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Brasília

Projeto constrói novos banheiros em casas de famílias vulneráveis

Projeto social Nenhuma Casa Sem Banheiro tem ajudado famílias da Estrutural que vivem em situação de vulnerabilidade

Redação Jornal de Brasília

22/02/2023 16h20

A iniciativa investiu, até 31 de janeiro, cerca de R$ 360 mil para a execução das obras em residências de famílias de baixa renda do DF | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Projeto social Nenhuma Casa Sem Banheiro tem ajudado famílias da Estrutural que vivem em situação de vulnerabilidade a conquistarem dignidade sanitária. O principal objetivo é construir um cômodo com vaso sanitário, chuveiro, pia, piso, revestimento e instalações elétricas, hidráulica e de esgoto em domicílios com estruturas precárias.

Criado a partir de um acordo técnico firmado entre a Companhia de Desenvolvimento Habitacional (Codhab) e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal (CAU-DF), a iniciativa investiu, até 31 de janeiro deste ano, R$ 359.130 para a execução das obras em residências de famílias de baixa renda do Distrito Federal. O custo do projeto é bancado pelo CAU.

Foram selecionadas 35 famílias. Destas, 20 já foram beneficiadas e outras 15 aguardam a execução dos projetos. Os beneficiados foram escolhidos a partir de encaminhamento do Centro de Referência de Assistência Social (Cras). “Eles nos pediram para atender as famílias em extrema vulnerabilidade. São pessoas com baixa renda e que vivem em casas em situações insalubres. Em muitos casos, algumas pessoas faziam as necessidades básicas em baldes”, explica Marilurde Lago, assistente social da Codhab.

Escolha do morador

Antes dos trabalhos terem início, assistente social, arquiteto, família e empresa executora do projeto têm reuniões para discutir o projeto. “O morador tem autonomia para escolher o local e opinar sobre o projeto. Como são famílias em situação de vulnerabilidade, elas não podem sair de casa para que seja feita a obra, então asseguramos que tudo ocorra de forma tranquila”, destaca o arquiteto da Codhab, Leandro Fernandes.

Morando há 25 anos em um barraco na Estrutural, a dona de casa Celma Cristina dos Santos, 50 anos, aguardava melhorias em sua residência desde 2014, quando se inscreveu em um programa para reconstrução de casas. Por isso, quando a assistente social Marilurde bateu em sua porta para apresentar o projeto Nenhuma Casa Sem Banheiro, ela pensou que seria apenas mais uma promessa. “Quando ela chegou aqui, eu briguei com ela. Eu não acreditava que seria algo que iria para frente”, lembra.

Há menos de dois meses, a casa de Celma ganhou dois banheiros completos de 2,6 metros quadrados. A residência dela teve um sanitário a mais do que o previsto no projeto para atender o filho dela, Brendo dos Santos, 26, que tem câncer de intestino e precisa de um banheiro exclusivo. “Achei muito bom até porque fizeram o banheiro do meu filho, antes era todo mundo junto e misturado. Também achei que foi uma obra bem rápida”, avalia.

Celma Cristina dos Santos, com o filho Brendo dos Santos, avalia que “a obra foi bem rápida”

Quem também aprovou a iniciativa foi Brendo: “Gostei, porque não dava para eu ir ao banheiro toda hora sem incomodar as outras pessoas. Só tinha um banheiro na casa. Agora, tenho um só pra mim e perto do meu quarto, o que garante minha privacidade”. Atualmente, a residência tem mais 18 moradores, sendo nove adultos e nove crianças.

Nenhuma Casa Sem Banheiro

O projeto foi lançado em dezembro de 2021 prevendo a execução de melhorias sanitárias em domicílios em áreas de vulnerabilidade social, por meio de programas e ações que possibilitem a execução de atividades ligadas à Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social (Athis) no DF.

Além de viabilizar recursos para a execução das obras, a Codhab cede equipe social e técnica para orientar os profissionais do CAU-DF, que, por sua vez, disponibilizam, com recursos próprios, profissionais de arquitetura e urbanismo para desenvolvimento do projeto arquitetônico de construção/reforma ou adaptação de unidades sanitárias. Os beneficiários serão indicados pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes).

O projeto nasceu em 2020 com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU-RS), objetivando o enfrentamento à pandemia da covid-19 e logo se estendeu para o Distrito Federal na parceria com a Codhab.

Com informações da Agência Brasília

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