Iniciado em 2014, o projeto inicialmente chamado Bike Brasília e mais tarde rebatizado como +Bike oferecia uma alternativa barata para o transporte no Plano Piloto. Bicicletas eram oferecidas para aluguel por um preço baixo em estações inteligentes espalhadas pela cidade, que eram acessadas em um aplicativo de celular. Por dificuldades financeiras, o projeto teve de ser encerrado na capital.
O projeto era operado em parceria da Secretaria de Mobilidade com a empresa Serttel. Gustavo Braga, gerente administrativo da filial da empresa em Brasília, explica que o projeto teve que ser encerrado por dificuldades financeiras. “A gente trabalhava com contrato, e tínhamos um patrocínio. No início do projeto era com o Itaú, até que a Serttel e o Itaú romperam. Em seguida conseguimos um contrato com o BRB e a Mastercard, mas que venceu em outubro. Desde então a gente andou procurando novos patrocinadores, mas sem sucesso, tornando inviável o projeto por aqui”.
O projeto foi oficialmente encerrado no dia 31 de março, e desde então os usuários estão sendo notificados sobre o encerramento. A crise provocada pela epidemia de covid-19 teria sido um dos agravantes, e há expectativa de novas tentativas de retorno quando a crise acabar. “Não foi o principal culpado, mas a situação do Coronavírus agravou ainda mais a dificuldade com os patrocínios. Mas a empresa acredita que Brasília é um lugar muito bom para esse tipo de trabalho, e hoje está mais aberto para não somente a Settel, mas outras empresas voltarem mais tarde com projetos como esse de mobilidade urbana”, afirma o gerente.
Falta aos usuários
O projeto +Bike era parte importante da vida de muitos usuários, como da estudante de biotecnologia Melissa Copetti, de 31 anos, que usou o aplicativo entre 2017 e 2019. “Como eu morava no plano piloto, usava para me deslocar, fazer compras, ir pra UnB, ir estudar fora de casa, visitar amigos. Era meu principal meio de transporte”, conta.
A estudante de música Maria Luísa Colusso, 23 anos, usava o aplicativo para o lazer, mas se preocupa com as consequências do encerramento do projeto para aqueles que dependem dele para se locomover. “Brasília já é bem difícil de se locomover por aí sem carro, e alguns lugares nem chegam ônibus. Não ter essa opção só torna as coisas mais difíceis”, afirma.
Bruno Chaves, estudante de engenharia elétrica de 23 anos, aprendeu a andar de bicicleta graças ao projeto. “Quando eu era criança, não cheguei a aprender a andar de bicicleta. Quando cheguei aos 21 anos decidi aprender e o aplicativo era de longe a forma mais prática. Eu e um amigo meu aprendemos juntos, enquanto um outro amigo nos ensinava. Passamos algumas tardes assim, andando juntos. Foi uma época muito legal”, narra.