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Brasília

Projeto de empresa brasileira e Fiocruz possibilita transportar material biológico por drones

Com isso, será possível o transporte de materiais para pesquisa e saúde, órgãos para transplante de forma segura, mais rápida e barata

Redação Jornal de Brasília

06/10/2022 13h11

Foto: Divulgação

Um projeto da empresa brasileira H4ndsLab, desenvolvido com a Fiocruz Brasília, em parceria com a Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) e a Softex, tornará possível o transporte de material biológico, como amostras de sangue, tecidos e até órgãos, por meio de drones. Com isso, será possível deslocar de forma rápida, segura e com menor custo. O projeto agora vai testar o transporte de material biológico para a vigilância da covid-19 e da tuberculose.

Luis Eduardo Ludgero, CEO e Head de disrupção de negócios e inovação da H4ndsLab, explica que o desafio chegou a ele quando a pesquisadora Izabela Gimenes, do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz), precisou transportar córneas de bois para uma pesquisa. Porém, o abatedouro mais próximo estava a 200km do laboratório e era necessário que o material fosse utilizado dentro de um período de quatro horas após a coleta. Se o transporte fosse feito imediato, em um veículo com velocidade média de 60 km/h, levaria cerca de 3 horas e meia para chegar, restando pouquíssimo tempo para os testes, com o risco ainda de contratempos pelo caminho.

Isto levou a uma série de reuniões e discussões com o Colaboratório de Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedade (CTIS) e da equipe de inovação e jurídica, nascendo assim a Scilog. “Tinhamos em mãos um problema prático e que era o mesmo de muitos pesquisadores, profissionais da área de saúde e afins. Tempo e segurança no transporte se tornam cruciais e fundamentais. Podemos viabilizar, por exemplo, o transporte de órgãos para transplante ou na entrega de sangue, por exemplo. Acreditamos que o projeto possa acelerar o desenvolvimento de soluções para instituições de pesquisa, laboratórios e hospitais, entre outros”, afirma o fundador da H4ndsLab Luis Eduardo Ludgero e da Scilog.

Nos testes iniciais, foi feita simulação utilizando na caixa de transporte todo o condicionamento ideal para transporte das córneas – controle de refrigeração, altitude, umidade e rastreamento. O drone conseguiu percorrer 8,2 km em 16 min, o que um automóvel faria em 40 min, com custos 28% menores. Apesar de não ter conteúdo orgânico, os testes se mostraram muito bem sucedidos.

O drone em si, construído para este projeto, já constitui uma inovação: ele não utiliza pista de aterrisagem ou decolagem – o equipamento faz o movimento de levantar e voar. Além disso, é preciso pensar, por exemplo, em formas de alimentação de energia que mantenham o equipamento no ar por tempo suficiente.

O projeto agora segue para testes com material biológico, em uma cooperação técnica com a Universidade de Brasília (UnB) e vai transportar materiais para a vigilância da Covid-19 e da tuberculose utilizando um drone de asa fixa construído para o projeto, que dá melhor eficiência de voo.

Acessibilidade e economia

Além da questão de obedecer os protocolos de segurança e viabilizar distâncias em um menor tempo, Luis Eduardo Ludgero comemora os resultados obtidos com os baixos custos do projeto. “O teste preliminar se mostrou 28% mais barato em comparação com veículos terrestres. Mas em casos que o material necessita percorrer maiores distâncias, usando outros meios como transporte por aviões ou helicopteros, os custos podem representar até 95% menos. Ou seja, ele se mostra totalmente replicável, inclusive para ser adaptado ao sistema público de saúde”, destaca.

Quem faz?

A H4ndsLab é muito mais que uma empresa, é um um laboratório de marcas e inovação que visa a integração de especialistas multidisciplinares para a execução de projetos ágeis. Tem como missão acelerar o desenvolvimento de empresas e empreendimentos perante ao que há de mais atual no mercado global, desenvolvendo soluções criativas e tecnológicas em parceria com empresas e empreendedores que desejam operacionalizar seu modelo de negócios. Saiba mais.

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