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Brasília

Programa de reaproveitamento de alimentos do Ceasa no combate à fome

São 82 empresários, produtores e agricultores parceiros da iniciativa, que ajudam a montar os pratos do programa

Redação Jornal de Brasília

08/11/2022 18h22

Foto: Vitor Mendonça/ Jornal de Brasília

Amanda Karolyne
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Com o objetivo de reutilizar e multiplicar os legumes, verduras e frutas, a Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa) criou o Programa Desperdício Zero. Desde 2019, o projeto oferece quase 640 mil refeições a pessoas de baixa renda, através das 155 instituições cadastradas no Banco de Alimentos da empresa estatal. São 82 empresários, produtores e agricultores parceiros da iniciativa, que ajudam a montar os pratos do programa.

Segundo Natalino de Souza Neto, gerente de segurança alimentar da CEASA, o Programa Desperdício Zero é uma iniciativa que promove o combate ao desperdício junto aos empresários e produtores que comercializam seus alimentos dentro do complexo da CEASA, através do Banco de Alimentos. “Em que o equipamento público recolhe as doações dos alimentos que não tem valor comercial mas ainda dispõe de valor nutricional: tamanho divergente dos praticados no comércio, maturação, pequenos defeitos nas cascas”, cita. Assim, como Natalino explica, após o recebimento das doações, o Banco realiza a seleção e promove a distribuição dos mesmos para rede de entidades cadastradas no Banco de Alimentos.

No período de janeiro a setembro de 2022, o Banco de Alimentos da CEASA/DF arrecadou através do programa, 146 toneladas de alimentos. De acordo com Natalino, deste montante, 128 toneladas foram aproveitadas e distribuídas para as entidades previamente cadastradas e somente 18 toneladas foram direcionadas para o resíduo orgânico. Com 146 toneladas de alimentos, o Banco atendeu 155 instituições, que atendem pessoas em situação de insegurança alimentar, assim, complementando mais de 639 mil refeições.

Ele ainda aponta para um outro dado significativo, em que 128 toneladas de alimentos foram aproveitadas pelo Desperdício Zero, e deixaram de ser destinadas para o aterro sanitário, para serem aproveitadas na alimentação humana. “O programa tem como objetivo, combater o desperdício de alimentos por meio da arrecadação dos mesmos, fora ou não dos padrões de comercialização, sem restrição de caráter sanitário e distribuído a Entidades Sócio Assistenciais”, afirma. A ideia surgiu de uma necessidade de diminuir o desperdício de alimentos que acontecia dentro dos espaços do Ceasa. As verduras, legumes e frutas geralmente muito maduras ou levemente danificadas, que por não estarem muito bem apresentáveis, acabam não sendo aproveitadas comercialmente, mas estão em perfeitas condições para consumo. Então esses produtos são recolhidos, passam por um processo de triagem, pesagem e são doados às instituições que preparam a própria comida ou distribuem em forma de cesta básica.

As distribuições dos alimentos doados são feitas todas as semanas, de segunda a quinta-feira. Crianças, adolescentes e adultos em situação de vulnerabilidade são os beneficiários do programa. O beneficiado tem que estar cadastrado na instituição,para receber os produtos oferecidos, e no dia da doação, apresentar o CPF, cartão do NIS (número de inscrição social) e sacola. Para participar do projeto, existem duas formas, sendo doador ou beneficiário. Para ser doador, o interessado deverá acionar o Banco de Alimentos através do Disk Doação (061) 9.9588-9560. Já as instituições que queiram se cadastrar no Banco de Alimentos, deverão preencher o formulário de cadastro disponível no site da CEASA, e encaminhar a documentação necessária para o e-mail da Ceasa.

Lady Laura Caetano é presidente da Instituição Embalando Sonhos, que participa do programa. Ela conta que a Instituição entrou para o projeto através dos editais, quando ficou sabendo na época da pandemia. “Uma época em que a gente mais precisava, para continuar atendendo as crianças e as famílias”, destaca. Para ela, o programa é de extrema importância porque atende às necessidades de pessoas em situação de vulnerabilidade social. “Eu vejo muitas mães que têm vários filhos, e não chega até eles esses alimentos”, comenta.

Mas com a ajuda do Banco de Alimentos do Ceasa, Laura aponta que isso mudou. “A criança sai alimentada da instituição, e tem a doação para as famílias”. São 250 crianças atendidas, e mais de 200 famílias no Banco de Alimentos. “Fora as dicas e orientação de receitas para evitar o desperdício de alimento”, complementa. Além da doação dos alimentos, o programa também contempla o acompanhamento e consultoria alimentar das famílias. “É importante não só a doação, mas a orientação de como a família pode aproveitar o alimento. Porque nessa época que a gente vive, o que a gente puder aproveitar, é sempre bom”, finaliza.

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