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Brasília

Quem não se vacinou tem mais chances de internação pela covid-19

Cerca de 77% das pessoas que vão aos hospitais com sintomas consideráveis da doença não receberam nenhuma dose para a imunização

Vítor Mendonça

06/10/2021 20h23

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

A maioria das 264 pessoas que estão internadas em decorrência da covid-19 no Distrito Federal são aquelas que ainda não receberam nenhuma dose de vacina na capital – boa parte dos que estão nos leitos têm idade acima ou igual a 60 anos, correspondendo a 61,36% dos pacientes. A informação foi passada pela Secretaria de Saúde nesta quarta-feira (6) e evidencia a necessidade e a importância da vacinação, uma vez que, também de acordo com a pasta, mais de 90% das contaminações atualmente são pela variante Delta – e a transmissibilidade da doença tem aumentado.

Informações obtidas pelo Jornal de Brasília indicam ainda que 77% das procuras aos hospitais do DF em decorrência da covid-19 são de pessoas que não buscaram a imunização nas unidades de saúde e esquemas vacinais montados pela Secretaria. A taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) específicos para pacientes covid é de 70,59% até a última atualização desta matéria.

Esta é uma preocupação da Secretaria, que reforça a necessidade do cumprimento de medidas não farmacológicas para a prevenção à doença pandêmica, como o uso de máscaras, distanciamento social e uso de álcool em gel. Cabe ressaltar que a aplicação das vacinas não previne a contaminação pela covid-19, apesar de melhorar a imunidade da população.

“Não se atingiu ainda a imunidade de rebanho [no DF]”, reforçou o general Pafiadache, chefe da pasta da Saúde na capital. “Portanto, todas as medidas farmacológicas têm de ser cumpridas. E as máscaras precisam ser bem utilizadas, da maneira correta. Não podemos de forma nenhuma relaxar até que tenhamos um dado científico que nos indique isso”, afirmou. “Não estamos em condições de relaxar.”

O alto índice de transmissibilidade, calculado no DF em 1,15, de acordo com a SES, já era esperado, mas ainda preocupa, até mesmo pela capacidade de disseminação da variante Delta, quase duas vezes maior que a cepa original. “Vamos trabalhar com a pior hipótese. Não queremos perder nenhum leito. É importante a população se cuidar”, disse Pafiadache. 

Entretanto, nem a SES nem o Governo do DF indicam o retorno das medidas restritivas, impostas anteriormente pelo Executivo local a fim de diminuir a quantidade de casos na capital. O governador Ibaneis Rocha ressaltou na manhã desta quarta-feira (6) que trabalha “sem a possibilidade de qualquer tipo de restrição”. “Quero ampliar a vacinação e a quantidade de leitos. A população não aguenta mais restrições”, disse o mandatário.

Pafiadache também foi enfático a respeito e disse que continuarão, no combate à pandemia, “a vacinação e a recomendação” das medidas farmacológicas. “As duas ações trabalham em conjunto. A vacinação oferece uma proteção individual e o uso de máscara garante uma proteção coletiva”, acrescentou o subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero. “O problema ainda não acabou”.

Reforço e antecipação

O que está garantindo a maior proteção contra o vírus pandêmico e as vagas disponíveis nos leitos covid-19, efetivamente, tem sido a vacinação, segundo a Secretaria de Saúde. E para cumprir com a intenção da pasta de ter o ciclo vacinal completo em toda a população do DF até o fim do ano, o órgão ampliou a antecipação da segunda dose novamente.

Portanto, a aplicação para aqueles cuja D2 estava marcada até 5 de novembro será possível, agora, a partir da próxima sexta-feira (8), tanto para os que se vacinaram com a Pfizer quanto aqueles que receberam a AstraZeneca. A SES deverá divulgar em breve os pontos de vacinação específicos para a antecipação nos meios de comunicação do órgão.

Também será possível, a partir da mesma data, a aplicação da dose de reforço para aqueles idosos acima de 60 anos de idade. São cerca de 10 mil aptos a receber o imunizante novamente, segundo a SES – isto é, que já completaram mais de seis meses desde a última dose, seja a única ou a D2. Até então, só recebiam a nova aplicação aqueles acima de 70 anos. Vacinaram 14 mil de um total de 22 mil até o momento no DF nesta faixa etária.

A ampliação das doses de reforço e da antecipação foi possível com o recebimento de novas remessas de vacina na capital, que desembarcaram na última terça-feira (5) e nesta quarta (6), sendo 152,1 mil da Pfizer – 143.910 destinadas à D2 e 8.190 para a dose de reforço – e 60 mil da AstraZeneca – separadas para a segunda aplicação.

A pasta da Saúde informou também que tem trabalhado para solicitar mais doses da Pfizer para a vacinação de adolescentes entre 12 e 17 anos, cuja imunização tem avançado a ponto de faltar vacinas em alguns postos de vacinação. Na rede de frios, segundo Valero, não há mais Pfizer destinada para a faixa etária. As que existem para o grupo, específicas para a D1, são aquelas que já foram distribuídas entre as unidades de saúde do DF.

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