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Brasília

Projeto de tokenização de energia solar liderado por mulheres

Agora, o projeto está em sua primeira fase, com a construção da primeira usina fotovoltaica em Planaltina, DF

Redação Jornal de Brasília

18/10/2022 9h20

Atualizada 21/10/2022 14h09

Foto: Reprodução

Amanda Karolyne
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Com o objetivo de romper barreiras em áreas tão masculinizadas como a do mercado de blockchains e criptomoedas, três mulheres estão mudando a indústria. Duas delas são de Brasília, e uma de Recife, da empresa Rayons Energy, que pretende ampliar o uso da energia solar no mercado com a tokenização da sustentabilidade. O projeto vai completar um ano no dia 24 de outubro, data de lançamento do ativo digital.

Agora, o projeto está em sua primeira fase, com a construção da primeira usina fotovoltaica de 1MV, em Planaltina, DF. O terreno tem dois hectares, com cerca de 22.000 metros quadrados, e a ideia é, a partir dele, conseguir captar mais ativos para construir usinas ao redor do país, e fornecer energia limpa para todos os Estados.A segunda fase do projeto, vai contar com um time de advisors, como especialista em blockchain, Rocelo Lopes, CEO da Smartpay.

As líderes do projeto, são as brasilienses Tífany de Paula, 23, e Gabriella Rodrigues, 28, e Luciana Silva, 35, de Recife. Segundo Tífany, a ideia surgiu, porque ela já investiu nesse mundo de criptomoedas. “Foi através da vontade de colaborar com a sustentabilidade. A gente viu que esse é um assunto que está em pauta a muitos anos pela Organização das Nações Unidas”, destaca. Inclusive, em 2021, quando elas estavam no início do projeto, teve a conferência das Nações Unidas, em que eles conversaram bastante sobre energia limpa e renovável, e Tífany cita que os líderes da ONU também pediram para que os países parassem de utilizar a queima de carvão como fonte de combustível, por ser muito poluente e emitir muito CO2 na atmosfera, aumentando a temperatura global. “E nesse ano a ONU emitiu um alerta de danos irreversíveis diante a esse aumento de temperatura global. É algo que está batendo na nossa porta, é algo falado a muitos anos e não tem como fugir disso”, salienta.

Então, foi a vontade de colaborar com a sustentabilidade, que as levou a pensar nessa ideia de criar usinas solares, utilizando como fonte de energia o sol, que é uma fonte de energia inesgotável e limpa. “Porque a gente sabe que o mundo está em crise, e principalmente o Brasil, que a anos vem tendo crises de escassez hídrica. Então a principal fonte de energia do Brasil, que são as hidrelétricas, também está sofrendo”, aponta. Com a energia solar, Tífani conta que, ao produzir essa energia limpa, pessoas físicas e jurídicas vão poder utilizar dessa fonte de energia. “Nosso objetivo é construir usinas solares em telhados de hotéis, de escolas, de prédios, e de galpões pelo Brasil, e poder fornecer essa energia limpa para as pessoas”, pontua.

Ela aponta que as pessoas que consumirem a energia produzida pela Rayons, vão ter a vantagem de economizar de 15% a 20% na conta de luz padrão. “Elas basicamente não têm nada a perder. Elas já consomem energia, mas se mudarem de fornecedor, vão ter esse desconto, porque quem está gerando a energia, somos nós e não tem todos aqueles impostos do governo, e além disso, não tem bandeira tarifária”, afirma. Não tem isso, porque a energia solar não tem essa crise, que a hídrica tem. A ideia da Rayons Energy na parte de energia solar, surgiu diante disso. “E como a gente já tinha essa experiência no mercado cripto, a gente quis juntar esses dois universos: o mercado cripto e a parte da sustentabilidade”. Por isso elas se referem à tokenização da sustentabilidade, porque a tokenização é transformar ativos físicos, seja produto, ou empresa, em ativos digitais. “A gente está criando um ativo digital, que é referente a nossa empresa de energia solar, que preza pela sustentabilidade”, relata.

A energia solar e o token

Tokenizar significa transformar um ativo físico em produto digital. Tífani dá o exemplo do dinheiro fiduciário, como o dólar, o euro e o real. “E aí, a gente também tem a bitcoin e o Etherium, que são moedas digitais. Ou seja, transformaram o valor fiduciário em valor de ativo digital”. O bitcoin vale tanto em dólares, então transformaram uma nova forma de pagamento, uma nova moeda. Gabriella explica que o ativo digital que as pessoas que vão adquirir a energia solar, vão poder fazer o pagamento através desse token. E quem investir na na moeda da Rayons, vai ter certos benefícios. “Basicamente, a gente tem esse ativo, e as ações e implementações da empresa, vão ser em torno da geração de energia, do uso de energia solar”, elabora. Então, quem tem o ativo, vai estar lastreado a uma empresa física, que tem aplicações sustentáveis. E por isso, a questão de tokenizar a sustentabilidade. A pessoa vai ter um token da empresa, que vai ser um investimento indireto na sustentabilidade através do token.

As mulheres na indústria de criptomoedas e energia limpa

Em um mercado com poucos projetos de mulheres à frente, Gabriella Rodrigues, conta que é muito diferente, estar nesse meio. Para as três, se trata de um mercado extremamente masculinizado. Quando elas vão apresentar um projeto, as pessoas olham e falam: nossa mulheres à frente de um projeto, a gente nunca viu isso. Mas, mesmo com o obstáculo que veio com o gênero, é um mercado que as três empresárias estão conseguindo fazer a diferença.

Para Tifany, a Rayons é a prova de como elas conseguem mostrar a capacidade, desde a apresentação delas, os homens, que são a maioria dos investidores, conseguem captar isso. “E a gente sente que as pessoas que estão investindo, acreditam no projeto, a gente sente que elas estão vendo nosso poder e nosso potencial de fazer algo bom também, assim como os homens”. Mesmo se tratando de um mundo muito machista, tanto de energia solar, quanto na de criptomoedas, a maioria dos investidores também são homens. “É muito bom poder estar à frente disso. Porque são dois mundos que não tem mulheres à frente, e a gente poder estar mostrando que é possível, que tem espaço para todo mundo e a gente pode estar ali também”, pondera Tifany. E ela ainda considera que o projeto pode incentivar outras mulheres também. “A gente vê que o mundo do investimento realmente é escasso de mulheres, e da energia solar mais ainda. Mas a gente pode mostrar às mulheres, que elas também podem entrar neste mundo. A gente fica muito feliz e gratas com isso”.

Tífani e Gabriella são formadas em engenharia pela Universidade de Brasília, a primeira na área de eletrônica, e a segunda em engenharia solar. Luciana é da parte comercial, com mais de 14 anos de experiência em vendas. “É muito crucial o trabalho dela, de levar o nome da empresa para o Brasil e para o Mundo”, completa Tifany.

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