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Brasília

Prostituição de luxo leva nove à cadeia

Arquivo Geral

02/12/2013 12h26

Acusada de comandar um grande esquema de prostituição no Distrito Federal, Jeany Mary Corner foi presa na madrugada desta segunda-feira (02), na Operação Red Light, da Polícia Civil do DF. De acordo com a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), a acusada seria uma cafetina que favoreria a prostituição de luxo. Outras oito pessoas foram presas, entre elas duas cafetinas o policial militar Alexandre Nunes dos Santos. Um suspeito está foragido.

Jeany já foi citada na CPI dos Correios, pelo mesmo crime. Ela ficou conhecida em Brasília por levar garotas de programa a uma mansão frequentada pelo então ministro da Fazenda Antonio Palocci, no governo Lula. Conhecida como “República de Ribeirão Preto”, a mansão também era usava pelo ministro para se reunir com lobistas. Na época, o caso foi revelado pelo jornal O Estado de S.Paulo e levou à saída do ministro do governo.

Os programas também eram oferecidos em sites e custavam até R$ 10 mil. “Ela tem clientes de alto poder aquisitivo”, afirmou a delegada Ana Cristina Santiago, titular da delegacia da mulher no DF. A delegada explicou, contudo, que o foco das investigações foram as mulheres. Mais recentemente, em outra operação da Polícia Federal, a Miquéias, descobriu-se que garotas de programa eram usadas para aliciar prefeitos com o objetivo de convencê-los a direcionar recursos de fundos de pensão municipais. As garotas seriam ligadas a Corner.

A investigação verificou que a rede de prostituição cresceu em consequência dos grandes eventos, como Copa das Confederações e Copa do Mundo. “O que nos chamou a atenção, num primeiro momento, era verificar denúncias de que mulheres queriam abandonar a prostituição e eram impedidas por essas mulheres mediante ameaça. Num segundo momento, surgiu a questão dos grandes eventos, Copa da Confederações e Copa do Mundo. Nós verificamos que houve aumento crescente das atividades de exploração sexual.”

Jeany Mary Corner se recusou a falar à Polícia e se negou inclusive a assinar os termos do depoimento nesta manhã. A reportagem não localizou o advogado dela.

Segundo a polícia, o grupo vêm sendo investigado desde junho. Eles atuavam nas regiões de Asa Sul, Asa Norte e Guará. A operação cumpriu vários mandados de busca e apreensão para apreender 24 carros de luxo, que teriam sido usados pelo bando. Durante a ação policial, foram encontrados R$ 18 mil, que estavam na casa de Vilma Aparecida Nobre, também acusada de comandar a prostituição ao lado de Jeany.

PROTEÇÃO POLICIAL

Muitas das mulheres que faziam programas para a organização criminosa tentaram abandonar o trabalho, mas eram ameaçadas de morte pelo grupo. Após a operação policial, algumas ficaram sob a proteção da Delegacia de Atendimento à Mulher.

Além das mulheres, a cafetina Jeany é acusada de agenciar homens e travestis, alguns vindos de outros estados e escolhidos a dedo.

O grupo tinha preferência em escolher modelos. Muitas delas posaram para revistas masculinas.

Saiba Mais

– A polícia apreendeu diversas agendas com nomes de possíveis clientes de prostituição.

– Todos serão investigados.

– Presa, Jeany Mary deve responder por tráfico interno de pessoas, rufianismo e associação criminosa. 

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