Menu
Brasília

Projeto Vacina em Casa ajuda a ampliar em mais de 100 mil doses a imunização no DF

Ação é fruto de termo de cooperação entre a Secretaria de Saúde e a Opas assinado em 2022. Entre agosto e dezembro do ano anterior, foram mais de 630 mil doses aplicadas na capital. Montante corresponde a todas as ações realizadas pela pasta para facilitar acesso às vacinas

Redação Jornal de Brasília

05/07/2023 19h00

A diferença é evidente: entre agosto e dezembro de 2022, após o início do projeto Vacina em Casa, mais de 630 mil doses foram aplicadas no Distrito Federal, 100 mil a mais que no mesmo período do ano anterior. A ação contribuiu em 45 mil doses para o aumento da cobertura vacinal dos brasilienses.

Fruto de um termo de cooperação (TC) entre a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) e a Organização Pan-americana de Saúde (Opas) assinado em agosto de 2022, o projeto busca mapear a situação da saúde no DF e aumentar a cobertura vacinal contra a covid-19, a paralisia infantil e outras doenças imunopreveníveis. O movimento faz parte de uma força-tarefa da pasta para facilitar o acesso à imunização e deixar a população cada vez mais protegida.

Em uma busca ativa, colaboradores do programa Saúde da Família da SES-DF visitam, periodicamente, residências na capital para imunizar pessoas que não estão em dia com o calendário de vacinação. Os agentes também aproveitam a oportunidade para atualizar os dados dos vacinados no Sistema Único de Saúde (SUS). Desde a sua implementação, o Vacina em Casa já passou por 22 regiões administrativas. Até o momento, foram mais de 150 mil domicílios visitados e mais de 120 mil entrevistas realizadas.

A secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, lembra que o reforço das campanhas de vacinação no DF não se conteve às unidades fixas de saúde: “Além de ir até as casas das pessoas, nós levamos ações de imunização a mercados, shoppings e a feiras, ao zoológico, ao Eixão e até às festas e comemorações populares e culturais”. Para a gestora, os serviços de saúde devem estar onde a população está. “Este é o objetivo do projeto e de todo o nosso trabalho: alcançar e garantir à sociedade o acesso à rede de saúde pública de todas as formas possíveis”, conclui.

A SES-DF prevê ainda ações em 698 escolas da rede pública para atualização do cartão de vacina das crianças, com apoio das equipes das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de cada região.

Reconhecimento

O diretor da Opas, Jarbas Barbosa, destaca que a baixa adesão às campanhas de vacinação é a maior preocupação dos órgãos de saúde atualmente. “Se não tivermos estratégias inovadoras como estas implantadas no DF, trabalhadas em todo o mundo, não conseguiremos recuperar os índices de cobertura vacinal que precisamos”, avalia

O Vacina em Casa é uma parceria entre o governo do DF (GDF), por meio da SES-DF, com a Opas, firmada no TC 111, documento do qual derivam diversas outras ações da pasta. “O propósito de todo esse esforço conjunto é adaptar o sistema [SUS] e pensar em novas ações para fortalecer os programas de imunização. Nós não podemos perder as conquistas que já alcançamos e correr o risco de ter doenças erradicadas voltarem a circular”, complementa Jarbas.

Parceria de sucesso

Na terça-feira (4), gestores da SES-DF e da Opas se reuniram para apresentar os resultados alcançados por meio das ações e estratégias realizadas a partir do TC 111, assim como anunciar os projetos planejados para os próximos anos. O documento é dividido em oito eixos de atuação, que contemplam vigilância, prevenção e promoção em saúde, fortalecimento da atenção primária, modernização de processos, educação profissional e fortalecimento da gestão.

“Além de ser algo inédito no DF, esse foi o primeiro termo de cooperação assinado com novos instrumentos de gestão e parceria. Ele permite uma atuação mais ampla e que visa trazer inovação para o SUS como um todo. Com ele, foi possível desenvolver projetos extremamente vantajosos para a gestão da saúde, mas, especialmente, para quem importa: a população”, explica a representante da Opas/OMS no Brasil, Socorro Gross.

Desde a oficialização da parceria, já foram assinados três termos de ajuste (TAs) para a implementação das estratégias. O primeiro, de dezembro de 2021, define um plano de ações no âmbito da Vigilância Sanitária no DF (Divisa), buscando a implementação do registro digital de vacinação e da informatização dos formulários de inspeção, investigação e notificação sanitária.

Já o segundo, ratificado em 2022, trouxe estratégias para a Atenção Primária à Saúde (Coaps) de ampliação da imunização, qualificação dos profissionais de saúde e aprimoramento do cuidado oferecido à população. Além, do projeto Vacina em Casa, que contribuiu para todos esses objetivos, foi realizada a aquisição de 9.420 novos equipamentos para 165 UBSs. Ainda há previsão de capacitar as equipes de atendimento primário para implementar atividades de estratégia de saúde da família e práticas integrativas, garantindo um cuidado mais completo e diverso.

Instituído em maio de deste ano, o terceiro TA, voltado ao fortalecimento do controle e da participação social no SUS na capital federal, resultou na realização da 11ª Conferência Distrital de Saúde. Este é o espaço mais importante de diálogo entre governo e sociedade para a construção das políticas públicas de Saúde. As diretrizes e propostas definidas no evento, que ocorre a cada quatro anos, estão sendo apresentadas nesta semana na 17ª Conferência Nacional de Saúde.

O futuro

A publicação de um quarto TA, também sobre imunização, deve sair ainda em 2023. O foco será o fortalecimento da vacinação humana e de pets na capital, com a utilização de serviços como o Carro da Vacina, assim como a realização da varredura de cobertura e situação cadastral dos usuários.

Na esteira do planejamento, está prevista ainda a assinatura de outros dois termos até o final do ano. Dessa vez relacionados à atuação do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), visando a qualificação, a capacitação e a certificação dos profissionais da unidade; e da Gerência de Práticas Integrativas (Gerpis), a fim de ampliar a rede de equipamentos, fortalecer o acesso à saúde integrativa e incentivar o aproveitamento de todas as políticas de saúde, inclusive nas escolas em ações integradas com a Secretaria de Educação (SEE).

Mas não acaba por aí. Outros TAs já estão em construção, programados para implementação até 2026. Os projetos são voltados às áreas da assistência farmacêutica, da atenção às pessoas em situação de vulnerabilidade, da tecnologia da informação e da saúde suplementar.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado