A cidade em essência
Fotojornalista do Jornal de Brasília é premiado na 2ª edição do badalado concurso da cidade
O Jornal de Brasília marcou presença entre os vencedores da segunda edição do Prêmio Olhar Brasília de Fotografia. O repórter e fotógrafo Vítor Mendonça foi um dos ganhadores da categoria exclusiva a fotojornalistas — Brasília 60 anos – documental —, que privilegiou a técnica e a composição de fotos feitas por profissionais.
Vítor garantiu o terceiro lugar na categoria com uma foto feita em 2019 na comunidade do Sol Nascente — considerada a maior favela horizontal da América Latina, a 30 quilômetros do centro de poder do país —, enquanto fazia um trabalho documental.
Outras três fotografias receberam a mesma pontuação e dividem o terceiro lugar com Vítor. O grande vencedor da categoria foi Luiz Gustavo de Souza Faria, com uma foto das tradicionais tesourinhas; em segundo, o entardecer na Torre de TV clicado por Zuleika de Souza. A imagem do fotojornalista do JBr é a única — entre todas as categorias — que retrata a periferia da capital.
“A minha fotografia não mostra um monumento de Brasília; a grande referência da cidade na imagem é o céu”, relata Vítor.
No dia em que a foto foi feita, o fotógrafo contou que acompanhava o trabalho do pai da criança retratada em uma horta comunitária em Sol Nascente. “A criança logo se distraiu em meio ao cachorro, o lago e as cores do céu; na hora não hesitei em fazer a foto: foi instintivo”, explica Vítor.
Segundo o fotojornalista, a foto é capaz de trazer novas perspectivas sobre o trabalho que ele faz pela cidade.
“É como trazer um alívio visual em meio ao caos; mostrar os problemas sem ser agressivo; para mim, esse é o grande desafio.”
Para o fotógrafo, que começou a trabalhar como fotojornalista há pouco menos de dois anos, o prêmio “é uma felicidade muito grande”.
“Me sinto feliz e honrado por ter a oportunidade de dividir o pódio com a Zuleika, que tem uma história muito relevante para a fotografia na capital”, disse.
Os vencedores foram revelados em uma festa de premiação virtual, já que a pandemia impediu a realização da segunda edição do prêmio no Museu da República. Mesmo assim, a organização se empenhou para que a cerimônia mantivesse os ares de “festa de gala” — cada um na sua casa.
Uma réplica do Museu foi instalada no jardim da casa do ator Jovane Nunes, da Companhia de Comédia Os Melhores do Mundo, responsável por comandar o evento. As fotos vencedoras foram projetadas como seriam se a festa acontecesse no Complexo Cultural da República.
Com inscrições gratuitas, o Prêmio teve 700 participantes que disputaram mais de R$ 10 mil. Nesta edição foram cinco categorias: Júri Popular, Cor, P&B, Memória e Brasília 60 anos. Os vencedores da categoria Júri Popular foram escolhidos em votação nas redes sociais.