses. A SEEDF também vai reforçar o combate à dengue, com ações de mobilização voltadas à prevenção e ao controle do mosquito Aedes aegypti.

André da Costa Ramos, 51 anos, aeroviário, foi a escola classe 01, levar o filho de 11 anos para o primeiro dia escolar. “Eu espero que a escola seja boa igual à escola antiga dele, que tenha um ensino bom, tudo mais”.

Aline Costa, 39 anos, é assistente administrativo, e veio buscar um grupo de crianças no primeiro dia de aula. “É porque, sim, essas crianças vêm de uma escola do Lúcio Costa, e eles cresceram juntos desde o Jardim de infância, Ensino Fundamental 1 e agora Ensino Fundamental 2”, explica. Então as mães do grupinho de amigos se revezam para trazer e para levar de volta para casa.

Ela conta que a filha, Laura, já foi vacinada contra a dengue. “Mas a gente tem a preocupação de como vai ser com o retorno das aulas”. Mas ela acredita que os cuidados acabam sendo individualizados, com o uso do repelente para ir a escola, para passar todo o momento. “Cada um fazendo sua parte. Mas a gente espera o retorno da escola também”.

Para ele, esse começo de ano é preocupante, devido ao período de chuva agravar a epidemia de dengue. “Infelizmente a dengue está ai, e no período de seca não tinha essa preocupação”, adiciona. André acredita que é preciso um esforço maior para combater a dengue. “Então a gente tenta fazer nossa parte. É para proteger, em casa usamos sempre o repelente. E eu trouxe o repelente para ele também passar antes de ir para a escola”. Ele tem a expectativa de que a escola tenha feedback sobre as ações de combate ao vírus. “É bem provável que tenham, como hoje é o primeiro dia, vamos ver”.

Já a professora aposentada Mara Ângela Cavalcante de Moura Rocha, 53, trabalhava na escola classe 01, no Guará, e agora o filho de 11 anos vai começar a estudar na unidade de ensino. “Ele estudava em Taguatinga, aí eu mudei e trouxe ele para cá”. Ela está muito feliz, que as aulas estão começando, porque em casa, o filho só quer brincar, ficar no videogame. “E já tá na hora de voltar para estudar”.

Quanto à dengue, ela tenta se cuidar e cuidar do filho, passar repelente e se precaver. “Mas não estou com muito medo, eu tenho confiança na rede de ensino”.

A servidora pública Tatiana Reis, 44 anos, compareceu ao primeiro dia de aula do primeiro ano do filho no Centro Educacional 01 do Guará. “Vim trazer esse materiais para ele”. Ela tem dois filhos, e ambos voltavam as aulas nesta segunda-feira. De manhã, ela levou o filho de 13 anos para o primeiro dia letivo, e no período da tarde foi a vez do mais velho.

E apesar dos casos de dengue estarem crescendo, Tatiana está segura de que a rede pública está fazendo tudo noque pode para combater o vírus. “Eu não me preocupo tanto. Porque na verdade, a gente tem que se cuidar de modo geral em todos os lugares”.

A SEEDF destaca que está colaborando de modo permanente com a Secretaria de Saúde (SES) e, dentre diversas ações, elaborou orientações pedagógicas sobre o vírus da dengue para serem divulgadas logo no início do ano letivo, de forma permanente nas unidades escolares. Segundo a pasta, tais orientações serão apresentadas por meio de boletim informativo, panfletos distribuídos nas escolas no início do ano letivo, vídeos informativos sobre o tema elaborados pela SES e pela SEEDF, e, ainda, informações sempre atualizadas no site da Secretaria de Educação.

As atividades entre a pasta de saúde e de educação incluem inspeções nas escolas em busca de focos do mosquito e a realização de atividades pedagógicas para informar as crianças e jovens sobre a doença. Para a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, ensinar as crianças e adolescentes sobre a dengue desde cedo, ajuda a desenvolver nelas os conhecimentos e hábitos saudáveis que podem durar a vida toda. “Elas aprendem sobre os sintomas da doença, como se proteger contra picadas de mosquito e a importância de eliminar criadouros do Aedes aegypti”, declara.

Essas ações de combate buscam a compreensão do papel dos profissionais da educação, dos estudantes e dos demais membros da comunidade escolar, por meio da colaboração quanto à prevenção e ao controle do mosquito Aedes aegypti.

A pasta ressaltou em nota ao Jornal de Brasília, que os docentes têm autonomia para elaborar o percurso pedagógico, bem como os projetos pedagógicos relacionados à mobilização permanente contra a dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. “Contudo, com o objetivo de auxiliá-los, a SEEDF sugeriu algumas atividades, por meio de circular, para serem desenvolvidas ao longo do ano”, complementa em nota.

Para o início do ano letivo, as Coordenações Regionais de Ensino já começaram a providenciar a limpeza de caixa d’água, descarte de lixo, cronograma de roçagem, limpeza de caixa de gordura e limpeza de calhas. Segundo a pasta, aproximadamente 90 escolas já foram inspecionadas até o dia 15 de fevereiro, e até o final de março, todas as 835 escolas deverão passar por vistorias epidemiológicas. A limpeza, dedetização, desinfecção e desratização das escolas da rede pública de ensino são realizadas através de serviços terceirizados de limpeza e conservação.

Também foi apresentado pela pasta de educação, um plano de ação com treinamentos, reuniões, esclarecimentos, para que as empresas, em conjunto com as Unidades Escolares, Coordenações Regionais de Ensino e Sede, fiscalizem os prédios pertencentes à SEEDF. Isso com o objetivo de verificar se os ambientes escolares estão limpos e seguindo todo protocolo de prevenção à proliferação do mosquito, garantindo assim a integridade de todos.

Expectativa dos alunos

Grupo de estudantes do sexto ano da escola classe 01 que a mãe da vez, Aline Costa, foi buscar no primeiro dia de aula. Crédito: Amanda Karolyne

Segundo a Secretaria de Educação, o número final de estudantes matriculados será aferido após o 31° dia de aula. Esta data é definida para conferência de matrículas efetivadas e vagas ocupadas, entre outros casos de ajuste no início de ano letivo. Mas muitos alunos e alunas compareceram ao primeiro dia de aula, ansiosos pelo ano letivo.

A estudante Sara Giovana Rocha Prado, 15 anos, estava com um pouco de receio do primeiro dia de aula do ensino médio. “Estou com um pouco de medo”. Ela é a prima vão estudar juntas, o que deixa Sara mais tranquila, por ter um rosto conhecido.

Vitória Valentine Carvalho Barboza, 15 anos, está empolgada para fazer os cursos que vão ter ao longo do ano. Ela quer cursar natação, culinária e outras coisas que vão ser oferecidas no Centro Educacional 01. “Eu pensei que seria pior esse primeiro dia de aula. A ansiedade está batendo um pouco”. Então, apesar do nervosismo quanto ao primeiro ano, ela está empolgada.

Alessandra Nogueira,16 anos, está ansiosa para aprender bastante coisa nova nesses três anos de ensino médio. No primeiro dia de aula, ela estava pronta para fazer novos amigos. “Quero estudar mas também quero socializar com os outros alunos”.

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